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Imprensa Sindical

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Segunda, 27 Julho 2015 23:58

Comerciários e comerciárias de Venda Nova do Imigrante e região mais uma vez deram um show dentro e fora de campo durante o VI Torneiro de Society realizado pelo Sindicomerciários. O evento foi domingo, 26, na Área de Lazer/Piscina Avance.

Esse ano sete equipes participaram do torneio, e mais uma vez a final foi entre os times do Betini Móveis e Pagotto Supermercados. No entanto, dessa vez quem levou a melhor foi o time do Pagotto. 2x0 na final com gols dos artilheiros, Robson (camisa 02) e Robson (camisa 11).

Logo após os jogos foi realizada a cerimônia de entrega dos troféus. Além dos times, foram premiados também os artilheiros da competição, que este ano ficou dividido entre os atletas, Robson (camisa 02) e Robson (camisa 11). E o goleiro menos vazado da competição, Wellington Barbosa. Os três atletas são do time campeão.

Terminado a entrega dos troféus, o forró ficou por conta do cantor Raian Sart’y. Mais uma vez os comerciários e comerciárias compareceram em massa e a diversão contagiou todos os presentes. A diretora da Sede Regional de Venda Nova, Josinete Fonseca, comemorou o sucesso do evento, “esse é o quarto ano que o Sindicomerciários realiza esse evento em Venda Nova, e novamente os trabalhadores comerciários deram um show na participação”.

A dirigente aproveitou ainda para lembrar aos trabalhadores da Festa de Confraternização no próximo 7 de setembro. “Agora espero contar com todo mundo na nossa Vigésima terceira festa de Confraternização dos comerciários no dia 7 de setembro no Sesc de Santa Cruz/Aracruz”.

Estiveram presentes no evento para prestigiar os atletas os diretores de Cachoeiro de Itapemirim, Agnaldo Sassá e Gerúsia Gonçalvez, de Vitória, Jaldo Ferreira, Jeam Cabidelle e Warlley Giacomim, Para finalizar o evento diversos prêmios foram sorteados aos comerciários filiados.

Sexta, 24 Julho 2015 00:31

Ao analisarmos a temática da mulher negra, pesquisas realizadas nos últimos anos demonstram a gravidade da situação enfrentada: a mulher negra apresenta o menor nível de escolaridade, trabalha mais, porém com rendimento mínimo, em condições precárias e de informalidade; e as poucas que conseguem romper as barreiras do preconceito e da discriminação racial e ascender socialmente necessitam se empenhar mais e abdicar de outros aspectos de suas vidas, como lazer, relacionamento, maternidade.

Esta realidade, que manifesta resquícios do período de escravidão, tem sido transformada através da luta e da organização das mulheres negras na América Latina e no Caribe. Apesar de ainda em desvantagem, mais mulheres e, mais mulheres negras estão se inserindo na universidade e no mercado de trabalho, estão conquistando espaços importantes na economia, na sociedade, na política. Essas mulheres estão lutando para transformar a realidade, superar as desigualdades e construir uma nova cultura na sociedade, de combate à opressão de gênero e ao racismo.

O Dia Internacional da Mulher Negra Latino Americana e Caribenha, comemorado em 25 de julho, é mais do que uma data comemorativa; é um marco internacional da luta e resistência da mulher negra contra a opressão de gênero, o racismo e a exploração de classe. Foi instituído, em 1992, no I Encontro de Mulheres Afro-Latino-Americanas e Afro-caribenhas, para dar visibilidade e reconhecimento a presença e a luta das mulheres negras nesse continente.

Este dia nos coloca a importância de fortalecer laços com a América Latina e Caribe, de reconstruir estas relações com as cidades latinas, por uma rede de solidariedade e constituição de acordos e políticas internacionais.

Terça, 21 Julho 2015 18:18

A equipe do Supermercado Casagrande conquistou o Tricampeonato do torneio dos Comerciários de Guarapari. A disputa foi no último domingo, 5 de julho, no Campo 22 Esportes em Guarapari. A medalha de prata e o título de Vice Campeão ficaram com a equipe do Extrabom. O time do Casagrande goleou por 9x2 o Extrabom.

