As centrais sindicais e o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômico (Dieese) lançaram hoje (9), em São Paulo, o movimento “Recuperar e Fortalecer os Empregos no Brasil - Soluções políticas e institucionais para reativar o setor de petróleo, gás, construção e naval”. Os temas dos debates serão convertidos em um documento com propostas para os setores, que será entregue em dezembro ao governo federal.
Para Clemente Ganz Lúcio, diretor técnico do Dieese, os setores analisados na plenária são "partes estruturantes" para a retomada do crescimento do país. “Entendemos que o próprio emprego é um dinamizador da economia, que gera, por um lado, a renda que sustenta a demanda interna e, por outro, a receita para o Estado poder atuar”, disse.
Miguel Torres, presidente da Força Sindical, teme uma queda acentuada na criação de empregos. “Com a crise que o país está passando, foram afetados todos esses setores, temos milhares de trabalhadores em risco. Este ano, esses setores já mandaram embora mais de 600 mil trabalhadores e a perspectiva é aumentar isso”.
O sindicalista afirmou que as propostas discutidas durantes as reuniões das centrais serão levadas ao empresariado. Segundo ele, ficou agendado para o dia 8 de dezembro uma manifestação em todos os estados, especialmente no Rio de Janeiro, um dia antes da ida dos dirigentes sindicais a Brasília, onde pretendem levar à Presidência da República as principais propostas.
Setores
Nas áreas de petróleo e gás, os sindicalistas defendem o uso da Petrobras como instrumento de desenvolvimento do país. A empresa gera, segundo eles, 81 mil empregos diretos e 360 mil terceirizados. Com a alternativa encontrada pela empresa para a falta de liquidez, a reestruturação do plano de negócios e a venda de ativos, 5,5 milhões de empregos diretos e indiretos deixarão de ser gerados.
A preocupação levada pela indústria naval é com a interrupção do crescimento na geração de empregos. Foram criados, em 2002, 11,9 mil postos. Em 2013, o setor aumentou com 68 mil empregos, segundo as centrais. A construção civil, pelos dados dos sindicalistas, é ainda mais representativa, com 8,8 milhões de trabalhadores, o equivalente a 9,2% do total da população ocupada.
Participaram do encontro representantes da Força Sindical, Central Única dos Trabalhadores, União Geral dos Trabalhadores, Nova Central, Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil e Central dos Sindicatos Brasileiros.