O presidente interino, Michel Temer, sinalizou nesta segunda-feira 4 que, enquanto não sabe se ficará definitivamente no poder, distribuirá um pacote de bondades, como já vem fazendo, mas que "a partir de certo momento começaremos com medidas impopulares".
A declaração foi feita em discurso na abertura na abertura do Global Agribusiness Forum 2016, em São Paulo. Por outro lado, ele indicou que já conta com a consumação do afastamento da presidente Dilma Rousseff, cuja votação está prevista para o final de agosto, ao fazer planos para "depois de agosto".
"Logo depois de agosto, eu pretendo viajar por vários países para incentivar investimento estrangeiro no Brasil", anunciou aos representantes do agronegócio, que entregaram um manifesto de apoio ao peemedebista durante o evento.
Em sua fala, Temer também admitiu que o reajuste dos salários do funcionalismo, que terá um impacto de cerca de R$ 60 bilhões até 2019 nos cofres públicos, teve como objetivo impedir greves durante seu período no poder.
"Digo com muita franqueza: se nós não fizéssemos aquele acordo que fora estabelecido lá atrás, em níveis abaixo da inflação... poderíamos ter greve no funcionalismo Judiciário, no Ministério Público, nos vários setores essenciais, seria uma coisa extremamente e politicamente muito desastrosa para o governo e para o país", disse.
O interino também invocou o nome de Deus ao dizer que recebe ajuda para governar o País. "Eu digo que sim, tem espiritualidade, religiosidade, especialmente a palavra religião, que vem de "religio", de religar. No nosso trabalho só vamos fazer a pacificação nacional do nosso povo se religar todos os brasileiros, por isso invoco a palavra de Deus", declarou.