Além dos times premiados, também receberam troféus, o artilheiro da competição, Ricardo do Casagrande (marcou 12 vezes), e o goleiro menos vazado que também é do Casagrande, Sávio. Após a entrega das medalhas diversos brindes foram sorteados aos comerciários presentes.

Os diretores, Jaldo Ferreira, Jeam Cabidelle, Luciene Ferreira e Warlley Giacomim, estiveram presentes no evento e prestigiaram os atletas comerciários que participaram do torneio. A diretora da Sede Regional de Guarapari, Luciene Ferreira, agradeceu a participação dos comerciários e comerciárias e aproveitou para lembrar da festa de confraternização da categoria no 7 de setembro.

“A diretoria do sindicato agradece mais uma vez a participação de todos vocês no evento, e esperamos contar com a categoria para nossa tão esperada festa de confraternização no 7 de setembro, lá no Sesc em Aracruz”, finalizou.

Terça, 21 Julho 2015 18:12

Em uma pesquisa que avalia a relação entre a idade laboral (início da vida profissional) e educação, o IPEA (Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas) aponta que quanto melhor a renda, mais tempo o jovem brasileiro retarda a entrada no mercado de trabalho e investe no estudo.

Segundo o estudo coordenado pelo instituto, em 1998, o índice de jovens entre 15 e 17 anos que já trabalhavam era de 45%, e em 2008, caiu para 37%. De acordo com o levantamento, a elevação da renda da família permite que os filhos busquem qualificação e, consequentemente, melhores salários e condições de trabalho.

A tendência, portanto, de qualquer país civilizado seria ampliar e não diminuir o tempo até o ingresso no mercado de trabalho. Porém, duas PECs (Proposta de Emenda à Constituição), a 18/2011, do deputado Dilceu Sperafico (PP-PR), e a 35/2011, de Onofre Agostini (DEM-SC), alteram o artigo 7º da Constituição para reduzir de 16 para 14 anos a idade a partir da qual o trabalho é permitido.

As propostas vão contra o princípio de proteção integral à criança e ao jovem, explicitados na Constituição, no ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) e no Estatuto da Juventude. De acordo com a Carta Magna, o trabalho noturno, perigoso ou insalubre é proibido para menor de 16 anos. O trabalho só é permito de 14 a 15 anos na condição de aprendiz, mas, ainda assim, fora dessas condições.

Em 2014, o Brasil atingiu a menor taxa da história em trabalho infantil, mas são mais de três milhões de crianças e adolescentes nessa condição, com jornadas médias de 27 horas semanais e rendimento na faixa dos R$ 577 mensais.

Entre 2000 e 2010, foram apresentadas na Câmara Federal cinco propostas pela redução da idade mínima para trabalhar, sem que nenhuma delas obtivesse aprovação perante a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Foram arquivadas definitivamente.

Porém, a recente onda conservadora e de ataques a direitos trabalhistas e humanos abre espaço para que alguns deputados invistam em propostas de redução da idade mínima ao trabalho. Para o Secretário Nacional da Juventude da CUT, Alfredo dos Santos Júnior, as propostas são uma forma de diminuir o custo da mão de obra e ressalta: se filho de deputado trabalhasse aos 14, o tema não estaria em pauta.

Há atualmente duas PECs que tentam reduzir a idade mínima para admissão no emprego. Como a Juventude da CUT se posiciona sobre esse tema?

Alfredo dos Santos – Primeiro, entendemos como inconstitucional a tramitação dessa PEC, porque é um direito fundamental, ao não-trabalho, ao estudo e é um retrocesso do ponto de vista social. Deveríamos estar discutindo a implementação do ECA e não mecanismos que dificultem o acesso do jovem ao estudo. O filho do pobre começa a trabalhar mais cedo, enquanto o filho do rico só entra no mercado de trabalho após a conclusão dos estudos.

