Como informa Ana Prestes na coluna De Olho no Mundo, nem mesmo a forte repressão tem conseguido diminuir o ímpeto dos manifestantes que tomaram as ruas de Quito em protesto contra as medidas do "pacotaço" anunciado por Lénin Moreno. Dados do próprio governo dão conta de que já são quase 500 pessoas presas. Na noite desta segunda-feira (7) Moreno, diante da dimensão dos protestos, mudou a sede do governo para Guayaquil, distante 421 quilômetros da capital do país.
Segundo reporta a Telesur, a Confederação das Nacionalidades Indígenas do Equador (Conaie) iniciou no domingo (6) uma marcha de 20 mil indígenas que chegou a Quito nesta terça-feira para reforçar os protestos e a greve geral marcada para o dia 9. A Conaie exige a liberdade dos manifestantes presos e que sejam revogadas as medidas do pacotaço para só então admitir um diálogo com o governo de Lenín Moreno.
Moreno, em pronunciamento feito direto de Guayaquil, na noite desta segunda, ao lado do vice-presidente Otto Sonnenholzner e do alto comando das Forças Armadas, atacou os manifestantes ("querem romper a ordem democrática") e garantiu que manterá o pacotaço, que inclui uma redução de 20% nos salários dos funcionários públicos, uma reforma previdenciária que prevê a diminuição das pensões e a privatização da previdência, além da retirada do subsídio estatal à gasolina e ao diesel, o que fez o preço dos combustíveis disparar mais de 120% em apenas 24 horas.