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Imprensa Sindical

Imprensa Sindical

Terça, 13 Outubro 2015 21:55

Jornal Troco Cachoeiro 2015.

Terça, 13 Outubro 2015 21:36

Desde 2007, trabalhadores de todo o mundo celebram o 7 de outubro como Dia Internacional do Trabalho Decente. A data definida no Fórum Social Mundial de Nairóbi, na Nigéria, tem como referência o conceito de trabalho decente estabelecido pela OIT (Organização Internacional do Trabalho).

Segundo o organismo, trabalho decente é toda atividade produtiva realizada em condições dignas de liberdade e segurança e que tem como eixo a promoção dos direitos do trabalho, a geração de mais e melhores empregos, a extensão da proteção social e o fortalecimento do diálogo social.

Para a CUT, a data serve para lembrar a dívida que o Brasil ainda mantém com a classe trabalhadora especialmente no quesito negociação coletiva.

Secretária de Relações do Trabalho da Central, Maria das Graças Costa, lembra que a organização no local de trabalho ainda não é respeitada no pais, que precisa avançar em normas como a da Convenção 151 da OIT, que trata da negociação no setor púbico, já foi ratificada, mas não regulamentada.

“Muitas vezes, as empresas pressionam quem se filia ao sindicato ou para que retirem os descontos em mensalidades como forma de afetar os recursos das entidades sindicais e sua capacidade de luta. Fora os instrumentos jurídicos que a empresas utilizar para tornar a greve ilegal assim que é anunciada e antes mesmo de começar”, indica.

Boicote empresarial

Em 2006, durante o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, os trabalhadores conquistaram a Agenda Nacional do Trabalho Decente (ANTD), que estabelece três prioridades: a geração de mais e melhores empregos, com igualdade de oportunidades e de tratamento; a erradicação do trabalho escravo e eliminação do trabalho infantil, em especial em suas piores formas; e o fortalecimento dos atores tripartites e do diálogo social como um instrumento de governabilidade democrática.

A seguir, o governo federal apresentou um Plano Nacional de Emprego e Trabalho Decente para implementar essa agenda. A CUT faz parte de duas comissões permanentes para discutir a ANTD, mas os avanços esbarram em boicotes empresariais, como a 1º Conferência Nacional de Emprego e Trabalho Decente, em 2012, que os patrões abandonaram.

A Central integra o grupo responsável por discutir o relatório dessa edição e pensar uma outra, possivelmente, para 2017. “Estamos ainda muito distantes de atingir o que consideramos trabalho digno, os empresários só pensam no lucro, mas não no papel que exercem para o desenvolvimento. Há resistência dos empresários de construir um ambiente democrático de trabalho”, avalia.

Trabalhador não tem importância nos tratados

Presidente da Confederação Sindical Internacional (CSI), João Felício, diz que a dificuldade em negociar e incluir a pauta do trabalho decente nos organismos internacionais não é menor. Em acordos multilaterais como tratados de livre comércio com o recente Tratado Transpacífico a discussão é ignorada.

“O que entram são conceitos como trabalho decente, a transição ambiental justa, mas nada que determine o que é trabalho decente, questões como negociação coletiva, e proteção contra praticas antissindicais. Isso governos e empresas não aceitam, seja em diálogos na OIT, OMC (Organização Mundial do Comércio) ou no FMI (Fundo Monetário Internacional)”, explica Felício.

Para ele, o caminho é combinar a pressão sobre os empresários e os governos nas negociações multilaterais com o aperto à OIT, porque o tema é uma questão assumida pelo organização como algo essencial.

Uma das possibilidades é aproveitar o fórum paralelo que o movimento sindical promove quando o G20 se reúne e que conta com representantes da OMC, Banco Mundial, FMI e OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico).

O dirigente acredita em conquistas semelhantes a de países como Brasil, Argentina e Venezuela, nações onde a negociação, mesmo com contradições, estão muito mais avançados do que nos países asiáticos e defende que o argumento seja sempre o da responsabilidade social, muitas vezes, mera teoria no campo dos negócios.

“Orientamos que nossas centrais sindicais desenvolvam um diálogo com governos e empresários para cobrarem propostas concretas sobre negociação coletiva, respeito às organizações dos trabalhadores, aos direitos e à elevação dos salários e condições de trabalho. Porque sem isso, trabalho decente vira mero slogan”, definiu.

