O PT e movimento sindical preparam manifestação contra a intolerância e em repúdio ao atentado contra a sede do Instituto Lula, cometido na quinta-feira (30), em São Paulo. Será a primeira de uma série de manifestações contra ataques em que os alvos foram os petistas.
O primeiro ato em defesa da democracia será ao meio-dia desta sexta-feira (7), em frente ao Instituto Lula, local do atentado, no bairro paulistano do Ipiranga. A ideia é fazer um abraço simbólico na sede, contra o ódio e a intolerância e a favor da democracia.
Participarão do ato membros da frente #TodosPelaDemocracia. A Frente suprapartidária e plural é composta por todos que tem interesse em defender a democracia. Entre os participantes da frente estão juristas, intelectuais, artistas, líderes religiosos, movimentos sociais e sindicais como: CUT, CTB, CSB, CMP, Consulta Popular, FLM, UMM e partidos políticos – PT, PCdo B, PCO e PDT.
Um outro ato está previsto para o dia 16 de agosto, organizado pelo movimento sindical e entidades da sociedade civil. "A partir de agora, nós, dirigentes, vamos construir em nossas bases essa grande mobilização em defesa do Brasil, dos empregos e dos avanços sociais. E tudo isso se traduz, também, na defesa do presidente Lula", disse o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Rafael Marques.
Para o dirigente, o atentado é "inadmissível". "É um tipo de atitude que aconteceu poucas vezes na história do nosso País e que repudiamos fortemente. Um comportamento de gente pequena, atormentada, pessoas que, com certeza, não deram um centésimo da contribuição que o presidente Lula deu ao Brasil e ao mundo", afirmou Marques.
Ontem (3), prefeitos da região do ABC paulista, reunidos no Consórcio Intermunicipal, aprovaram nota de protesto contra o ataque a bomba.
"O que aconteceu com o Instituto Lula se trata de um ataque fascista e de extrema-direita. Querem criar uma instabilidade no país quando atacam nosso 'eterno' presidente Lula", disse o deputado estadual Teonílio Barba (PT). "A intolerância ultrapassou todos os limites. Cada dia mais amplia o ódio no país", acrescentou o deputado estadual Luiz Turco (PT).
"Terrorista." Foi assim que o prefeito de Santo André, Carlos Grana (PT), chamou o ataque contra o Instituto Lula. "Se houvesse uma pessoa perto de onde jogaram a bomba sofreria ferimentos gravíssimos", protestou o prefeito.
O mesmo pensa o presidente do consórcio e prefeito de Rio Grande da Serra, Gabriel Maranhão (PSDB). "Fico triste com esse tipo de atitude, me envergonha. Na política, tem de discutir ideias e não partir para agressões. A bomba poderia ter matado alguém", avaliou o tucano.
O atentado contra a sede do Instituto Lula foi o mais recente de uma série de ataques contra militantes e dirigentes petistas que começaram ainda na campanha eleitoral do ano passado. Em geral, os atentados, entre os quais um assassinato de um militante em Curitiba, no Paraná, tiveram pouca ou nenhuma cobertura da chamada grande imprensa, ligada aos setores conservadores da sociedade.
Após a reeleição da presidenta Dilma Rousseff, esses mesmos setores de direita mantiveram os ataques e articulações para, primeiro, barrar a posse de Dilma para o novo mandato e, depois, impedir que seu governo tivesse um mínimo de estabilidade. Em manifestações – coletivas ou isoladas – contra Dilma e o PT, já em 2015, os ataques voltaram. Além de violências físicas, ex-ministros de Dilma, como Guido Mantega (Fazenda) e Alexandre Padilha (Saúde), foram vítimas de agressões verbais em locais públicos.