Jeam Cabidelle
Jeam Carlos Vieira Cabidelle é Diretor do Sindicomerciários ES.
Sindicalizar é um ato individual e cidadão de cada trabalhador. Um gesto de afirmação do trabalhador como agente responsável pela transformação de sua própria condição econômica e social no local em que trabalha.
Ainda que seja agradável concorrer a prêmios, a questão de fundo na sindicalização não está em ser sorteado com produtos, por melhores que sejam. Mas em estar ligado a uma instituição que irá protegê-lo contra os desmandos patronais e de qualquer tipo de exploração por parte da empresa.
Mais do que isso, estar sindicalizado é ter a certeza de que se pode contar com um organismo que irá lutar pelos seus direitos na Justiça, caso esse direito tenha sido ilegalmente confiscado por seu patrão, ou na Convenção Coletiva de Trabalho, por ocasião da Campanha Salarial, quando anualmente o Sindicato negocia em seu nome a manutenção dos direitos atuais e a reivindicação de novas conquistas.
Por isso, quando o estimulamos para se sindicalizar, trata-se de um decisão que deverá ser tomada ao longo de sua vida profissional, independentemente da categoria em que se encontrar. Hoje você trabalha no comércio, portanto, nada mais natura do que e sindicalizar ao Sindicomerciários.
Mas amanhã você pode ir trabalhar na indústria, no serviço publico etc. Aí então, assim que sua Carteira for assinada você deverá procurar seu sindicato de classe para se filiar. Porque o que está em jogo é sua proteção como trabalhador e o seu crescimento profissional. Pense nisso. Sindicalize-se!
Há uma crise no país fabricada, insuflada pelo forte apoio midiático. A chamada mídia golpista assumiu um papel alarmista e desequilibrado que mais se assemelha a uma campanha publicitária para "vender" mais e mais crise.
Pesquisando na internet constatei que o Brasil real vivido no dia a dia anda em completo descompasso com o Brasil forjado nas redações dos jornais e telejornais da mídia conservadora. O resultado da minha pesquisa apresentou dados concretos de um Brasil em desenvolvimento e crescimento, "apesar da crise" alardeada pelas elites.
Aqui no Espírito Santo, por exemplo, estudo feito pelo Instituto Futura com empresários da Região Norte capixaba revelou que 75,8% dos empresários pretendem investir neste ano. Desse total, a maioria (32%), pretende ampliar a capacidade de produzir. Para o Instituto Futura a percepção da crise é maior do que a suposta crise propriamente dita. Isso porque 51,5% dos empresários da região acreditam em recuperação da economia já em 2016.
Em Salvador, "apesar da crise", o comércio da capital baiana apresentou um bom resultado durante as vendas de final de ano, com um crescimento considerável no setor, segundo o próprio Sindicato do Comércio local.
Mesmo no comércio eletrônico, "apesar da crise", esse setor vem crescendo e criando oportunidades para compradores e vendedores. Segundo relatório da Webshoppers, da E-Bit/Buscapé, o comércio eletrônico faturou R$ 18,6 bilhões de julho a dezembro de 2015, o que equivale a um crescimento nominal de 16%, comparado ao primeiro semestre do ano 2014. Tudo isso, "apesar da crise", que fique claro.
Em Mato Grosso do Sul, depois de muitas perspectivas de crise e de queda nas vendas, a Fetracom (Federação dos Trabalhadores do Comércio de Mato Grosso do Sul) divulgou que foram contratados 15 mil funcionários temporários no fim de ano. "Apesar da crise".
Em Santa Catarina. Entre os números que explicam as razões pelas quais aquele estado sente menos a recessão econômica está a geração de novos postos de trabalho nos setores de comércio e serviços. As empresas do comércio responderam por 4.868 vagas e as de serviços, 17.952. Isto ajudou o saldo total catarinense no período, que ficou em 8.211 novos empregos, o quinto lugar no ranking nacional dos Estados com melhor desempenho.
A pergunta que não quer calar é: afinal, a quem interessa pintar com cores fortes e desesperadoras uma crise que não é tão alarmista como a mídia tenta manipular para transparecer que seja? Certamente não interessa aos trabalhadores e trabalhadoras, mais interessados, isso sim, em vender honestamente sua força-de-trabalho para fazer frente à dificuldades circunstanciais e passageiras.