Terça, 13 Outubro 2015 21:33

Além das lutas sindicais, com questões comuns em todo o mundo, o movimento sindical deve estar preparado para enfrentar os "ajustes fiscais" promovidos pelos governos, geralmente buscando diminuir o tamanho do Estado e sempre atingindo os trabalhadores. Essa avaliação foi feita pelo presidente da Confederação Sindical Internacional (CSI), maior entidade trabalhista global, João Felício, no encerramento do conselho geral da CSI, reunida pela primeira vez no hemisfério sul. O ex-presidente do Uruguai José "Pepe" Mujica, atual senador, participou da conclusão do encontro.

"A esmagadora maioria dos governos, em dados momentos, se utiliza desses artifícios. Claro que devem controlar suas contas, mas a forma é profundamente desumana e antidemocrática", diz Felício. "Nunca se procura taxar a riqueza. O lugar onde mais vão buscar recursos é na classe trabalhadora. Na CSI, devemos rejeitar essa opção política", acrescenta o dirigente, citando também o Brasil. Ele afirma que, enquanto se busca ajustar as contas públicas à custa dos mais fracos, a sonegação global soma US$ 3 trilhões anuais.

Para o dirigente, ex-presidente da CUT um desafio da entidade, cuja presidência ele assumiu em 2014, é desenvolver ações mundiais conjuntas. "A gente ainda não conseguiu estabelecer uma ação que se consiga efetivar ao mesmo tempo em todos os continentes." Alguns passos nesse sentido já foram dados, como o Dia Mundial pelo Trabalho Decente (7 de outubro) e a atuação da central sindical na Organização Internacional do Trabalho (OIT). "Precisamos de mais momentos dessa natureza", afirma Felício. "As multinacionais são as mesmas."

Avanços

Entre os mais de 200 dirigentes que participaram do conselho da CSI (encontro anual da entidade), se identificam alguns problemas comuns, como as más condições de trabalho, as restrições ao exercício da atividade sindical e a questão de gênero. O secretário-geral da entidade na região Ásia/Pacífico, Noryuki Suzuki, por exemplo, diz que a mais recente conferência da região, realizada em agosto na Índia, com 157 delegados, teve 51% de mulheres e 15% de jovens. "A igualdade de gênero é um desafio, mas estamos avançando aos poucos", afirmou.

A questão da migração foi um dos temas discutidos no encontro da CSI. "Hoje você tem dois tipos de cidadão: o que migra pelo desemprego alto, pela falta de condições. É um deslocamento provocado pelo capital. E o provocado pela guerra. É o cidadão que está fugindo da morte", diz Felício.

Ao se referir à próxima Conferência do Clima, a ser realizada na França entre 30 de novembro e 11 de dezembro, o presidente da CSI afirma que desenvolvimento sustentável pressupõe respeito pela organização sindical e funcionamento efetivo do chamado tripartismo (diálogo entre governo, trabalhadores e empresários). "A maioria dos governos ouve o patronato", critica.

O cenário de crise internacional atinge diretamente os trabalhadores e deteriora as condições de vida, mas a CSI avalia que essa situação de precariedade é crônica em vários locais do mundo, independentemente do período. A entidade pretende atuar em movimentos com objetivos como a erradicação do trabalho escravo e da pobreza extrema, além da implementação de políticas de trabalho decente. E tem como meta conquistar mais de 20 milhões de trabalhadores sindicalizados até 2018, atingindo aproximadamente 200 milhões.

A confederação também aprovou moção pela democracia no Brasil, referindo ao respeito "à vontade popular expressa na urnas" em 2014, com a reeleição da presidenta Dilma Rousseff. "Não há fatos que justifiquem que grupos ultrarreacionários derrotados queiram fazer no Brasil o que já testemunhamos com pesar em países como Honduras e Paraguai em anos recentes. Golpes de Estado foram cometidos com o apoio da grande mídia local através de manobras judiciais e parlamentares, com a pretensão de passarem por processos democráticos de impeachment. Sabemos que a consequência destes golpes foi, além do grave dano à democracia, o empoderamento de regimes conservadores e autoritários que promoveram a perda de liberdades civis e políticas" diz a moção.

Terça, 13 Outubro 2015 21:30

O estudante Anderson Ramos passou boa parte da 4ª série (hoje 5º ano) sendo chamado de "macaco", "preto fedido", "sujo" e ouvindo "piadas" por causa do cabelo crespo. As ofensas vinham de colegas da escola que, assim como ele, tinham 10 anos. O menino relatava os casos para a professora, que nada fez, e para a mãe, que demorou a entender que o filho estava sendo vítima de injúrias raciais.

