Movimentos sindical, social e oposição ao governo resistiram por mais de seis horas, tentando votar destaques que remeteriam projeto de volta à Câmara, mas base de Temer composta majoritariamente por PMDB e PSDB não quis debate: atropelou e aprovou retirada de direitos.
O dia 11 de julho de 2017 vai entrar para a história do Brasil como a data em que os trabalhadores começaram a perder todos os seus direitos. Por 50 votos a favor, 26 contra e uma abstenção, os senadores aprovaram o PLC 38/2017, o desmonte trabalhista de autoria do governo Temer, com apoio de banqueiros, maus empresários e industriários.
Jakson Andrade, presidente do Sindicomerciários/ES, lamentou. “Travamos toda luta que esteve ao alcance dos movimentos social e sindical, mas, a partir de agora, direitos duramente defendidos pelos trabalhadores no dia a dia da relação desigual entre empregados e patrões deixarão de existir”, disse. “Fizemos de um tudo na defesa dos direitos dos trabalhadores, sobretudo os comerciários que sofrem tanto, mas os que mais lucram nesse país venceram e vão lucrar muito mais, agora à custa da precarização do trabalho.”
O dirigente afirma, no entanto, que o momento é de os trabalhadores aumentarem ainda mais a mobilização. “Nos próximos meses nossa Campanha Salarial será deflagrada, os comerciários são uma categoria forte e temos de nos manter unidos e organizados, reagindo pontualmente a cada tentativa de retira de direitos. Não vamos aceitar calados que os empresários avancem contra nossas conquistas.”
Resistência – Senadoras de partidos de oposição ao governo Temer – Gleisi Hoffmann (PT-PR), Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), Fátima Bezerra (PT-RN), Regina Sousa (PT-PI), Lídice da Mata (PSB-BA) – ocuparam a mesa do Senado, na tentativa de conduzir uma votação que garantisse amplo debate. O presidente da Casa, Eunício Oliveira, mandou cortar os microfones e apagar as luzes do plenário. Foram mais de seis horas de resistência na tentativa de barrar o projeto.