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Quarta, Set 13 2017

Na última segunda-feira (11), os convidados da audiência pública realizada pela Subcomissão do Trabalho, vinculada à Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa do Senado, foram unânimes em criticar a Reforma Trabalhista.

De acordo com os convidados, o conjunto de alterações propostas pelo governo ilegítimo de Michel Temer não pode sobrepor os direitos assegurados na Constituição. Entre os itens inconstitucionais, destacados pela mesa de debatedores, está o negociado sobre o legislado, que privilegia os acordos entre empregadores e empregados em relação à legislação.

Participaram do encontro, mediado pelo senador Paulo Paim (PT-RS), a ministra do Tribunal Superior do Trabalho, Delaíde Arantes; o advogado trabalhista Luis Carlos Moro; o procurador Helder Amorim; Maximiliano Nagl Garcez, representante da Associação latino americana de advogado trabalhistas; e a professora da Universidade de Brasília (UnB), Gabriela Delgado.

De acordo com a ministra Delaíde, a Reforma Trabalhista, que começa a vigorar no próxima dia 11 de novembro, precisa respeitar a Constituição. “Fizemos um juramento de julgar e vamos aplicar a lei ordinária que aprovou a reforma trabalhista, mas não vamos aplicá-la isoladamente. É uma lei trabalhista que se insere à luz da proteção constitucional e à luz da legislação internacional”, afirmou a magistrada.

Maximiliano Nagl Garcez foi ainda mais duro nas criticas. “A Reforma Trabalhista não é só um ataque aos direitos trabalhistas, mas é praticamente a revogação da dignidade da pessoa humana. Isso tem sido o mote de coisas estarrecedoras que acontecem no Brasil por causa desse governo golpista.”

Na reunião, a Central Única dos Trabalhadores (CUT) divulgou a coleta de assinaturas em apoio a um projeto de lei de iniciativa popular para revogar a reforma trabalhista. Em entrevista à Rede Brasil Atual, a secretária de Relações do Trabalho da CUT, Graça Costa, falou sobre a iniciativa.

 “O projeto ele é, principalmente, para mobilizar. Não só como uma proposta legislativa, mas principalmente para dizer aos trabalhadores e trabalhadoras, em todos os cantinhos desse país, dos males dessa reforma e que nós precisamos do apoio, nós precisamos ter uma mobilização realmente de massa para se contrapor a tudo isso que tem contra nós”, encerrou a dirigente.

Terça, Set 12 2017

O presidente nacional da CUT, Vagner Freitas, convoca toda a militância e brasileiros e brasileiras em defesa da democracia e do trabalho decente para uma semana de lutas em todo o país.

A começar pela próxima quarta-feira (13), data em que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva presta depoimento à Justiça Federal, em Curitiba. Vagner aponta que está em curso uma tentativa de inviabilizar a candidatura de Lula porque o presidente representa a vontade popular de um Brasil melhor e o ponto final da série de retrocessos impostos pelo ilegítimo Michel Temer e sua base conservadora.

A Frente Brasil Popular realizará, a partir das 15h, na Praça Generoso Marques, centro de Curitiba, a segunda “Jornada de Lutas pela Democracia”, em apoio a Lula. O ato de solidariedade começa enquanto o ex-presidente estiver depondo, com atividades culturais, como a apresentação do músico Pereira da Viola, de Minas Gerais, e de artistas curitibanos dos grupos Samba da Resistência e delGhetto, além de Elian Woidello.

Às 16h30, está programada uma aula pública sobre os métodos utilizados pela Operação Lava Jato. A atividade terá a presença do ex-ministro da Justiça, Eugênio Aragão. O jurista é crítico à forma como a Operação tem sido conduzida, marcada, entre outras questões, por exposição midiática, prisões preventivas e ataques ao amplo direito de defesa.

