A direção do sindicomerciarios participa da primeira audiência pública na ALES, convocada pelo então deputado estadual Nunes, sobre a pobreza da feminização no Espírito Santo.
Saudamos a luta e a coragem de todas as mulheres. Mulheres que trabalham em casa executando diversas tarefas relativas ao cuidado da produção do viver, como: afazeres domésticos, cuidado com as crianças e adolescentes, com as pessoas mais velhas e doentes.
Mulheres jovens e meninas que, desde cedo, assumem e/ou dividem com suas mães a responsabilidade pelas tarefas domésticas e o cuidado com as (os) irmãs (os) mais novas (os);
Mulheres jovens mães que enfrentam uma árdua batalha para conseguirem conciliar a escola com os cuidados com (o) filha (o) e as dificuldades de sustentá-las(os). Muitas vezes vêem-se obrigadas a abandonar seus estudos;
Agradecemos o apoio e o compromisso de todas (os) que se comprometeram desde o início e que continuam acreditando que a nossa força está na construção deste sonho coletivo.
Mulheres Negras que enfrentam a dupla discriminação no mercado de trabalho, por serem mulher e negra. Como conseqüência são submetidas aos trabalhos mais precarizados.
Mulheres que trabalham no mercado formal, sobretudo em qualquer posto de trabalho, resistindo ao assédio moral e sexual, aos baixos salários do mercado, às dificuldades e constrangimentos que sofrem ao ficarem grávidas e o constante medo de perder o emprego;
Mulheres trabalhadoras informais, sem a garantia de um sustento digno para si e sua família, enfrentando diariamente a chuva, o sol, o “rapa”, à margem de todos os direitos e garantias trabalhistas e previdenciárias, na luta diária para sustentar suas famílias;
Mulheres trabalhadoras domésticas, que enfrentam exaustivas jornadas de trabalho, abrindo mão muitas vezes de dormir em suas próprias casas, recebendo um dos salários mais baixos do país, e que ainda não têm todos os seus direitos assegurados;
Mulheres camponesas que trabalham na roça encarando a precariedade de materiais, a falta de segurança, recebendo ou não o pagamento “complementar” ao do companheiro, mas que continuam lutando por seu pedaço de terra para plantar e colher seu próprio alimento.
Dados do IBGE comprovam essa dura realidade. Em 2012 as mulheres de 10 anos ou mais de idade dedicavam 22,3 horas semanais aos afazeres domésticos, contra 5,2 horas dedicadas pelos homens. Como conciliar responsabilidades familiares e vida pessoal com tamanha jornada e o trabalho aos finais de semana?
Esses, entre tantos outros desafios, estão entre o foco desta publicação. Espero que a cartilha da mulher sirva para que reflitamos sobre a condição da mulher em nosso país e no Espírito Santo e colabore para nossa organização e mobilização junto à direção do Sindicomerciários na luta para a mudança desse quadro.