Em 20 de novembro é celebrado o Dia da Consciência Negra, em memória ao líder quilombola Zumbi dos Palmares, símbolo da resistência de pretos e pardos brasileiros. Em 2017, sua morte completa 322 anos. A data foi criada para lembrar a luta contra a escravidão e a desigualdade que ainda separa brancos e negros no Brasil. Serve também como convite à reflexão sobre o racismo e suas consequências.
“Enquanto expressões do tipo ‘tinha que ser preto’, como no caso em que o jornalista da Rede Globo, William Waack foi flagrado, ou então uma mãe negra ser confundida com a babá do filho por ele ser branco, continuarem acontecendo de maneira recorrente, será preciso falar de racismo, será preciso lutar contra o racismo diariamente”, ponderou o presidente do Sindicato, Rodrigo Rocha.
Quem pensa que este debate é desnecessário deveria dedicar alguns minutos à Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, realizada pelo IBGE. A nova versão do levantamento informa que pretos e pardos somam 63,7% dos desempregados. Isso equivale a um exército de 8,3 milhões entre os 13 milhões de brasileiros que procuram trabalho. Com a reforma trabalhista em vigor esses números só tendem a crescer.
A pesquisa não param por aí, basta dar um “google” para perceber que além da população negra somar o maior número de desempregados, são também eles que lideram as estatísticas como vítimas de homicídios. Os números são assustadores, de cada 100 pessoas assassinadas no Brasil, 71 são negras.
O preconceito é tão enraizado na estrutura da sociedade que muita gente não se dá conta de suas atitudes racistas. E muitos não percebem quando estão sendo vítimas. Mesmo os mais progressistas reproduzem estereótipos e contribuem para a perpetuação do racismo, até em brincadeiras e elogios.