Na sequência, será lançado o livro “Comentários a uma sentença anunciada: o processo Lula”, publicado pelo Projeto Editorial Práxis, com apoio do Instituto Joaquín Herrera Flores e Instituto Declatra. A obra, organizada por juristas, traz argumentos técnicos relativos à primeira sentença de Sergio Moro contra o ex-presidente. Por volta das 18h, começa o ato político que deve contar com a presença de Lula.

Derrubar as reformas

O dirigente lembra também que no dia seguinte, 14 de setembro, a CUT, confederações, federações e sindicatos promoverão um Dia Nacional de Lutas para Anulação da Reforma Trabalhista.

A Central colocou nas ruas no dia 7 de setembro uma campanha de coleta de assinaturas para um Projeto de Lei de Iniciativa Popular que revoga a nova legislação Trabalhista. A medida aprovada pelo Congresso entra em vigor no próximo dia 11 de novembro. 

A meta da CUT é que mais de 1,3 milhão de brasileiros assinem o documento que será entregue à Câmara dos Deputados. O passo seguinte é pressionar os deputados a votarem o texto que revoga a proposta do ilegítimo Michel Temer que acabou com diversos direitos trabalhistas (leia quadro abaixo). 

“Essa proposta aprovada por esse governo e esse Congresso corrupto acaba com sua carteira assinada, todos seus direitos e transforma seu emprego em bico”, aponta Vagner Freitas.  

Nesse dia de luta, as organizações filiadas à Central também levarão às ruas o alerta de que colocar a Reforma da Previdência para votar resultará em uma grande greve.

“Um slogan que quero que você, trabalhador, trabalhadora tenha como um mantra: se botar para votar, o Brasil vai parar. Se botar para votar, vamos fazer uma grande greve e tem de ser com sua participação”, afirma.

Terça, Set 12 2017

Após o feriado de 7 de setembro,  em que os diretores do Sindicomerciários fizeram uma fiscalização pelo comércio do estado, ficou constatado que diversos  estabelecimentos não respeitaram a cláusula 27° da Convenção Coletiva de Trabalho que fala sobre a autorização/proibição do trabalho nos feriados.

É importante que o trabalhador (a) comerciário (a) fortaleça a luta da diretoria do sindicato e não deixe que os patrões lesem seus direitos, portanto, caso o estabelecimento tenha exigido o expediente neste dia, é só o mesmo entrar em contato com a Sede mais próxima e denunciar. As denúncias também podem ser feitas através do site da entidade - www.sindicomerciarios.org.br

Para o presidente eleito da entidade, Rodrigo Rocha, não resta dúvidas de que muitos empresários simplesmente negligenciaram a Convenção e exigiram de seus funcionários a força de trabalho. “O texto é claro, fica autorizado o trabalho nos feriado com exceção de algumas datas, o 7 de setembro é uma dessas exceções e mesmo assim muitos patrões não respeitaram, é nessa hora que o Sindicato tem de agir”.

O dirigente disse ainda que este comportamento já é o reflexo da reforma trabalhista, “esse desrespeito aos trabalhadores já é o reflexo do desmonte dos diretos trabalhistas orquestrado pelo presidente golpista Michel Temer com ajuda da bancada capixaba (deputados: Evair de Melo, Marcus Vicente, Lelo Coimbra, Norma Ayub e Paulo Foletto; senadores: Ricardo Ferraço, Magno Malta e Rose de Freitas)”, “a reforma trabalhista nem entrou em vigor e o setor patronal já dá indícios de que o pior está por vir”, lamentou Rodrigo.

Segunda, Set 11 2017

Um novo tipo de assédio já está sendo julgado no Tribunal Superior do Trabalho. Além do dano moral e dos assédios moral e sexual, o TST aponta o dano existencial no Direito do Trabalho, buscando preservar a existência social, o objetivo e o projeto de vida do trabalhador. Várias causas já estão sendo julgadas neste sentido pelos tribunais do Trabalho, em todo o Brasil, e no próprio TST.

