Políticos gaúchos e catarinenses cobraram hoje a criação de uma Frente Parlamentar Mista no Congresso Nacional pelo Fim da Violência contra as Mulheres. A Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul foi pioneira na ideia – também presente em 51 câmaras de Vereadores do estado, além da Assembleia Legislativa de Santa Catarina. Uma audiência pública, na Comissão de Direitos Humanos do Senado, reuniu representantes dessas frentes, de movimentos sociais e senadores.
“Queremos que o Senado e a Câmara possam ter também a Frente Parlamentar de Homens [pelo Fim da Violência contra as Mulheres] porque é daqui, da nossa capital federal, que podemos encorajar outros parlamentares do Brasil a também criar o grupo no seu estado, nas suas comunidades, para debater esse assunto e ajudar a fazer essa transformação da cultura machista”, disse o coordenador da Frente no Rio Grande do Sul, Edegar Pretto.
Segundo ele, os parlamentares precisam usar a tribuna para cobrar mais recursos e mais políticas públicas que combatam a violência contra a mulher. O senador Paulo Paim (PT-RS) destacou a importância da iniciativa, sobretudo por ser pioneira numa região culturalmente machista como é o Sul do país. Paim garantiu que, tão logo as assinaturas de adesão para a frente sejam recolhidas entre deputados e senadores, o grupo será criado também no âmbito do Congresso.
Durante a audiência pública no Senado o grupo reconheceu avanços do governo federal no enfrentamento da questão como a criação da Secretaria de Políticas para as Mulheres, a Central de Atendimento à Mulher 180 e o Programa Mulher Viver sem Violência, mas por meio de uma carta reivindicaram mais delegacias especializadas de atendimento a mulher, além da instalação de juizados de violência doméstica e familiar contra a mulher, mais casas abrigo e centros e reeducação de agressores.
Edegar Pretto também pediu apoio dos parlamentares para que na Copa do Mundo o Brasil promova campanha de combate à violência contra a mulher. O deputado gaúcho tenta também uma audiência com o ministro da justiça, José Eduardo Cardozo, para debater o tema.