Você vê relação entre a redução da idade para trabalhar e a redução da maioridade penal?

Alfredo – Sem dúvida. Há uma pauta de retrocessos e retirada de direitos tramitando no Congresso Nacional, que podem levar a outras discussões como a permissão de jovens atuarem em atividades periculosas e uma série de questões que criminalizarão o jovem pobre de periferia. Há uma ideia equivocada de que o trabalho é uma maneira de tirar o jovem da rua, ocupar seu tempo, mas isso é uma farsa. O jovem não trabalha para ocupar o tempo e sim por necessidade financeira.

A gente acredita que devam existir mecanismos que possam fazer com que o jovem não precise trabalhar, possa dedicar mais tempo ao estudo, por meio de acesso ao financiamento estudantil. Para que quando ingresse no mercado de trabalho, entre em condições melhores e não precarizadas. Hoje ele começa muito cedo, abandona os estudos para se dedicar mais ao trabalho e esse ciclo se repete.

O filho do pobre começa a trabalhar cedo e como começa a trabalhar cedo abandona os estudos. Como abandona os estudos é mal remunerado. Um ciclo de reprodução da pobreza que, para ser quebrado, precisamos que o jovem permaneça mais tempo nos estudos e dedicado exclusivamente a eles.

Mas até que consigamos fazer com que fique dedicado exclusivamente aos estudos, a renda dele permanece importante. Como fazer para que essa renda não seja fundamental?

Alfredo – Alguns mecanismos o governo já tem, como o Bolsa-Família e a política de valorização do salário mínimo, que são políticas de elevação de renda da família e promovem um retardo da entrada de jovens no mercado de trabalho. Outro mecanismo é o financiamento da inatividade laboral, como o financiamento estudantil, ProUni, Fies ou uma bolsa para o jovem e não para a família para que possa se dedicar exclusivamente aos estudos e não precise trabalhar.

Na medida em que melhora a renda dos pais, na medida em que garante acesso à educação, saúde, na medida em que tem a presença do Estado, o jovem será menos pressionado a trabalhar porque a família terá condições de renda e vida melhor.

A idade de 16 anos é a ideal para início das atividades profissionais?

Alfredo – Na verdade, 16 é muito baixa ainda, deveríamos discutir a ampliação e não a diminuição. Se consideramos as normas laborais das quais o Brasil é signatário, vincularemos a idade laboral ao tempo de estudo e os 16 anos foram pensados lá atrás quando o período escolar obrigatório no Brasil era de cinco a 16 anos. Hoje é de quatro a 17 anos. Em tese, deveríamos discutir a ampliação da idade laboral de 16 para 17. Defendemos que o jovem ingresse no mercado de trabalho apenas após a conclusão do ciclo escolar ou técnico e profissionalizante.


A conciliação do estudo com a jornada de trabalho extensa que temos hoje, com as condições de trabalho e transporte é muito difícil e favorece que os jovens abandonem os estudos. Hoje, no Brasil, a idade laboral é a partir dos 16 anos, mas a partir dos 14 o jovem já pode trabalhar na condição de aprendiz. O problema é que na condição de aprendiz, aquele funcionário precisará estudar. O que esses parlamentares estão querendo é empregar pessoas de 14 anos e não ter como contrapartida que o jovem esteja estudando.

Um Congresso velho, masculino e financiado por empresas dificulta que pautas de públicos fora desse perfil avancem?

Alfredo – No debate da CCJ, um parlamentar desafiou qualquer um dos deputados da Câmara que colocassem os filhos para trabalhar aos 14 anos. Se começarem a olhar para o jovem brasileiro como olham para os filhos, com certeza teríamos a legislação defendendo ampliação de direitos e não redução. Tenho certeza que nenhum filho de classe média e alta começa a trabalhar com 14, 16 anos. Ao contrário, a maioria só inicia após a conclusão da universidade.

