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Sindicalistas pedem PT mais perto das bases

Promover filiações de sindicalistas e sindicalizados ao PT, reativar ou fortalecer os setoriais sindicais dentro do partido e participar das atividades partidárias com frequência. Cobrar e abrir mais espaço para lideranças trabalhistas dentro da legenda e não submetê-la à lógica predominante dos mandatos parlamentares e executivos.

Essas são algumas das propostas para revitalizar o PT e defender sua história e conquistas, debatidas na manhã desta sexta-feira, 27, no Encontro Nacional dos Sindicalistas do PT, realizado no auditório do Sindicato dos Químicos de São Paulo. O encontro foi uma iniciativa da Secretaria Sindical Nacional do PT.

E, como não poderia deixar de ser, o “Fora Levy” foi entoado como grito de guerra pelo plenário, pedindo mudanças na política econômica adotada, fortemente orientada pela austeridade fiscal.

O presidente da CSI João Felício, cuja fala abriu o encontro, sintetizou assim o espírito da atividade: “Nós não estamos aqui para disputar cargos no PT (...) nem cogitamos deixá-lo. Quem está saindo do PT num momento como esse, para nós, nunca foi petista”, disse, destacando aqueles que se filiaram ao partido na esteira da eleição de Lula presidente.

O ex-tesoureiro do PT e da CUT, João Vaccari Neto, foi lembrado como exemplo de militante partidário honesto e leal, preso pela Lava Jato sem nenhuma prova, ao arrepio da legislação e da Constituição brasileiras. Faixa no auditório pedia liberdade imediata para Vaccari.

Por outro lado, o senador Delcídio Amaral, preso esta semana pela mesma Lava Jato, foi citado como exemplo negativo de aproximação com setores estranhos à história e aos princípios que deram origem ao PT.

Coube ao advogado Luiz Eduardo Greenhalg fazer um resumo da Operação Lava Jato, que criticou por, entre outras razões, desprezar o Código de Processo Penal e a Constituição, quebrando portanto a lei, com o claro objetivo de atacar o PT e suas lideranças. Segundo o advogado, a operação é seletiva e poupa dirigentes de outras legendas.

O presidente da CUT São Paulo Douglas Izzo elogiou recentes manifestações das quais a CUT participou, citando-as como ferramentas para romper a crise que se abate sobre o PT e estreitar as relações com o movimento sindical. Ele lembrou especialmente da Marcha das Mulheres Negras, “que enfrentou os reacionários em Brasília” (leia mais aqui). Professor da rede estadual de ensino paulista, Douglas também destacou o movimento de estudantes que ocupa mais de uma centena de escolas atualmente, contra projeto de reorganização do ensino do governo do PSDB, que na prática pretende fechar 94 escolas.

O deputado federal Vicente Cândido (SP) apresentou durante o encontro a síntese de um projeto de reforma tributária que a bancada do PT promete encaminhar ao Congresso ainda este ano. Na proposta, bandeiras historicamente defendidas pela CUT, como o imposto sobre grandes fortunas e uma tabela de imposto de renda progressiva, pela qual quem ganha menos paga menos - ou paga nada, quando o salário estiver abaixo do salário mínimo necessário defendido pelo Dieese – e quem ganha mais, paga mais.

Rui Falcão, presidente nacional do PT, participou da abertura do encontro. Reiterou que os ataques do Judiciário e da mídia têm como verdadeiro objetivo acabar com o PT, travestidos de campanha por moralidade e correção. Ele também mencionou a aprovação do projeto que garante direito de resposta na mídia como um novo instrumento que pode ajudar o partido neste combate.

No encontro, os sindicalistas cutistas também reapresentaram carta aberta ao PT, entregue oficilamente durante o 5º Congresso do partido, em junho deste ano. Na manhã desta sexta, também participaram dos debates na sede dos Químicos dirigentes sindicais de outras centrais.

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Publicado em Destaques

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