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Alvo de ação de R$ 37 milhões, Riachuelo diz que MPT destrói empregos

Após virar alvo do Ministério Público do Trabalho no Rio Grande do Norte, o presidente da Lojas Riachuelo, Flávio Rocha, passou a atacar o órgão ministerial. Em suas redes sociais, Rocha vem promovendo uma série de críticas ao trabalho do Ministério Público do Trabalho que, segundo ele, tem perseguido sua empresa e, com isso acabará com os empregos na indústria.

A ação do MPT é contra a empresa têxtil Guararapes — dona da Riachuelo — devido à terceirização das facções de costura no interior do estado. Segundo o MPT, a terceirização é legal, mas a Riachuelo deve responder quanto aos direitos trabalhistas dos trabalhadores dessas facções devido à “existência de subordinação estrutural e responsabilidade solidária”. O valor da ação é de R$ 37,7 milhões, que segundo o MPT corresponde a parte do lucro obtido com o trabalho das facções.

A notícia desta ação gerou uma reação em cadeia. Desde o presidente da Riachuelo até os empregados iniciaram uma campanha alegando que a ação não protege o trabalhador. Ao contrário, coloca em risco o trabalho deles. Nesta quinta-feira (21/9), centenas de trabalhadores foram até a sede do MPT do Rio Grande do Norte protestar contra as ações do órgão. A causa ganhou apoio do Movimento Brasil Livre (MBL), que publicou vídeos desse protesto, dizendo que o MPT é contra os empregos no estado.

Pelas redes sociais, Flavio Rocha disse que a “perseguição” do Ministério Público do Trabalho contra a indústria vem desde 2008, e que por isso a empresa reduziu de 60% para 20% suas operações no Rio Grande do Norte, estado onde nasceu a empresa.

Pelo Instagram (veja ao final da notícia), junto a um vídeo de trabalhadores contrários à ação do MPT, Flávio Rocha se dirigiu diretamente à procuradora Ileana Neiva Mousinho, afirmando que ela tem prejudicado o estado, uma vez que a empresa teve que transferir suas atividades para outras localidades. Disse ainda que existem exigências absurdas que não são feitas a qualquer concorrente.

Depois, em outra rede social, ele explicou que seu objetivo não foi atingir a honra da procuradora. “Se fui enfático na críticas foi porque o que está em jogo é o emprego de milhares de pessoas”, disse, ao se desculpar. Na sequência, afirmou que sua posição é “a favor de práticas trabalhistas mais modernas, já aprovadas pela recente reforma, em linha com o que se pratica na grande maioria dos países”.

Até mesmo o governador do RN,  Robinson Faira (PSD) entrou no debate para “salvar empregos”. De acordo com o portal G1, em um ato ocorrido no último dia 17 de setembro, o governador afirmou que não tem como objetivo afrontar o Ministério Público, mas que esta ação “pode gerar um enorme problema social, causando o desemprego de milhares de pessoas no interior do estado”.

De acordo com o governo do Rio Grande do Norte, um total de 62 facções, que empregam 2,6 mil pessoas em cidades do sertão potiguar, podem ser prejudicadas. Em 2016, o setor teria movimentado cerca de R$ 100 milhões na região.

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Publicado em Notícias Gerais

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