Desprovido de um mínimo de decência ética e compaixão humana, senadores da base aliada e o próprio presidente ilegítimo, Michel Temer, utilizaram da comoção nacional provocada pela tragédia envolvendo o time da Chapecoense para tentar desviar o foco da sociedade brasileira e aprovaram, em primeiro turno, a toque de caixa e na calada da noite, como vampiros que sugam o sangue do trabalhador, a PEC que limita os gastos públicos. A matéria ainda será submetida a uma segunda votação.
Já no gabinete do presidente usurpador Michel Temer, também na terça-feira, em que o país se rendia em condolência e solidariedade às famílias e vítimas do acidente do time catarinense, era sancionada a lei que desobriga a Petrobrás de participar de todos os consórcios do pré-sal e altera regras de exploração de petróleo na camada (localizada entre 5 mil e 7 mil metros abaixo do nível do mar).
Na prática, a abertura escancara as jazidas de petróleo das camadas do pré-sal para a livre exploração das gigantes multinacionais do estrangeiras, que irão sugar todas as nossas riquezas e enviar para seus países sede, deixando para o Brasil apenas bagaço, desemprego e miséria.
Voltando à PEC 55, sua discussão está sendo conduzida à margem da maioria da população brasileira, e os mais pobres – que mais precisam dos serviços do Estado – vão pagar a conta desse ajuste, já que o governo não terá espaço de manobra para aumentar os gastos em serviços básicos como saúde e educação no momento em que a economia voltar a crescer.
Com a votação em primeiro turno no Senado, e se ela se mantiver em segundo turno, os congressistas estão alterando os dispositivos constitucionais de 1988 em um país extremamente desigual e no qual o poder público deveria ter justamente um papel contrário: o de adotar medidas redistributivas para ampliar os direitos e melhorar as condições de vida da população.
Com a crise econômica, os brasileiros estão usando mais os serviços públicos, e o recado que a PEC dá é que existe uma conta alta a ser paga e quem vai arcar com o custo dela é a população mais pobre. É uma política distributiva com sinal invertido e com um resultado previsível: a ampliação das desigualdades sociais no país.
Não à PEC 55!!!