Depois de resultados negativos nos dois primeiros meses do ano, o mercado formal esboçou uma reação em março, com a criação de 19.282 vagas com carteira assinada (variação de 0,05%), segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgado na tarde de hoje (23) pelo ministro do Trabalho e Emprego, Manoel Dias. O saldo também foi melhor que o de igual mês de 2013 (13.117).
O saldo foi determinado pelo desempenho do setor de serviços, que abriu 53.778 postos de trabalho (variação de 0,31%). A indústria de transformação fechou 14.683 vagas (-0,18%) e a construção civil, 18.205 (-0,6%). A agropecuária perdeu 6.281 empregos (-0,41%), enquanto o comércio manteve estável, com 2.684 a mais (0,03%).
No caso da indústria, segundo o ministério, o emprego diminuiu em oito dos 12 segmentos pesquisados, com destaque para material de transporte (-6.355 vagas), mecânica (-4.893), produtos alimentícios (-4.455) e metalurgia (-4.215). Criaram empregos as atividades de borracha (4.215), calçados (2.632) e química (1.792).
Em serviços, o nível de emprego aumentou em quatro dos cinco ramos – a exceção foi o de instituições financeiras, que fechou 567 vagas. Entre as altas, ensino abriu 18.325, comércio e administração de imóveis, 15.429, e serviços médicos e odontológicos, 9.234, saldo recorde para o mês.
De acordo com o Caged, o emprego formal caiu nas nove áreas metropolitanas (-0,02%), com redução de 2.598 postos de trabalho. E aumentou no interior dessas regiões: 0,15%, o correspondente a mais 22.517 vagas.
Expectativa
O ministro Manoel Dias espera que a tendência siga positiva. "Tivemos um janeiro negativo, um fevereiro que estabilizou e março já geramos emprego. A expectativa é de um abril ainda melhor", afirmou.
No primeiro trimestre, o resultado é negativo: menos 50.354 vagas formais, queda de 0,12%, com eliminação de 123.429 postos de trabalho no comércio (-1,31%) e de 50.974 na construção (-1,66%). Os serviços crescem 0,61%, com acréscimo de 106.801 empregos, e a indústria avança 0,18% (15.119).
Em 12 meses, o emprego formal recua 0,12%, com fechamento de 48.678 vagas, resultado de 21,036 milhões de contratações e 21,085 milhões de demissões. Os setores que mais fecharam vagas foram indústria (-256.724, queda de 3,03%) e construção (-241.570, retração de 7,42%). Os serviços têm saldo de 339.064 (1,97%) e o comércio, de 133.140 (1,45%). A agricultura cai 1% (menos 15.556 vagas) e a administração pública fica praticamente estável (menos 547, variação de 0,06%).
O estoque de emprego no Caged, em março, chega a 41,1 milhões.