Vivemos hoje uma crise política séria no nosso País. E que neste exato momento se expressa na tentativa dos opositores ao governo federal de fazer o terceiro turno. Essa tentativa começou no dia seguinte às eleições. Agora ela se expressa na busca incessante da oposição de encurtar seu caminho ao poder, de dar um passo, um salto e chegar ao poder “fazendo” um golpe. E por que fazendo? Porque trata-se de construir, de forma artificial, o impedimento de um governo eleito pelo voto direto de 54 milhões de brasileiros. A vontade de produzir um golpe contra o funcionamento regular das leis e das instituições é explícita. Jogam, sem nenhum pudor, no “quanto pior melhor”: pior para a população e melhor para eles.
O interessante é que eles votam contra medidas que eles próprios aprovaram no passado. Nessa política de quanto pior melhor, não há nenhum comedimento, nenhum limite, nenhum pudor, porque votam contra o que fizeram quando estavam no poder. Envenenam a população todos os dias nas redes sociais e na mídia. E pior é que espalham o ódio, espalham a intolerância. Nosso país não se caracteriza pelo ódio e pela intolerância, pelo contrário, uma das características mais importantes do Brasil é a sua diversidade.
O Brasil tem uma tradição de conviver de forma pacífica com a diferença. Nós somos um país formado por etnias diferentes. Somos tolerantes em relação às pessoas, ao que elas acreditam, às religiões que adotam. Nós somos eminentemente um povo que tem um grande componente, que é o fato de sermos formados pelas mais diversas etnias. Então, quando se instila ódio, quando se instila a intolerância, estamos caminhando contra valores fundamentais, que formam o nosso país.
Querem criar uma onda, querem criar uma onda que leve, de qualquer jeito, ao encurtamento do mandato da presidente Dilma, sem fato jurídico, sem qualquer materialidade que a desabone. O que antes era inconformismo, por terem perdido a eleição, agora transformou-se em um claro desejo de retrocesso político, de ruptura institucional. E isso tem nome, isso é um golpismo escancarado.
Mas trata-se de um golpe não contra a pessoa da presidente, mas contra um projeto que fez do Brasil um país que superou a miséria, que elevou milhões de pessoas às classes médias, que construiu um poderoso mercado interno. Esse Brasil, que hoje pode se orgulhar, pode se orgulhar de ter a primeira geração de crianças que não conheceu o flagelo da fome, a primeira geração de crianças que teve oportunidade de estudar.