"Quando comecei a chorar muito para não ir à escola e pedi para raspar o cabelo, minha mãe percebeu que eu estava sofrendo com aquilo, mesmo sem eu saber direito o que era", afirma Ramos, hoje com 20 anos. "Quando a gente é criança, não tem maturidade para fazer a leitura do que acontece, mas sente a dor que o racismo causa. E não é brincadeira de criança, é racismo", diz o estudante.

Apesar de pouco discutido, o racismo na infância e nas escolas existe e precisa ser enfrentado, na opinião de professores e especialistas. Eles destacam a pouca representação de crianças negras nos meios de comunicação como uma das causas do problema.

Professora da Faculdade de Educação da Universidade de Brasília (UnB) e coordenadora do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros da instituição, Renísia Garcia Filice acredita que o racismo existe dentro das escolas e ocorre de forma cruel, efetiva e naturalizada. Para ela, essa atitude na infância é fruto do que a criança viu ou vivenciou fora do ambiente escolar.

"A criança pode ter vivenciado isso numa postura dos pais, em algum comentário ou até em algo que os professores fizeram ou deixaram de fazer", diz Renísia. Segundo ela, alguns professores se omitem em situações de racismo pela falta de informação, por naturalizar os casos ou achar que não é um problema. "Por isso, são necessárias práticas pedagógicas para que as crianças se percebam iguais e com iguais direitos", acrescenta.

Ildete Batista dá aula para crianças de 5 anos em uma escola no Distrito Federal. Ela afirma que as questões raciais aparecem principalmente no momento de disputa e durante as brincadeiras. Professora há mais de 20 anos, Ildete afirma que faltam referências para as crianças. "O que fica como belo é o que se aparece na TV, nos livros – inclusive nos materiais didáticos. A gente vê muitas propagandas, livros de histórias infantis em que os personagens são brancos."

A professora desenvolve, na escola, um trabalho contra o racismo e para colocar mais referências africanas na educação. Isso, segundo Ildente, vem dando resultados. "No início do ano, uma menina me disse que não gostava do cabelo dela, por ser crespo. Em um desenho, por exemplo, ela se fez loira do olho azul. Agora, no final do ano, ela se desenha uma criança negra com cabelo enrolado. Isso mostra que o trabalho tem que ser feito e, se ele é feito com respeito, a gente consegue vencer esses problemas", acredita.

Segundo o professor do curso de direito da UnB Johnatan Razen, quando há ofensas entre crianças, no colégio, os pais devem relatar o caso à escola, para a que a instituição promova ações educativas. "Se o caso envolver um professor ou a ofensa vier da instituição – como obrigar uma aluna a alisar o cabelo –, cabe acionar a Justiça", orienta. Se tiver conhecimento de atitudes racistas dentro do espaço e se omitir, a escola também pode ser responsabilizada penalmente, de acordo com Razen.

Representação

Para a professora do curso de comunicação social da Universidade Católica de Brasília (UCB) Isabel Clavelin, há uma tendência de aumento na representação de crianças negras nos meios de comunicação, nos últimos anos. "Mas elas figuram em papéis de coadjuvantes, e a representação está aquém da proporção de negros no Brasil", diz a pesquisadora.

"Isso tem um efeito devastador, porque a criança se vê ausente ou não se vê como ela realmente é. Ela está sempre atrás. A interpretação dessas mensagens tem um efeito muito danoso, que é a recusa, de se retirar do espaço da centralidade", afirma Isabel. "Enfrentar o racismo na infância é crucial e deve mobilizar toda a sociedade brasileira, porque ali estão sendo moldadas todas as possibilidades de identidade das pessoas", acrescenta.

A escritora Kiussam de Oliviera, que trabalha com a literatura infantil com o objetivo de fortalecer a identidade das crianças negras, afirma que falta representação positiva. "Em um país de maioria negra, não se justifica uma televisão totalmente branca, como nós temos. A partir do momento que as emissoras entenderem que o público negro é grande, nós viveremos uma fase diferente desta que estamos passando, onde há violência por conta da cor da pele, agressões focadas na raça – cada vez mais banalizada."

O estudante João Gabriel, de 11 anos, sente falta de mais crianças negras na televisão. "Nos desenhos e nos programas de TV, quem é gordo e negro está sempre sendo xingado, é sempre tímido e os outros zoam dele. Aí a gente vê isso e acha que é sempre assim. Os colegas acham que todos precisam ser iguais e ser diferente é ruim."

