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Preços de alimentos recuam por sexto mês consecutivo e atingem menor valor

Os preços mundiais dos alimentos caíram pelo sexto mês consecutivo em setembro, o recuo mais prolongado desde 2009, já que os custos de laticínios, grãos, óleos de cozinha e açúcar declinaram.

Um índice de 55 itens alimentares baixou 2,6 por cento em relação ao mês anterior para 191,5 pontos, o menor valor desde agosto de 2010, disse ontem em um relatório on-line a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), com sede em Roma.

A soja e o milho estão sendo negociados perto dos seus valores mais baixos em quatro anos em Chicago em meio a uma perspectiva de safras recordes nos EUA. Nos últimos dois anos, todos os produtos agrícolas do Bloomberg Commodity Index fora o gado bovino, os suínos e o café declinaram. O recuo é liderado pelo milho, pelo trigo e pela soja.

"O açúcar e os laticínios apresentaram a maior queda, seguidos pelos cereais e pelos óleos", escreveu a FAO. "Entre os fatores subjacentes, a ampla valorização do dólar americano continuou afetando os preços de todas as commodities internacionais".

O índice caiu 6 por cento em relação ao ano anterior, no 15° mês consecutivo de recuo em relação ao mesmo período do ano anterior. Trata-se do declínio mais prolongado deste tipo desde uma queda de mais de três anos que acabou em junho de 2000.

Um indicador de preços de laticínios caiu 6,5 por cento desde agosto, com baixas em todos os produtos medidos, especialmente o leite em pó desnatado, disse a FAO.

"O persistente declínio dos preços reflete uma abundante disponibilidade de exportações, sobretudo na Oceania", disse a agência. Na União Europeia, a produção de manteiga e de leite em pó desnatado aumentou porque os produtores passaram a produzi-los em lugar do queijo destinado à Rússia, segundo o relatório.

O índice de preços de grãos diminuiu 2,5 por cento para 177,9 pontos. Uma "boa produção" e grandes quantidades disponíveis para exportações estão afetando os preços do trigo e do milho, segundo a agência da ONU.

Óleos vegetais

Um índice de preços de óleos vegetais declinou 2,8 por cento para 162 pontos em setembro em meio a uma perspectiva de produção ampla de óleo de palma no Sudeste Asiático e rendimentos superiores aos esperados da soja nos EUA.

"O principal impulsionador da queda continua sendo o óleo de palma, cujos preços caíram ao nível mais baixo em cinco anos, pois uma produção abundante coincidiu com uma demanda fraca de importações", escreveu a FAO.

Os preços do açúcar declinaram 6,6 por cento para cerca de 228 pontos já que se espera que a produção mundial ultrapasse o consumo.

Um indicador de custos da carne subiu para 207,8 pontos, o maior valor em registros que vão até 1990, devido à alta dos preços de exportação da carne bovina. Os preços da carne suína estão caindo à medida que a produção se recupera de uma doença, escreveu a FAO.

"Atualmente, os preços da carne se encontram em recordes históricos e a não ocorrência de um aumento neste mês poderia indicar que, de forma geral, eles chegaram a um pico", escreveu a FAO.

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Publicado em Notícias Gerais

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