Após a aprovação da PEC-55, que congela investimentos na área da saúde, educação e programas sociais por 20 anos, milhares de manifestantes iniciavam na tarde de terça-feira (13), na Esplanada dos Ministérios, ato contra a decisão da maioria dos senadores que, por 53 votos a 16, aprovaram, em segundo turno, a Proposta do governo ilegítimo de Temer que significa retrocesso para todo o povo brasileiro.
Na área de acesso à Esplanada, a Polícia Militar montou uma barreira para revista, onde, carros de sons e muitos dos manifestantes foram impedidos de entrar. Motivo pelo qual começou um confronto entre manifestantes e a PM que, já na primeira confusão, procurou dispersar a multidão usando spray de pimenta, gás lacrimogênio, balas de borracha e bombas de efeito moral. Os que revidaram, responderam jogando garrafas de vidro, pedras e foguetes. Manifestantes e policiais trocaram agressões físicas Dois policiais ficaram feridos e vários manifestantes saíram machucados. Outros foram presos.
O povo sem direito à livre manifestação – Para garantir a aprovação da Emenda Constitucional em segundo turno, o governo inviabilizou o acesso dos manifestantes à Esplanada. A polícia montou blitz nas principais rodovias de acesso ao Distrito Federal para impedir que ônibus de outros estados chegassem ao ato marcado pela CUT, demais centrais e pelos movimentos sociais. A indignação foi tamanha que trabalhadores e transeuntes não se conformaram com a ação da polícia que já ocupava a rodoviária e o centro da Capital.
“Este aparato policial é totalmente desnecessário, nunca vimos antes tamanha truculência. Aliás, a Secretaria de Segurança Pública do DF diz não ser responsável por este tipo de comando, contudo, o que vimos é uma repressão desenfreada”, observou Valeir Ertle, Secretário Jurídico da CUT e diretor da Contracs.
O coordenador da sede da Contracs em Brasília, Luiz Saraiva (Luizinho), reitera que “seremos incansáveis na luta pela manutenção dos direitos trabalhistas. As pautas que hoje tramitam no Congresso buscam acabar com nossas conquistas e com a nossa organização. Contudo, jamais vamos deixar que isso aconteça, pois venceremos os golpistas lutando incansavelmente”, afirmou.
Diante da situação, a Contracs entende que é preciso resistir ao golpe em curso, impedindo o avanço do Estado de Exceção, sob a liderança de Temer. Juntamente com os trabalhadores/as do ramo do comércio e serviços. A Confederação continuará resistindo ao programa de retirada de direitos trabalhistas e sociais conquistados ao longo de décadas, reforçando o compromisso com os trabalhadores/as e o povo brasileiro, na luta contra o retrocesso e pelo reestabelecimento da democracia.