Clipping
Troco (Terça, 10 Novembro 2020 22:42)
Troco (Sexta, 06 Novembro 2020 23:41)
Clique aqui e descubra seus direitos (Segunda, 26 Outubro 2020 22:59)
Sindicalização Premiada (Quinta, 15 Outubro 2020 18:12)
Informe Jurídico: Supermercado Santo Antônio (Quinta, 15 Outubro 2020 18:10)
Troco Guarapari (Sexta, 09 Outubro 2020 13:22)
Troco Edital (Segunda, 14 Setembro 2020 19:30)
Troco Walmart (Sexta, 11 Setembro 2020 17:25)
VMT Telecomunicações: vitória do sindicato! (Quinta, 10 Setembro 2020 18:48)
Troco Guarapari (Quinta, 10 Setembro 2020 15:26)
Nota de Esclarecimento (Quarta, 05 Agosto 2020 22:23)
Campanha Solidária Sindicomerciários (Quarta, 27 Maio 2020 14:46)

HSBC é condenado por espionagem contra funcionários

O banco HSBC, cuja sede administrativa é localizada em Curitiba, foi condenado a pagar R$ 67,5 milhões como indenização por dano moral coletivo por ter praticado espionagem contra seus empregados em várias cidades no Brasil, entre os anos 1999 e 2003.

A sentença foi proferida na última sexta (6) pelo juiz Felipe Calvet, da 8ª Vara de Trabalho da capital paranaense. E decorre de ação civil pública ajuizada pelo Ministério Público do Paraná (MPT-PR), em agosto de 2012, atendendo a denúncia do Sindicato dos Bancários de Curitiba, da Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito do Paraná (Fetec-PR) e da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf).

Segundo informações do MPT-PR, documentos comprovam que a instituição financeira, que tem sede em Londres e expandiu sua entrada no Brasil a partir da compra do antigo Bamerindus, espionou 152 pessoas em diversos estados brasileiros, a pretexto de investigar o número supostamente elevado de trabalhadores afastados por motivos de saúde.

Em 2001, uma reportagem publicada na Revista dos Bancários – do sindicato da categoria em São Paulo – aponta que a espionagem do banco inglês se estendia a sindicalistas, clientes, ex-funcionários e familiares, desde 1994 (ainda Bamerindus). Na época, a instituição teria contratado o então sargento da PM Jorge Luiz Martins – com consentimento do comando da polícia – para ficar à disposição do banco e monitorar a administração e residências de funcionários e investigar possíveis golpes.

Entre 1997 e 2000, o banco teria montado uma rede nacional de “inteligência”, formada por policiais e ex-policiais. No período, também contratou a empresa Serviço Privado de Inteligência (SPI), atual Centro de Inteligência Empresarial (CIE), de propriedade de um ex-policial federal, para serviços de coleta de dados. A polícia receberia relatórios de todas as atividades desenvolvidas e “contribuições espontâneas” em dinheiro. No esquema, a CIE teria acesso a dados sigilosos da Receita Federal, carros com placas frias e o auxílio de policiais civis, militares e federais.

Segundo informações do MPT do Paraná, contratados da CIE seguiam os trabalhadores pela cidade, usavam disfarces de entregador de flores ou pesquisador para realizar abordagens, mexiam em lixos e entravam nas residências para obter filmar e fotografar. Horários de chegada e saída dos trabalhadores, local de destino, meio de transporte, trajes, hábitos de consumo, informações sobre familiares, antecedentes criminais, eventuais ajuizamento de ações trabalhistas, participação em sociedade comercial e posse de bens eram registrados em dossiês.

Em nota, o banco informa que “trata-se de decisão em primeira instância sujeita a recursos, razão pela qual não comentará o caso”.

Para os representantes dos trabalhadores, a Justiça está sendo feita. "Após extrapolar todos os limites, violando o direto de privacidade de seus funcionários, o HSBC recebe agora a condenação merecida", diz o presidente do Sindicato dos Bancários de Curitiba, Otávio Dias.

A Fetec-PR e os sindicatos filiados também ajuizaram uma ação contra o banco, reclamando indenização por danos morais individuais. "Tal ação atualmente encontra-se em fase de instrução probatória, tramitando na 13ª Vara de Curitiba", afirma o assessor jurídico do sindicato Nasser Ahmad Allan.

"A desproporção da relação custo/benefício das investigações privadas que o HSBC realizou é evidente levando-se em conta que, por força de uma suspeita de fraude, de que 'alguém' pudesse estar realizando 'atividades extra-banco', 152 trabalhadores foram investigados, tiveram suas vidas devassadas e seus direitos fundamentais à intimidade e à vida privada brutalmente violados", afirma o procurador do trabalho Humberto Mussi de Albuquerque, responsável pela ação.

"Vale destacar que nos últimos anos o banco também esteve envolvido em diversas denúncias internacionais, por lavagem de dinheiro, enquanto, os funcionários do HSBC recebem um dos piores salários do mercado e têm o valor da PLR reduzido a cada ano, por conta de altos valores provisionados", diz o diretor-executivo da Contraf e bancário do HSBC, Sérgio Ricardo Siqueira.

Lido 2670 vezes
Avalie este item
(0 votos)
Publicado em Notícias Gerais

Denúncias

Se você está sofrendo qualquer tipo de abuso no seu local de trabalho, o Sindicato sempre será o seu maior aliado!

Informativos