Terça, 13 Outubro 2015 21:14

O plenário do Pavilhão de Exposições do Anhembi estava completamente lotado na manhã desta terça-feira (13). Trabalhadores e trabalhadoras do Brasil inteiro e de diversas partes do mundo, que trouxeram até São Paulo as trajetórias de luta dos sindicatos que representam, ajudaram a fazer do 12º Congresso Nacional da CUT (CONCUT), o maior já realizado pela Central.

O Sindicomerciários está presente no evento representado pelo seu presidente, Jakson Andrade, e pelos diretores, Genilda Bochou, Jaldo Gomes, José Amaral, Luciene Ferreira e Márcia Matias.

As mortes de palestinos, após mais uma sequência da ataques criminosos de Israel; O ataque terrorista na Turquia, que vitimou 97 pessoas e feriu outras 250; Além da tentativa de golpe da direita no Brasil, com a retomada, na Câmara dos Deputados, do movimento golpista, foram os temas propulsores do “Seminário Internacional”, que abriu o 12º CONCUT.

Antes do “Seminário Internacional”, o presidente nacional da CUT, Vagner Freitas, saudou os trabalhadores e as trabalhadoras que vieram ao Congresso e fez um pedido aos delegados estrangeiros. “Não repercutam em suas bases, as mentiras contadas pela mídia burguesa brasileira repete. Eles não suportam saber que a classe trabalhadora brasileira conseguiu mostrar que tem um projeto de sociedade muito mais exitoso do que o que é oferecido pela burguesia”, decretou.

A luta brasileira contra o golpe foi motivo de uma enérgica fala do presidente da Confederação Sindical das Américas (CSA), Victor Baez. “Estou aqui para dizer que, ao priorizar a luta sindical, a CUT tem o respeito de todo o sindicalismo mundial. Neste momento, o Brasil enfrenta uma situação complicada, estão querendo derrubar um governo que tirou 40 milhões de pessoas da pobreza. Não vamos deixar, não vai ter golpe”, afirmou o argentino.

Seminário Internacional

O respeitado cientista político americano Michael Fichter foi o primeiro debatedor a falar durante o “Seminário Internacional” e defendeu uma luta global dos trabalhadores e trabalhadoras contra a opressão das grandes empresas.

“As cadeias de produção não atuam em prol dos direitos trabalhistas, apenas para o lucro. As empresas atuais colocam um local de trabalho contra o outro, isso é a marca da precarização”, explicou Fichter, para em seguida pedir sindicatos mais fortes, que “rompam a rede das empresas, para empodera os trabalhadores.”

A Secretária-Geral da CSI, Sharan Burrow, reforçou a importância de uma luta global que una os trabalhadores e as trabalhadoras e apresentou os motivos. “60% da força de trabalho global está na informalidade, mais de 50% deles em trabalho precário. Pessoas assinam contratos de trabalho sem ideia de carga horária e nem de renda. Infelizmente, 58% dos países excluem os trabalhadores de leis trabalhistas, 77% dos países não oferecem aos trabalhadores o direito de greve.”, informou a dirigente.

O debate foi interrompido para a emocionante participação de Kacem Afia, representante da União Geral dos Trabalhadores Tunisianos (UGTT), que recentemente foi contemplada com o Nobel da Paz, por sua luta pela transição democrática do País, após a “Primavera Árabe”, em 2011.

“As barreiras geográficas e da língua não podem ser empecilhos para uma luta global dos trabalhadores. Aproveito essa ocasião para saudar a CUT que nunca deixou de lutar e acreditar em seus princípios”, afirmou o dirigente sindical tunisiano.

Por fim, Sharan lamentou a precarização de trabalhadores e trabalhadoras no mundo. “Precisamos eliminar o trabalho escravo. Os empresários chamam isso de trabalho forçado, mas não é isso”, afirmou a dirigente sindical, que declarou seu desejo para 2016. “Que nós todos, no 1º de maio do ano que vem, estejamos atrás de uma faixa pedindo uma luta global.”

Jornada Continental

Durante o “Seminário Internacional”, foi apresentada a “Jornada Continental de Luta Anti-Imperialista”. Paola Estrada, representante do movimento, explicou a inciativa: “Dia 5 de novembro de 2005 derrotamos a Alca. Essa jornada quer celebrar essa vitória, que foi uma bela integração do continente contra o imperialismo. É momento de fazer um balanço dos acordos de livre comércio tomaram outras formas.”

