Ainda pior que a de Temer, PEC prevê aposentadoria de 65 anos para homens e mulheres e trabalhador será obrigado a abrir capitalização que joga toda a responsabilidade na mão do contribuinte.
A proposta de Bolsonaro para a reforma daPrevidência ainda está sendo formulada, mas alguns dos pontos mais cruéis da mudança na aposentadoria do trabalhador já começam a ser revelados. Um deles é a sugestão de idade mínima de 65 anos para homens e mulheres e a obrigatoriedade da capitalização, que responsabiliza somente o próprio empregado a garantir seus rendimentos futuros.
A informação foi divulgada pelo jornal Estadão e confirmada por membros da equipe econômica do governo – o texto final da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) deve ser apresentado até o fim de fevereiro. Para se ter ideia, nem mesmo o golpista Temer, notório por atacar os direitos do povo brasileiro, teve a audácia de sugerir tamanhos retrocessos e previa a idade mínima sugerida para homens aos 65 anos e para mulheres, 62.
Outro temor da população brasileira é que Bolsonaro acabe com a aposentadoria por tempo de contribuição, fato que o atual mandatário do Palácio do Planalto já deu carta branca para que seja colocada em prática. Conforme a proposta revelada pelo jornal, o tempo mínimo de contribuição saltará de 15 para 20 anos e quem solicitar o benefício neste quesito terá direito à somente 60% da aposentadoria. Para chegar aos 100%, é preciso trabalhar por mais duas décadas, o que resulta em 40 anos de contribuição.
Capitalização nefasta
Na proposta de Bolsonaro, o sistema de capitalização será de "caráter obrigatório" nos mesmos moldes usados no Chile, país que o ministro Paulo Guedes usa como referência de "modelo bem sucedido". O problema é que no país, a aposentadoria como está já se mostrou um desastre.
Implementado nos anos 1980, durante a ditadura Pinochet, a previdência chilena hoje está sendo criticada pela população e por economistas, pois é muito baixa. O governo de centro-direita de Sebastián Piñera estuda proposta para elevar os descontos mensais dos salários dos trabalhadores, de modo que eles possam receber mais quando se aposentarem.
O sistema de capitalização implementado no governo de Pinochet levou milhões de idosos a viverem na pobreza, com 90% dos aposentados recebendo metade de um salário mínimo. Quem sai ganhando, na verdade é o sistema financeiro, já que mais pessoas acabarão buscando alternativas no setor privado para compensar a destruição do sistema público.
Da Redação da Agência de notícias