O governo de Michel Temer pretende elevar a idade mínima para aposentadoria aos 70 anos no caso da futura geração. A medida só seria aplicada daqui a 20 anos, mas já constaria da proposta de reforma da Previdência a ser enviada ao Congresso.
A ideia seria estabelecer a primeira faixa com idade mínima de 65 anos a partir da aprovação do texto, e a segunda, de 70 anos, para ser aplicada só daqui a 20 anos. Hoje, a idade média das pessoas ao se aposentarem é de 54 anos.
Os que entrarem no mercado de trabalho a partir da sanção da nova regra se enquadrarão integralmente na faixa de 65 anos. As regras de transição ainda estão sendo analisadas, mas devem levar em conta o tempo de contribuição dos trabalhadores e o período que falta para a aposentadoria.
Diante da resistência dos movimentos sindicais contra a mudança, a expectativa do governo interino é receber algumas ideias na reunião prevista para amanhã. Os sindicatos querem a manutenção da regra 85/95 (soma entre idade e tempo de contribuição para mulheres e homens, respectivamente) e pedem, em vez de mudanças estruturais no sistema, que o governo faça uma fiscalização rigorosa nos gastos com os recursos previdenciários.
Para João Cayres, diretor nacional da CUT, alterações na Previdência para trabalhadores na ativa são uma quebra de contrato. "Não vamos aceitar isso, mexer com as pessoas que já estão no mercado de trabalho é mudar a regra no meio do jogo."