Os mais de 170 mil comerciários e comerciárias capixabas abrem este segundo semestre com mais uma Campanha Salarial. Sob o slogan, “Direito não se reduz, se amplia”, a campanha deste ano acontece em uma conjuntura econômica extremamente adversa aos trabalhadores. Desemprego, retração nas vendas do comércio, inflação e incerteza formam um caldo de cultura extremamente desfavorável à mobilização e organização dos trabalhadores.
Mas os empregados no comércio já demonstraram historicamente que são de luta e, mais uma vez, atenderam ao chamado do Sindicomerciários, para a construção de uma Campanha Salarial que leve a um acordo justo e digno.
Reposição das perdas inflacionárias e aumento real são os carros-chefe dessa Campanha, que conta, ainda, com a reivindicação pela manutenção e avanço das cláusulas sociais existentes, sobretudo as que dizem respeito ao plano de saúde e odontológico, seguro de vida, e descanso aos domingos.
Por outro lado, o cenário também não é assim tão catastrófico como pinta a mídia golpista. No primeiro semestre de 2015, 69% das negociações analisadas pelo Sistema de Acompanhamento de Salários do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (SAS-Dieese) conquistaram aumentos reais. Os reajustes acima da inflação se concentraram na faixa de até 1% de ganho real.
Cerca de 17% das negociações obtiveram reajustes iguais à inflação medida pelo INPC-IBGE. Os reajustes salariais que não repuseram a inflação alcançaram apenas 15% das negociações. As perdas ficaram nas faixas de 2% abaixo da inflação na maioria dos casos. O pagamento em parcela única ainda predominou, aparecendo 94% das negociações. O pagamento parcelado ocorreu em 6%. O fato é que o ano de 2015 tende a ser pior do que 2014. Provavelmente também vai ser pior do que 2008.
Se os resultados forem semelhantes ao primeiro semestre, será pior do que 2014. Mas a hora e o momento são de lutar para garantir nossas justas e legítimas reivindicações. Afinal, direito não se reduz, se amplia.