O dano existencial no Direito do Trabalho, também chamado de dano à existência do trabalhador, decorre da conduta patronal que impossibilita o empregado de se relacionar e de conviver em sociedade, por meio de atividades recreativas, afetivas, espirituais, culturais, esportivas, sociais e de descanso, que lhe trarão bem-estar físico e psíquico e, por consequência, felicidade. Igualmente refere-se ao procedimento que impede o colaborador de executar e prosseguir seus projetos de vida, que serão, por sua vez, responsáveis pelo seu crescimento ou realização profissional, social e pessoal.

A professora de Direto do Trabalho da faculdade Esamc Sorocaba, Janete Aparecida Almenara, aponta um exemplo clássico de dano existencial. “Um indivíduo que fica muitos anos preso injustamente é um exemplo clássico. Se apurado o erro, a existência do indivíduo e seus projetos de vida são alterados, modificando sua expectativa de vida, por conta do ato ilícito cometido por um erro processual ou, mesmo, por alguma falha na aplicação da Justiça, ferindo a personalidade e a dignidade humana, que são os bens maiores de qualquer cidadão, resguardados pela Constituição Federal”, afirma.

Nas relações de trabalho No âmbito trabalhista, o dano existencial ocorre quando há excessos, exploração, entre outros. Comumente no abuso de execução de muitas horas extras, quando o trabalhador deixa, por muitos anos, de cuidar da sua própria existência, não tendo tempo para a realização de seus projetos de vida; a existência de várias férias sem gozo e aquele que trabalha por longos anos, sem registro, não tendo um suporte de sustentação e segurança para melhorar suas condições de vida. “O dano existencial é algo muito sério e deve ser muito bem comprovado pelo trabalhador. Ele precisa provar que, realmente, o ato trouxe um prejuízo à sua dignidade humana e personalidade, alterando, de fato e de forma substancial, a sua história de vida. Não é qualquer conduta isolada, de curta duração, que pode ser considerada como um dano existencial. Para isto, a conduta deve-se perdurar no tempo, sendo capaz de alterar seu objetivo devida”, pontua a professora.

À parte do dano existencial, mas que também atinge a dignidade humana, resguardada pela Constituição Federal, existem os danos causados pelo assédio moral, tal como o terrorismo psicológico, que se caracteriza na prática como aquele em que o empregado é humilhado, perseguido, muitas vezes, isolado do grupo, exposto a situações vexatórias em reuniões, inclusive, na divisão de tarefas, em que, por exemplo, o empregador distribui tarefas mais fáceis, alegando que o indivíduo seja incapaz de exercer as outras. Nestes casos, o trabalhador tem a sua autoestima colocada em dúvida, deforma constante, ocasionando,

muitas vezes, doenças psicológicas. A vítima, ao longo dos anos, perde o interesse e os seus planos de vida profissional, ocorrendo também o dano existencial.

Provas robustas Assim como nos demais casos, o dano existencial prescinde de provas robustas —devendo haver a comprovação da “culpa”, do nexo e do dano — as quais se materializam na forma de prova: documental, que poderá ser por meio de e-mails, atas de reuniões, cobranças de resultados e testemunhal.

Ainda de acordo com a professora Janete, o dano existencial surge pela própria evolução do dano moral. “Paralelamente ao dano moral, o TST constatou que, nestas situações específicas, as pessoas perdiam sua expectativa de vida, comprometendo toda a sua existência, por força de outras coisas maiores a ele impostas. O reconhecimento do dano existencial surge como uma forma de oferecer mais dignidade e melhor qualidade de vida ao trabalhador, permitindo ao indivíduo cuidar de si e se realizar como ser humano, contribuindo para a sociedade em um contexto geral.”

Como medida preventiva, orienta a especialista, as empresas devem adotar um tratamento mais humanizado com os seus colaboradores, possibilitando o convívio social e familiar e incentivando o seu crescimento como “pessoa”, possibilitando a realização de cursos e reciclagens. A iniciativa dos tribunais surge para que o trabalhador tenha sua dignidade resgatada junto à família e como ser humano. As empresas que causarem danos à existência do trabalhador podem ser punidas, com indenização a ser arbitrada pelo poder judiciário, sempre considerando cada caso.

