Se o Congresso Nacional aprovar a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) da reforma da Previdência do governo Bolsonaro, milhões de trabalhadores e trabalhadoras não vão conseguir se aposentar. Entre os quais, os empregados do comércio de todo o país, que serão um dos profissionais mais afetados. "Muitos vão contribuir a vida inteira, ralando duro em chão de loja e sequer verão a cor do dinheiro da aposentadoria", protestou o presidente do Sindicomerciários, Rodrigo Rocha.
Jakson criticou duramente a PEC do Bolsonaro, sobretudo por penalizar preferencialmente os trabalhadores mais pobres, dificultando a aposentadoria e reduzindo o valor dos benefícios. A PEC obriga os trabalhadores a se aposentar com 65 anos (homens) e 62 (mulheres), aumenta o tempo de contribuição de 15 para 20 anos e extingue a aposentadoria por tempo de contribuição. Quem quiser receber 100% do valor do benéfico terá de contribuir durante 40 anos. Se passar de 40 anos, recebe mais de 100%. "Morrer antes é mais garantido do que você receber o dinheiro que contribuiu a vida inteira", ataca Rodrigo.
Segundo o dirigente, os comerciários brasileiros são os que mais contribuem anualmente com o INSS, em torno de R$ 10 bilhões. Poucos, no entanto, irão usufruir dessa contribuição, uma vez que dificilmente se aposentarão. Sobretudo por conta da alta rotatividade no comércio, que faz com quem um comerciário dificilmente permaneça mais de um ano em uma única empresa.
"O governo Bolsonaro vai conseguir o que sempre quis: diminuir o gasto com a Previdência de baixa renda e favorecer o mercado financeiro", finaliza Rodrigo, segundo o qual "esse Congresso que foi eleito está fechado com a reforma. Só a mobilização popular poderá ainda fazer com que eles pensem duas vezes antes de aprovar essa reforma".