As empresas Aramco da Arábia Saudita e a Total da França estão construindo uma refinaria de petróleo com capacidade de refino de 400 mil barris por dia. Ela custará U$ 10 bilhões. A mesma Aramco constrói outra refinaria, no Texas, em parceria com a anglo-holandesa Royal Dutch Shell, com capacidade de processamento de 350 mil barris por dia. Custará R$ 10 bilhões de reais. A chinesa Sinopec está construindo uma refinaria com capacidade de processamento de 200 mil barris por dia. Custo, U$ 9 bilhões.
Vamos ao ponto.
A quem interessa criar um clima de fim do mundo pelo fato da Petrobras ter gasto U$ 1,2 bilhão para adquirir uma refinaria na California com capacidade de processamento de 100 mil barris por dia e capacidade de estocagem de 6 milhões de barris? Pior: esse valor nem corresponde ao custo real da refinaria. Dos U$ 1,236 bilhão pago na compra da refinaria, U$ 340 milhões foram gastos na compra dos estoques de petróleo e derivados que a refinaria possuía, que já foram processados e vendidos inclusive. Sendo assim, o custo da compra da refinaria seria algo em torno de U$ 896 milhões.
Independente das investigações sobre os problemas na Petrobrás é certo que há uma guerra especulativa contra a empresa, e que agora ganha contornos políticos e eleitorais. São os mesmos neoliberais que insistem em atacar a gestão estatal que desde 2003 iniciou o processo que fará da Petrobrás uma empresa verdadeiramente pública e voltada para os interesses nacionais.
Mais uma vez, a Petrobrás volta a ser palanque de disputas políticas em ano eleitoral. Foi assim no governo Lula, foi assim em 2010 e não seria diferente esse ano, quando as pesquisas eleitorais refletem o apoio popular ao governo Dilma. Tensionada, a oposição, em conluio com a velha mídia, mira na Petrobrás para tentar desmoralizar a gestão pública da maior empresa brasileira.
Os mesmos PSDB e DEM, que quando governaram o país fizeram de tudo para privatizar a Petrobrás, trazem de volta à cena política antigas denúncias sobre refinarias adquiridas pela empresa no exterior e tornam a atacar as que estão em fase final de construção no Brasil. Quem acompanha a nossa indústria de petróleo sabe da urgência de reestruturação do parque de refino da Petrobrás, que, durante o governo do PSDB/DEM, foi sucateado e estagnado, assim como os demais setores da empresa.
Quando exercia o papel de governista (dos anos 90 até 2002), a oposição demo-tucana quebrou o monopólio estatal da Petrobrás, escancarou a terceirização, privatizou alguns setores e unidades da empresa, reduziu drasticamente os efetivos próprios, estagnou investimentos em exploração, produção e refino e ainda tentou mudar o nome da Petrobrás para Petrobrax. Foi nessa época que a empresa protagonizou alguns dos maiores acidentes ambientais do país e o afundamento da P-36.
Agora, a Petrobras volta à cena. Não permitiremos que sangrem esse empresa em um ringue de disputas políticas partidárias eleitorais, como querem os defensores da CPI. Reagiremos à altura contra qualquer retrocesso que possa ser imposto à maior empresa brasileira, alavanca do desenvolvimento do país.