O Supremo Tribunal Federal (STF) autorizou a quebra de sigilo bancário e fiscal do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Além do deputado, a decisão do ministro Teori Zavascki, a pedido da Procuradoria-Geral da República, quebra o sigilo da mulher, da filha e de três empresas ligadas a Cunha e seus familiares.
A família Cunha é investigada por manter contas secretas na Suíça. De acordo com delações premiadas da Operação Lava Jato, o dinheiro nas contas era de recursos desviados da Petrobras, no valor de US$ 5 milhões.
As empresas que tiveram o sigilo quebrado, e que têm Cunha e sua mulher como sócios, são a Rádio Satélite, C3 Produções e Jesus.com. Os investigadores suspeitam que elas teriam recebido recursos das contas na Suíça.
Os investigadores pretendem, com a quebra, obter detalhes da movimentação financeira de Cunha e do possível uso irregular das empresas de que é sócio, além de avaliar a relação do deputado com pessoas próximas.
Aumento patrimonial
A Receita Federal aponta em um relatório que o patrimônio do presidente da Câmara e de sua família tiveram um aumento incompatível com os seus rendimentos nos últimos anos. Segundo o documento, os valores considerados como aumento patrimonial "a descoberto" da família totalizam R$ 1,8 milhão, entre 2011 e 2014.
Além do salário de R$ 33,7 mil como deputado, a sociedade com as empresas que tiveram o sigilo quebrado são justificativas para a renda do parlamentar. Segundo o jornal Folha de São Paulo, o deputado disse que o dinheiro vem de negócios do exterior.
A investigação aponta que a filha, Danielle Dytz da Cunha, teve aumento de sete vezes no patrimônio. De acordo com dados do seu Imposto de Renda, ela passou de R$ 208 mil em 2010, a R$ 1,5 milhão em 2014. Uma transferência de R$ 800 mil feita por Cunha em 2013 influenciou significativamente esse aumento.
Fonte: Brasil de Fato