O Sindicomerciários é a favor da democracia, da legalidade e da ordem constitucional, por isso transcreve a nota abaixo repudiando a atitude desesperada do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, de autorizar a abertura do processo de impeachment contra a presidente da República, Dilma Rousseff, sem qualquer base legal.
O Brasil está diante da seguinte encruzilhada: de um lado, Eduardo Cunha. De outro, a democracia. Para tentar desvirtuar o foco das denúncias contra si mesmo, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, aceitou o pedido de impeachment contra a presidenta Dilma Rousseff. O presidente nacional do PT, Rui Falcão, recorreu a uma frase que remete à Guerra Civil espanhola (1936-1939) para se manifestar sobre a decisão do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), de aceitar a abertura de um processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff. "Golpistas não passarão", escreveu o petista em uma rede social com a marcação #NãoVaiTerGolpe. O teólogo Leonardo Boff, autor de diversos livros e da Teologia da Libertação, que exerceu forte influência sobre o Papa Francisco, escreveu duro artigo sobre o absurdo quadro brasileiro, em que Eduardo Cunha, réu por corrupção e lavagem de dinheiro, abre processo contra a presidente Dilma Rousseff.
"É vergonhoso que a Câmara seja presidida por uma pessoa sem qualquer vinculação com a verdade e com o que é reto e decente. Manipula, pressiona deputados, cria obstáculos para o Conselho de Ética. Mais vergonhoso ainda é ele, cinicamente, presidir uma sessão na qual se decide a aceitação do impedimento de uma pessoa corretíssima e irreprochável como é a Presidenta Dilma Rousseff", diz o teólogo Leonardo Boff; "Seu ato irresponsável pode lançar a nação em um grave retrocesso, abalando a jovem democracia, que, com vítimas e sangue, foi duramente conquistada"
Como escreveu o jornalista Paulo Nogueira, as rajadas de Eduardo Cunha só poderão atingir o vento, figurativamente. "Mesmo num universo político doentio como o brasileiro, Cunha não pode, no final, destruir a democracia". Porque é disso que se trata, diz Nogueira, da destruição da democracia. Do retrocesso do Brasil rumo a 1964. "O rosto, a alma, o coração do golpe é Eduardo Cunha. Quem se associar à tentativa de golpe de Cunha será comparsa num crime de lesa pátria. E todos os congressistas sabem disso". Para o jornalista a motivação dele é a mais baixa, a mais sórdida possível. Ele está consumando uma chantagem suja, uma vingança abjeta.
"O Brasil está diante da seguinte encruzilhada: de um lado, Eduardo Cunha. De outro, a democracia", diz. O que tem de ser julgado é o seguinte: Dilma cometeu um crime? Vamos ter de encarar os fatos. Se houver provas, tudo bem, é democracia. Se não houver, é golpe. Simples assim. A democracia vai triunfar.