Segunda, Set 11 2017

Os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgados hoje (17) pelo IBGE, retratam a situação ruim do mercado de trabalho e a desigualdade no país. As taxas de desemprego são maiores na região Nordeste e entre trabalhadores jovens e negros, mulheres e pessoas com menos escolaridade.

O presidente da CUT, Vagner Freitas, afirma em seu blog que o total de trabalhadores subempregados aumentou aumentou de 5,2 milhões para 5,8 milhões. E oque total da força de trabalho subutilizada – que inclui desempregados, subempregados e a força de trabalho potencial (pessoas que não procuram empregos) – chegou a 26,3 milhões de pessoas no mesmo período. Os dados se referem ao segundo trimestre do ano.

"Temer e os patrões devem estar felizes, eles queriam isso mesmo, tirar direitos e jogar a classe trabalhadora no subemprego, na miséria. Foi para isso que aprovaram o desmonte da CLT, que eles chamaram de reforma Trabalhista", afirma o sindicalista. "Os dados da tragédia brasileira, são a maior comprovação de que o governo golpista e ilegítimo de Temer legalizou o bico. É o fim do contrato de trabalho formal, da carteira assinada, dos direitos."

A média nacional no período de abril a junho, segundo já havia divulgado o IBGE, foi de 13%, um pouco abaixo do período encerrado em março (13,7%) e bem acima de igual período do ano passado (11,3%). A estimativa é de 13,486 milhões de desempregados. Entre as regiões, as taxas variam de 8,4% (Sul) a 15,8% (Nordeste), atingindo 10,6% no Centro-Oeste, 12,5% no Norte 13,6% no Sudeste.

Os estados com maior índice são Pernambuco (18,8%) e Alagoas (17,7%). As menores taxas foram registradas em Santa Catarina (7,5%), Rio Grande do Sul (8,4%) e Mato Grosso (8,6%). Em São Paulo, ficou em 13,5%. "Nos estados onde houve aumento da desocupação, não foram geradas vagas suficientes para dar conta do crescimento da procura pelo emprego”, diz o coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE, Cimar Azeredo.

Nos grupos de pessoas de 14 a 17 anos e de 18 a 24 anos, as taxas de desemprego são de 43% e de 27,3%, respectivamente. Esse segundo grupo concentrava 32% dos desempregados do país. A maior parcela era da faixa de 25 a 39 anos (35,1%).

Entre as pessoas que se declararam brancas, o índice fica abaixo da média nacional (10,3%) e sobe para 15,8% entre pretos e 15,1% entre pardos, conforme a classificação do instituto. O desemprego vai a 11,5% para os homens e a 14,9% para mulheres. 

No recorte por escolaridade, a taxa de desemprego para pessoas com nível superior completo foi de 6,4%, subindo para 14% entre aqueles com superior incompleto. Aumenta ainda mais para quem tem ensino médio incompleto: 21,8%. 

A chamada subutilização da força de trabalho, que incluem pessoas com insuficiência de horas trabalhadas, foi de 23,8% no segundo trimestre (26,3 milhões), variando de 14,7% (região Sul) a 34,9% (Nordeste). Os estados com maior índice são Piauí (38,6%), Bahia (37,9%) e Maranhão (37,7%). Os menores são de Santa Catarina (10,7%), Mato Grosso (13,5%) e Paraná (15,9%).

O IBGE estima em 90,236 milhões o número de ocupados no país, sendo 68% empregados, 4,6% empregadores, 24,9% trabalhadores por conta própria e 2,4% no chamado trabalho familiar auxiliar. A participação de trabalhadores por conta própria cresce no Norte (31,8%) e no Nordeste (29,8%). 