O que a gente precisa, não necessariamente é jovem produzindo política para jovem, negro produzindo política para negro, mas de parlamentares verdadeiramente comprometidos com a humanidade e busquem o respeito ao direito individual e coletivo. A juventude precisa de mais presença do Estado nas periferias.

A discussão sobre a legalização do trabalho infantil esconde o desejo de reduzir o custo da mão de obra no Brasil e representa o pagamento, pelos parlamentares, das dívidas de campanha financiadas pelos empresários. Numa manobra que acaba por pressionar todo o mercado de trabalho a reduzir o custo da mão de obra como um todo. Obviamente, o jovem que trabalha oito horas, estuda à noite e fica mais duas horas no ônibus para se locomover terá muito menos acesso à cultura e lazer. Não só a formação acadêmica e escolar fica comprometida, mas também cultural e familiar.

Desconheço qualquer entidade jurídica, seja o Ministério Público do Trabalho, Anamatra (Associação Nacional dos Magistrados da Justiça) ou OAB (Ordema dos Advogados do Brasil), favorável á proposta. Acredito que esse não é um momento em que a classe trabalhadora possa reivindicar direitos a partir de lobby no Congresso Nacional. Esse é um momento de luta de classes em que devemos disputar os rumos do Estado brasileiro a partir das ruas, da mobilização, de greves, passeatas e manifestações. É a única forma de impedir que esses parlamentares avancem nessa pauta de retirada de direitos que avança no Congresso.

Terça, 21 Julho 2015 18:10

Com 43 anos, o juiz de direito Cível André Bezerra preside um movimento organizado de juízes progressistas, todos em atividade, chamado Associação Juízes pela Democracia. Segundo Bezerra, que atua na capital paulista, são “algumas centenas” de integrantes espalhados pelo Brasil. A associação foi fundada há 25 anos, com o objetivo de ajudar a implementar a Constituição e de democratizar o próprio Poder Judiciário.

Na entrevista a seguir, o magistrado lança dúvidas sobre a condução da operação Lava Jato, que deveria estar correndo em segredo de Justiça, e diz que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, está descumprindo a Constituição.

Sobre a possibilidade de impeachment da presidenta Dilma, ele é direto: “Embora esteja previsto na Constituição, o impeachment tem de ter fundamento. Se não há fundamento, o impeachment vira um golpe. É o chamado golpe paraguaio, o golpe da moda na América Latina no século XXI, o golpe com verniz constitucional.”

Juiz, como você tem visto o atual estado de coisas no Brasil? Refiro-me aqui à Operação Lava Jato, em primeiro lugar.

Não sou um especialista na área criminal e não conheço o processo. Um juiz costuma evitar falar sobre qualquer caso em trâmite se não vir o processo. Porque nem sempre aquilo que é divulgado é o que vem sendo de fato apurado, a imprensa destaca alguns aspectos e ignora outros que foram apurados, então fica muito difícil tecer comentários sem efetivamente ter acesso ao que está acontecendo. Mas o que mais me preocupa neste caso é o vazamento seletivo de informações. Isso ficou muito claro no período eleitoral, com a divulgação de supostas delações de algumas pessoas sobre outras, sendo que havia mais delações. Ao que parece, e digo isso porque não se sabe se o que é divulgado é o que está sendo efetivamente investigado, isso visava prejudicar um determinado grupo político. E o Poder Judiciário não pode permitir isso, que um caso que esteja sendo investigado seja usado para fins eleitoreiros. Ainda mais num processo criminal, em que você discute a liberdade da pessoa que está sendo acusada.

A quem caberia, ou cabe, a observância dessas regras, ou a correção de rumos do Judiciário?

Em primeiro lugar, a quem preside o processo. A correção de rumos cabe ao juiz do caso.

Ou seja, ao juiz Sérgio Moro.

Eu não sei se está havendo alguma determinação de apurar isso, mas o fato é que está havendo vazamento de informações do caso. Pelo menos é o que a imprensa diz.

E a quem caberia o papel correcional sobre o juiz?

