Entre todos os absurdos oferecidos pela proposta dos patrões, o reajuste do tíquete de alimentação é sem dúvida, além de bizarra, uma ofensa aos trabalhadores. Sugerir que R$ 0,70 fará alguma diferença na alimentação diária dos funcionários é extremamente desumano.
Enquanto o Sindicato reúne uma equipe para calcular a média dos gastos diários com alimentação, e chega ao valor de R$ 20 (diferença de R$ 6,80 dos atuais R$13,20), os empresários do setor sugerem que R$ 13,90 (R$ 0,70 de aumento sobre o valor atual) é mais do que suficiente para as despesas com a alimentação.
O diretor do Sindicomerciários, José Carlos Nunes, disse que a direção da entidade não medirá esforços para melhorar essas condições. “A direção do Sindicomerciários fará o que for preciso para reverter essa situação, vamos para rua, levaremos o nosso carro de som por todas as concessionárias do estado e se houver necessidade por lá ficaremos até que o diálogo seja retomado. Se não mudar nós iremos radicalizar”, conclui Nunes.
E o desrespeito para com o trabalhador não termina por ai. “Os representantes patronais também não dizem nada sobre o auxílio-creche”, protesta Nunes. Segundo ele, no comércio lojista e varejista o Sindicomerciários garante o auxílio-creche já há alguns anos. Toda lojinha de um ou dois funcionários é obrigada a pagar o benefício, Como é que uma concessionária, que nunca trabalha com menos de dez empregados, pode recusar a conceder esse auxílio?”, questiona.
Nunes também destaca que a manutenção dos benefícios sociais já assegurados, como seguro de vida, plano odontológico e de saúde é outro ponto de honra do Sindicomerciários e dos trabalhadores.
Mobilização já garantiu duas vitórias neste ano
Durante os feriados de sexta-feira santa e dia de Nossa Senha da Penha deste ano, as concessionárias Citroen (Vila Velha/Vitória) e Vitoriawagen (Vitória), respectivamente, tentaram de maneira tendenciosa obrigar seus funcionários a trabalhar. Contudo a direção do Sindicomerciários foi até as lojas citadas para, de forma amistosa, tentar reverter a situação em favor dos trabalhadores.
Dando as costas para os diretores do Sindicato, os representantes das empresas irredutivelmente mantiveram a decisão de abrir. Diante disto, o Sindicato, no exercício de seu direito, pressionou esses empresários com panfletagem, mobilização da categoria e esteve presente no feriado para parar o funcionamento da empresa com o carro de som. Não lhes deixando nenhuma alternativa, a não ser recuar da decisão, no mínimo equivocada, os patrões liberaram então os trabalhadores para usufruir dos feriados com seus familiares. A ação bem sucedida do Sindicato só comprova o quanto é importante o trabalhador reagir.