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Domingo, não! Domingo é sagrado

Domingo, não! Domingo é sagrado! Quantas vezes você já ouviu essa expressão: “Domingo é sagrado”. Domingo é dia de descanso. De ir à Igreja, de louvar ao Senhor, de cinema, de passeio, de praia, de futebol, de soltar pipa, de namorar, de almoço em família, de churrasco, de celebração, de pagode, de bicicleta, de pescaria, de cervejinha, de televisão. Domingo é dia de tudo. Menos de trabalho.

Pode parecer mentira, mas para os milhões de comerciários de nosso país e aqui mesmo do Estado, nos últimos dez anos domingo tem sido sinônimo de trabalho. E trabalho duro.

E você não imagina o prejuízo que esse dia a mais de trabalho causa na vida de cada comerciário e comerciário. O estrago que essa obrigação provoca na relação desse trabalhador com sua família, seus parentes e amigos.

Coloque-se nessa situação e imagine-se trabalhando no domingo. Sem tempo de dedicar-se aos filhos, aos pais. Tendo que abrir mão da Igreja ou mesmo de uma esticada na noite de sábado.

Mais que isso. Imagine a seguinte cena: seu filho depois de passar a semana inteira em uma sala de aula, sem a sua companhia no domingo, porque você está a todo o vapor seja em um supermercado ou em um shopping.

Quem trabalha aos domingos, como os comerciários e as comerciarias, tornam-se escravos do trabalho. E sem ganhar um real a mais por isso. Isso porque no comércio o trabalho aos domingos não veio acompanhado de nenhum direito. Pelo contrário, ao estabelecer a compensação simples da jornada de trabalho, retirou-se o adicional de hora extra e o direito do repouso semanal remunerado aos domingos.

Além disso, os comerciários que trabalham nesses dias não recebem horas-extras, vale-refeição e vale-transporte. Mais do que isso, não têm nenhum direito trabalhista específico, já que este é considerado um dia normal de trabalho. Se esse comerciário recusa-se a trabalhar, é demitido.

Para o consumidor, o cliente do comércio, dos shoppings e dos supermercados, a abertura do comércio aos domingos pode ser até mais cômoda. Mas não queremos nos dirigir a você, consumidor e cliente. Queremos nos dirigir a você pai e mãe com filhos para cuidar. Com casa para arrumar. Com vida social. Com obrigação religiosa. Com direito a ir ao cinema como todo o ser humano. Ir à praia como qualquer um. Trocar idéias com os amigos, almoçar na casa dos pais.

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Publicado em Artigos
Jaldo Ferreira Gomes

Jaldo Ferreira Gomes é diretor do Sindicomerciários/ES

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