São dois. O Poder Judiciário brasileiro é controlado por um órgão interno, as corregedorias, e o juiz está, como todos os demais – exceto o STF, que não está submetido a isso – subordinado a um órgão de controle externo, que é o Conselho Nacional de Justiça.

Então é possível deduzir que o Conselho Nacional de Justiça não está cumprindo este papel?

Eu não sei, é muito difícil dizer. O que eu sei sobre a Lava Jato é o que quase todos sabem, ou seja, o que sai nos jornais. É bom lembrar que são réus que têm grandes defensores, renomados, consagrados, que devem saber o que fazer. Eu não sei se algo neste sentido está sendo feito.

É que no caso da imprensa, pouco os defensores podem fazer. Por mais competentes e renomados que sejam.

Não, no caso da imprensa não. É um reflexo da imprensa brasileira a cobertura do caso. É uma imprensa oligopolizada, que defende os interesses de determinado grupo, e faz vazamentos seletivos. Não dá a explicação necessária do caso e parece que coloca a delação como uma prova definitiva. A deleção é um caminho para a investigação, mas não tem esse caráter probatório que a mídia fala. “Não sei quem delatou tal político, então o político é culpado”. Isso não existe. Você não sabe se o delator está falando a verdade.

A rigor, essa investigação deveria estar ocorrendo de maneira sigilosa?

Sim, foi decretado segredo de justiça no caso, então deveria estar ocorrendo sob o mais absoluto sigilo.

Paralelamente, temos assistido a atuação do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, que me parece uma coisa inédita na história brasileira, ao menos no período pós-redemocratização. Projetos sendo aprovados à toque de caixa, projetos que são rejeitados num dia e que voltam à pauta no dia seguinte. Isso representa, na sua opinião, uma ameaça ao Estado de Direito?

Acho que representa uma ameaça muito séria. É sempre importante lembrar que quando um país promulga uma Constituição, como o Brasil fez em 1988, não muda da noite para o dia, pois a norma não tem o poder de mudar a realidade. Só que a Constituição indica um projeto de país. Quando ela fala que seu objetivo é construir uma nação justa, livre e solidária, ela está dizendo que o Estado tem de agir conforme este projeto. Qualquer ação em sentido contrário a isso é uma ação inconstitucional. É uma ação portanto antijurídica. Os projetos que têm sido aprovados, mesmo aqueles aprovados em primeiro turno, vão na direção contrária desse projeto, de uma sociedade livre, justa e solidária. De temas inusitados como o fim da rotulagem dos transgênicos – que quem estava afastado do dia-a-dia da pauta do Congresso, nem sabia – à redução da maioridade penal, e esta com uma manobra absolutamente inconstitucional, pois não aceitou o resultado da primeira votação. E com uma manobra que ignorou a própria Constituição.

Mas ele e seus defensores alegam que agiu dentro dos limites do regimento, das margens. Isso é um fato?

Olha, agir dentro das margens é a fonte de toda a violação jurídica neste país. “Direito social é só um preceito programático, enquanto o direito à propriedade é uma norma jurídica” e coisas do tipo. A gente tem de tomar muito cuidado com esse tipo de argumento. O Gabriel Garcia Marquez, em “Cem Anos de Solidão”, fala das multinacionais que atuam em Macondo e que provocam mil malefícios à população, só que na hora dos processos, elas sempre escapam por essas margens. Ele tem até uma expressão: “delírio hermenêutico e ilusionismo do direito”. Então se faz um delírio de interpretação para entrar nessas margens. Interessante: o relator do mandado de segurança impetrado pelos deputados não afastou a hipótese de ilegalidade (na condução da votação da redução da maioridade penal por Eduardo Cunha). Ele ainda não indeferiu a liminar, então a possibilidade existe. Não é uma batalha perdida, ainda. O ministro Celso de Mello (do STF) apenas disse que não era preciso dar a liminar naquele momento, que ela pode ser dada depois (no dia seguinte à aprovação da redução da maioridade penal em primeiro turno, um grupo de 102 deputados ingressou com mandado de segurança no STF).

