A 5ª edição da Marcha das Margaridas mobilizou milhares de trabalhadoras e trabalhadores do campo e da cidade de todas as regiões do país, que caminharam em um ato pela Esplanada dos Ministérios, em Brasília, na manhã desta quarta-feira (12). O objetivo do protesto é chamar a atenção para a luta pela reforma agrária, soberania alimentar, igualdade de direitos e o fim da violência contra a mulher.
Neste ano, a organização incluiu na pauta a defesa da democracia, rechaçando as tentativas de impeachment da presidenta Dilma Rousseff. O Sindicomerciários e a CUT/ES estiverem presentes mais uma vez nessa luta.
As diretoras Gerúsia Viana, Luciene Ferreira e Josinete Fonseca, representaram as mulheres comerciárias capixabas, já os diretores Jaldo Ferreira, Jeam Cabidelle e Vanderlei Soares, também participaram da marcha em respeito a causa, demonstrando total apoio as mulheres manifestantes.
Aos gritos de “não vai ter golpe”, as manifestantes se reuniram em torno do Congresso Nacional ao fim da passeata. Do carro de som, um alerta: “Não é um abraço no Congresso. É um arrocho. Vamos arrochar esses cabras”. Maria Rita Fernandes, uma das lideranças do evento, afirmou que a ideia é expressar apoio a Dilma, diante das reiteradas ações da oposição para derrubá-la do posto. De acordo com a organização, mais de 100 mil pessoas participaram do ato na capital.
Para a coordenadora-geral da Marcha, Alessandra Lunas, a atual crise política é fomentada por setores da imprensa que não têm compromisso com a democracia no país. Entre outras pautas, ela ressaltou a defesa do Estado laico, dos direitos sexuais e reprodutivos das mulheres e a postura contra a redução da maioridade penal. Na programação, está prevista para a tarde a solenidade com a presidenta, que deve dar uma resposta às reivindicações entregues ao governo pelo movimento. “A Marcha não voltará de sacola vazia”, disse Lunas a respeito do encontro.
Histórico
A Marcha das Margaridas é coordenada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag) e outras onze entidades parceiras. O evento foi criado em homenagem a Margarida Maria Alves, assassinada em 1983 por um latifundiário que se sentia ameaçado pela luta constante da ativista. Ela era presidente do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras de Alagoa Grande, na Paraíba, e morreu com um tiro de espingarda no dia 12 de agosto, aos 50 anos.