No dia 05 de novembro, o movimento irá às ruas nos países do continente, no Brasil, os atos estão programados para São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília. Entre os dias 20 e 22, em Cuba, ocorrerá o “Encontro Hemisférico”, que fecha a programação.

Terça, 06 Outubro 2015 22:28

Estudo divulgado ontem, 5 pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) mostra que o Brasil reduziu a vulnerabilidade social nas regiões metropolitanas brasileiras, no comparativo 2000-2010. Em 2000, 13 das 16 regiões pesquisadas tinham índices de alta a muito alta vulnerabilidade social. Em 2010, somente a Região Metropolitana de Manaus tem índice de vulnerabilidade considerado alto. Apesar disso, a redução do risco social nessa região foi 25,9% em dez anos.

O mapa considera três análises de condições de vida para estabelecimento do índice de vulnerabilidade: infraestrutura urbana, que analisa o acesso ao saneamento básico e à coleta de lixo e o tempo gasto no trajeto casa-trabalho; capital humano, que avalia mortalidade infantil, acesso à escola e maternidade precoce; e renda e trabalho, que observa empregabilidade, renda familiar e formalidade da ocupação.

As regiões metropolitanas analisadas foram: Belém, Belo Horizonte, Vale do Rio Cuiabá, Curitiba, Fortaleza, Goiânia, Manaus, Natal, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador, Grande São Luís, São Paulo, Grande Vitória e Região de Desenvolvimento Integrado do Distrito Federal. Os dados completos do estudo podem ser acessados na página do Ipea.

O índice de vulnerabilidade é considerado baixo em quatro delas: São Paulo, Curitiba, Vale do Rio Cuiabá (MT) e Porto Alegre, esta última com o menor índice de risco social do país. A escala utilizada pelo Ipea vai de zero a 1, sendo, entre 0 e 0,200, muito baixa vulnerabilidade social; 0,201 e 0,300, baixa vulnerabilidade social; 0,301 e 0,400, média vulnerabilidade social; 0,401 e 0,500, alta vulnerabilidade social; e de 0,501 a 1, muito alta vulnerabilidade social.

Quando observada a melhora da situação no comparativo 2000-2010, a diminuição mais expressiva da vulnerabilidade social em relação ao capital humano ocorreu na Região Metropolitana de Curitiba, com queda de 34% no risco social da população. Observando somente a mortalidade infantil, o entorno de Salvador teve a maior redução: de 40 mortes a cada mil nascidos vivos em 2000, para 16, em 2010. Além disso, nenhuma região metropolitana estudada apresentou evolução inferior a 26% nesse item.

A redução da vulnerabilidade social associada à renda e ao trabalho teve melhores resultados nas regiões Sul e Sudeste, principalmente nas metrópoles de Curitiba, Belo Horizonte, Porto Alegre, Grande Vitória e São Paulo.

Em todas as regiões estudadas também houve melhor significativa da coleta de lixo, com redução de 50 no número de famílias que vivem sem o serviço. A maior evolução foi na Região Metropolitana de Goiânia, com 93% de redução da vulnerabilidade neste item. O Ipea define a vulnerabilidade como a ausência ou insuficiência de bens e serviços públicos, recursos ou estruturas (como fluxo de renda, condições adequadas de moradia, acesso a serviços de educação, dentre outros) que deveriam estar disponíveis para todos os cidadãos.

As piores condições de vulnerabilidade das regiões metropolitanas são as de Manaus, de São Luís e Recife. A capital do Amazonas tem problemas graves em saneamento básico, acesso à educação, renda do trabalho – na maior parte da região as famílias têm renda per capita de meio salário mínimo – e também um elevado índice de mortalidade infantil. Situação que se repete nas capitais maranhense e pernambucana. Porém, mesmo essas regiões apresentam melhora em relação ao ano 2000, em todos os índices.

Terça, 06 Outubro 2015 22:28

Morre aos 58 anos um destacado militante da esquerda brasileira.

O Sindicomerciários vem a público expressar seu profundo pesar pelo falecimento de José Eduardo Dutra, aos 58 anos de idade. Dutra, que lutava há anos contra um câncer, dedicou sua vida à democracia, ao socialismo e à luta pele emancipação da classe trabalhadora.

Carioca, fez boa parte de sua carreira político-sindical em Sergipe. Como funcionário da Petrobras no estado, presidiu o Sindmina e integrou a direção Executiva nacional da CUT entre 1988 e 1900. Eleito senador da República por Sergipe em 1994, liderou a bancada do partido no Senado.