Ou seja, a matéria ainda está em análise no Supremo. A impressão que ficou, a partir de uma leitura desatenta dos meios de comunicação, é que a liminar estava definitivamente descartada.

Mas é importante que as entidades com interesse na questão dos direitos humanos apresentem seu apoio ao mandado de segurança dos deputados. Porque o STF é um tribunal, mas seus ministros também têm sensibilidade política. Então é importante que as entidades façam pressão. Porque se o STF breca essa manobra regimental (de Cunha), é provável que outras manobras semelhantes não ocorram mais.

A mídia fala cada vez mais em impeachment da presidenta Dilma. Em sua opinião, essa tese tem respaldo, é baseada em uma interpretação sensata da lei?

Olha, para ter impeachment, é preciso ter um fato determinado. Por ora, eu não vi nenhum fato determinado. Isso do ponto de vista jurídico. Do ponto de vista político, é a conveniência e a oportunidade contra uma pessoa que recebeu milhões de votos. Politicamente, me parece um desrespeito a esses milhões de brasileiros. E, repito, do ponto de vista jurídico, não há fato determinado.

Explique melhor o significado da expressão fato determinado.

Por exemplo: a presidente da República ganhou dinheiro da Petrobrás.

Houve comparação, recentemente, entre a situação do ex-presidente Fernando Collor e a da atual presidenta. No caso do Collor, houve fato determinado? Você vê paralelo?

Houve fato determinado sim. Ele foi processado criminalmente, também. Ele foi processado criminalmente, pelo procurador-geral da República. Olha só a diferença. O atual procurador-geral da República sequer está investigando a presidente Dilma. No caso do Collor, não. A Procuradoria-Geral entrou com uma denúncia. Naquele caso, anos depois, o Collor foi absolvido, porque o processo criminal tem de basear apenas no jurídico. O político não, tem todo um julgamento de conveniência por parte dos parlamentares. Mas note que o Collor foi denunciado. E para alguém ser denunciado, do traficante da Cracolândia ao presidente da República, é preciso haver provas de materialidade e indícios de que aquela pessoa cometeu o crime. Indício já é começo de prova. E contra a atual presidente sequer há esse começo de prova. A diferença é muito grande.

Então, acerta quem diz que a insistência na tese de impeachment é um movimento golpista?

Acho que sim. Embora esteja previsto na Constituição, o impeachment tem de ter fundamento. Se não há fundamento, o impeachment vira um golpe. É o chamado golpe paraguaio (referência à derrubada do ex-presidente Fernando Lugo, em 2012), o golpe da moda na América Latina no século XXI, o golpe com verniz constitucional. Cita-se um princípio constitucional que não se aplica ao caso, mas pouco importa. E também é importante destacar que impeachment não é instrumento para derrubar presidente impopular, como alguns sustentam por aí.

Segunda, 20 Julho 2015 10:22

A premiação do I Concurso Literário de Poesia da Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comércio e Serviços (Contracs/CUT) ocorreu na noite do dia 15 de julho, durante a festa comemorativa do jubileu de prata da Confederação, no Club Homs, localizado na avenida Paulista, na capital de São Paulo.

O concurso foi criado com o objetivo de conhecer os trabalhadores/as poetas de nossa confederação, para tanto, pedimos que nossas entidades filiadas divulgassem o concurso junto à sua base, para que os trabalhadores tivessem a chance de escrever sobre nossas lutas e bandeiras históricas, descrevendo por meio de versos como é trabalhar em nossos ramos.

O concurso literário contou com a participação de 15 poesias de trabalhadores/as de diversos estados. Professores de literatura e português avaliaram as poesias escritas e as classificaram por nota. Os 10 finalistas foram divulgados no site da Contracs no último dia 10.

De Colatina, o dirigente do Sindicomerciários, Joãozinho, foi um dos premiados com a poesia, “Quantas lutas nesta história há”. O diretor não escondeu a felicidade em ser um dos finalistas do concurso, “fico muito feliz em participar do concurso e mais contente ainda de ser um dos premiados, a poesia simplesmente conta sobre nossas lutas em prol da categoria, e a Confederação tem parte importante nessa luta”, comemorou Joãozinho. Os três finalistas foram trazidos de seus respectivos estados e convidados a participar da celebração dos 25 anos da Contracs.

Leia abaixo poesia premiada:

Quantas lutas nesta história há - João Batista

“...Já poderia ter tido eu,
ou ainda posso ter, várias profissões,
Más desde muito jovem,
por várias questões
de comerciário, fui trabalhar
Sempre sindicalizado,
Minha família sabe, desde meu legado
“Quantas lutas nesta história há!...

“...No Comércio Trabalhei
Nele, dias de semana e dias
de Domingos Laborei,
Em meu sindicato
sempre acreditei
Das atividades sindicais participei
Dirigente Chequei
“Quantas lutas nesta história há!...

“Imaginava eu, no inicio de meu trabalho,
Em busca de uma vida melhor
Fazer vários cursos superiores
Más entrei em uma das
Mais importantes faculdades
a do movimento sindical,
“Quantas lutas nesta história há!...

“Descobri eu, que podemos mais,
Quando representado com honestidade
Unidos a força e coragem
Junto a nossa Confederação de verdade
“Quantas lutas nesta história há!...

“...Imagino eu, se não existissem
Trabalhadores, na base,
Que confiam
Nos sindicatos de nossa Confederação
Certeza tenho de fraqueza
Nossa classe, teria mais fracassos
Mas pela nossa glória,
Eles existem de fato.
Mirando sempre alvejar
Benefícios, realizações e conquistas
“Quantas lutas nesta história há!...

“... Jamais poderia eu,
deixar essas linhas
sem homenagear
grandes guerreiros e guerreiras
que muito contribuíram e
dedicaram seu tempo e suas vidas
nas lutas, desafios,
conquistas e avanços dessa classe
“Quantas lutas nesta história há!...

Terça, 14 Julho 2015 18:41

Durante a reunião da direção nacional da Contracs na manhã desta terça-feira (14), o economista Airton dos Santos destacou que o Brasil vive um momento delicado em termos econômicos para o trabalhador. Segundo ele, a alta da inflação é o principal motivo, pois o trabalhador perde seu poder aquisitivo conforme os preços aumentam.

Já o segundo motivo destacado pelo coordenador de atendimento técnico sindical do Dieese é o baixo crescimento econômico do Brasil. Do ponto de vista do trabalhador, Airton exemplificou que o não crescimento econômico quer dizer redução de emprego e de salário. “Como os salários-nominais não podem ser reduzidos, então o que as empresas fazem é demitir quem ganha mais e contratar outros por um salário bem menor e tem uma perda salarial nominal.” O exemplo de Airton ilustra a popular e temível rotatividade, que atinge especialmente o setor do comércio e seus trabalhadores/as.

Entre os fatores que contribuíram com este cenário está a queda da indústria brasileira, que passa por um momento sério de perda do tamanho e da importância da produção de riqueza no Brasil. Airton afirmou que desde 2002 os produtos primários exportados pelo País tiveram aumento de preços internacionais aumentando a receita brasileira. Para ele, o Brasil soube aproveitar este momento para melhorar o padrão de vida dos menos favorecidos e aquecendo a economia.

No entanto, o técnico do Dieese afirmou que a valorização do Real ante as moedas internacionais somado ao aumento do poder de compra da população fez com que o consumo de produtos internacionais crescesse, enfraquecendo a indústria nacional e refletindo em outros setores da economia. “Não há nenhum país no mundo que seja desenvolvido e tenha uma indústria fraca e é isso que caracteriza sua potência: uma indústria forte. A moeda nacional ficou valorizada demais neste período, mas não corresponde a uma indústria forte.” reiterou.

Com a crise internacional, no entanto, o preço dos produtos exportados pelo Brasil caiu quase pela metade gerando queda no preço das mercadorias e na competitividade da indústria brasileira no cenário internacional e nacional.