No primeiro governo Lula, assumiu a presidência da Petrobras e depois da BR Distribuidora. Também foi presidente do Partido dos Trabalhadores e um dos coordenadores da primeira campanha de Dilma à presidência da República, em 2010. Ocupou ainda a diretoria Corporativa da Petrobras. Há três anos se afastou de suas atividades para se dedicar à luta contra a doença.

Ao longo de sua vida pública, Dutra se notabilizou pelo seu espírito democrático e por sólidas convicções em um mundo mais justo e igualitário. Apostou de corpo e alma no projeto de inclusão social e de revolução democrática iniciado há 12 anos no Brasil. Fora da refrega política, primava pela simpatia e simplicidade. Amante do futebol, era assíduo frequentador dos jogos do seu querido Botafogo de Futebol e Regatas.

O Sindicomerciários ao mesmo tempo em que manifesta sua solidariedade à família do companheiro Dutra, se consola com a certeza de que ele viverá para sempre no coração de todos os homens e mulheres que batalham por um mundo melhor.

Companheiro José Eduardo Dutra, presente!

Terça, 06 Outubro 2015 22:28

A Central Única dos Trabalhadores anunciou em uma coletiva de imprensa na última semana, que lançará uma agenda econômica em seu 12º Congresso Nacional, que acontece de 13 a 17 de outubro em São Paulo.

“No ConCUT, nós vamos apresentar uma política econômica popular e contra essa política de recessão, desemprego e retirada de direito. A CUT defende a geração de emprego e renda, o Estado como indutor da economia e que a Petrobras continue brasileira. Se há corrupção na Petrobras que se apresentem os responsáveis e se punam, mas nós não vamos permitir que a Petrobras seja fatiada. Em direito não se mexe, direito apenas se amplia.”

O anúncio foi feito pelo presidente da entidade, Vagner Freitas, que também apresentou a composição da próxima direção da Central, a ser eleita pelos delegados e delegadas. “Por que nós estamos fazendo este gesto de apresentar a proposta de chapa do Congresso antes que comece não é para desvalorizar o congresso. Ao contrário, é para valorizar o Congresso que nós temos que fazer. Porque nós temos respeito com a CUT e com o Brasil, com os trabalhadores e trabalhadoras. O mais importante no nosso Congresso da CUT não são os nomes dos homens e mulheres que estão na sua executiva ou em sua direção e sim apresentar e preparar a classe trabalhadora para o enfrentamento contra a direita na unidade da CUT, que é o principal defensor da classe trabalhadora.”

O secretário geral da CUT, Sérgio Nobre, lembrou que a abertura do Congresso da CUT se deu em março com debates sobre economia e reforma política. Segundo ele, o objetivo era de que fossem promovidos amplos debates. Para ele, a realização de mais de quatro mil assembleias de base e a realização dos 27 congressos estaduais, que elegeram direções com paridade, atenderam ao objetivo.

O presidente da CSI, João Felício, destacou que a nova direção da CUT atende com consenso todos os ramos da Central, que estão representados em sua executiva. “Nós temos um enorme desafio de aglutinar essa enorme quantidade de trabalhadores que avançaram e ganharam, nos últimos anos, em qualidade de vida, mas não ganharam ainda na representação política.”

A vice-presidente Carmem Foro afirmou que a CUT tem cumprido sua missão política e estratégica no período e comemorou a data, por ser um dia importante. “Quando me referi que hoje é um dia para comemorar estou me referindo à conquista da PEC das domésticas, que a partir de hoje os patrões são obrigados a pagar todos os direitos das trabalhadoras domésticas e esta é uma vitória da CUT também. Para nós, foi muito significativo porque é uma conquista não só das mulheres, mas de um conjunto de trabalhadores que viveram por muito tempo recebendo apenas parte de seus direitos, então para nós isso é muito importante.”

Carmen também falou da paridade com entusiasmo e mencionou que a CUT é a primeira central sindical a se propor e estabelecer, de fato, um processo democrático de divisão de poder nos espaços no interior da central tendo 50% de mulheres em sua executiva e direção nacional. “Nós temos absoluta certeza que foram muitos desafios para além da paridade em 50%. Não estão resolvidos os problemas do machismo e das desigualdades – elas permanecem. Mas nós teremos muito mais força, organização e presença política no espaço no interior da CUT para fazer os enfrentamentos necessários para a nossa pauta geral da CUT.”

A mesa da coletiva coordenada pela Secretária de Comunicação, Rosane Bertotti, contou ainda com a presença dos diretores executivos Julio Turra e Daniel Gaio.