Airton pontuou que possivelmente o Governo Brasileiro se equivocou por não ver que o preço das matérias-primas em alta não duraria para sempre. “A economia capitalista não cresce indefinidamente e tem ciclos de crescimento – conforme conta a história do capitalismo que há crises e momentos que a economia cresce e depois vem uma descida e tanto.” Para ele, o Brasil não devia ter deixado o Real se valorizar tanto. O economista alerta que este foi um erro estratégico e que o importante era ter protegido a indústria para torná-la forte.

Entre outras críticas à política econômica “pré-crise”, o técnico do Dieese elencou a retenção dos preços das tarifas como energia e gasolina e a contenção do câmbio para controlar a inflação. “Embora o consumidor possa deixar de comprar produtos importados [devido à alta dos preços], a indústria depende de materiais importados e não consegue segurar, por isso, repassa o valor para os produtos nacionais que usam produtos importados.”

Segundo Airton, para conter a inflação o governo aumentou a taxa de juros favorecendo os ricos e o setor rentista e, consequentemente, diminuindo o setor produtivo, os empregos e a produção de riqueza. Para ele, o aumento dos juros deve ser feito no momento em que a economia está aquecida para reequilibrá-la. “Ao aumentar taxa de juros, o governo dá um recado para a comunidade econômica internacional e nacional de que o País está empenhado em conter o desequilíbrio econômico que estamos passando.”

Airton pontuou que os custos sociais para voltar a crescer estão sendo grandes e, talvez, possam se aprofundar caso a política do salário mínimo e os programas sociais sejam questionados. “Nós temos as nossas fragilidades econômicas que podem ser consertadas, mas os meios de comunicação e a oposição estão decretando que o País está acabado. Como consertar a economia se do ponto de vista politico estamos vivendo este caos?”

Para ajudar o trabalhador, Airton destaca o movimento sindical como uma alternativa à crise embora ressalte sua desunião. “Nós não temos esperança de que o Congresso Nacional possa mudar este cenário. Tem que ir para a rua e discordar da política econômica do governo, mas sustentar o governo e a presidenta porque a saída eventual de queda para impeachment vai jogar o País em uma situação muito pior. Precisamos reagir enquanto movimento organizado e ir para a rua toda hora dizer não à política econômica e dizer sim aos projetos sociais de inclusão e a quem foi eleito democraticamente para ser presidente da república.”

Na quarta-feira (15), a direção da Contracs receberá o jurista e docente em direito Jorge Luiz Souto Maior e o advogado de entidades sindicais Maximiliano Garcez para tratar do PLC 030 - da terceirização e encontrar possíveis caminhos para atuar no combate à precarização dos trabalhadores e trabalhadoras brasileiros.

Terça, 14 Julho 2015 18:36

Na noite desta segunda-feira, 13, foi realizado na Assembleia Legislativa uma sessão solene em que os deputados estaduais tiveram a oportunidade de homenagear com a mais alta honraria do Parlamento Capixaba, a Comenda Domingos Martins, 20 pessoas e outras 55 pessoas com o título de Cidadania Espírito-Santense.

É exclusividade da Assembleia Legislativa a concessão de títulos de cidadania a quem não nasceu no Espírito Santo, mas que de alguma foram contribuíram com o desenvolvimento do Estado. E cada deputado teve o direito de indicar alguém.

O deputado Nunes, fez questão de homenagear o presidente do Sindicomerciários, Jakson Andrade, por todo o seu histórico no movimento sindical do estado e sobretudo pelas lutas e conquistas acumuladas ao longo desses anos para uma das mais importantes categorias do Brasil, os comerciários e comerciárias.

Por sua vez, Jakson ficou agradecido pelo título e pelo reconhecimento do deputado. "Nasci em Minas, mas foi aqui no Espírito Santo que comecei minha caminhada, portanto fico muito feliz e honrado em receber esse título e espero continuar junto com a diretoria do Sindicomerciários buscando mais e melhores condições de trabalho para os comerciários", disse ele.

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