Apenas no setor privado, 75,8% dos empregados tinham carteira assinada – eram 33,331 milhões. O percentual diminui para 60,8% no Nordeste e para 59% na região Norte. Entre os trabalhadores domésticos (6,104 milhões), 30,6% tinham registro.

O rendimento médio (R$ 2.104) e a massa de rendimentos (R$ 185,1 bilhões) ficaram estáveis no segundo trimestre.

Quinta, Ago 31 2017

A diretoria da Federação dos Trabalhadores no Comércio e Serviço do Espírito Santo (FETRACS) está reunida discutindo o planejamento de ações estratégicas que serão praticados ao longo do próximo semestre. O evento teve início às 09h de hoje, 31, com a participação do deputado estadual, Nunes, que fez uma análise da Conjuntura política atual. Após a conjuntura o presidente da Federação e diretor do Sindicomerciários, Rodrigo Rocha, apresentou a proposta de trabalho do planejamento e deu as boas-vindas aos companheiros dirigentes.

Na parte da tarde os diretores poderão discutir mais a respeito da nova legislação trabalhista, sobre o impacto que o desmonte da CLT irá causar na organização sindical, além de debater sobre a importância das entidades superiores em função da luta por garantir um trabalho justo e decente.

A Federação é composta por cinco entidades sindicais, são elas, Sindicomerciários, Senalba, Sindomésticos, Sinteses, Sindisec e Sindices. O Sindicomerciários está representado pelos diretores, Jaldo Gomes e Jeam Cabidelle, além do presidente da Federação, Rodrigo Rocha.

O planejamento continua amanhã, 01, com a construção coletiva do planejamento estratégico e a avaliação do projeto. 

Quinta, Ago 31 2017

A maior crise econômica da história do país ainda pesa na estrutura de renda das famílias brasileiras. No segundo trimestre deste ano, o Brasil tinha 15,2 milhões de lares onde ninguém trabalhava, 2,8 milhões a mais do que no mesmo período de 2014 - um incremento de 22%. Isso significa que um em cada cinco domicílios (21,8% do total) não tinha renda fruto do trabalho (formal ou informal). O levantamento foi feito a pedido do Valor pelos pesquisadores Samuel Franco e Suiani Febroni, do Instituto de Estudos de Trabalho e Sociedade (Iets) e de Oportunidades, Pesquisa e Estudos Sociais (OPE Sociais), a partir dos micro dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua (Pnad Contínua), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). "A crise colocou muitos chefes de família para fora do mercado de trabalho. Em muitos lares, cônjuges e filhos também foram demitidos. 

Membros da família tiveram que buscar emprego para recompor a renda, mas poucos conseguiram. Esse é o motivo mais provável para o resultado da pesquisa. São lares que estão agora sem renda do trabalho e que passam por um momento difícil", diz Franco. 

De acordo com o IBGE, 2,6 milhões de pessoas perderam seus empregos entre o fim de 2014 e o segundo trimestre deste ano. Nesse período, a taxa de desemprego nacional passou de 6,5% para os atuais 13% da força de trabalho. O país tinha 13,5 milhões de pessoas desempregadas no segundo trimestre, mais do que o dobro apurado pelo instituto nos três últimos meses de 2014 (6,4 milhões). No entanto, o número total de pessoas sem renda do trabalho é maior, porque há aqueles que apesar de estarem sem emprego não estão sequer procurando e ainda aqueles que vivem de outras rendas, incluindo aí os aposentados e pensionistas; além daqueles que recebem benefícios de programas de transferência de renda. Segundo o IBGE, o país tinha 64 milhões de pessoas fora da força de trabalho no segundo trimestre.

Franco diz que o envelhecimento da população explicaria apenas uma pequena parcela do aumento do número de residência em que ninguém trabalha. Ao se aposentar, as pessoas deixam de receber a renda do trabalho. Pelas projeções do IBGE, o número de idosos (60 anos ou mais) cresceu 8% de 2014 a 2017 - ou seja, mesmo se todos tivessem se aposentado, a variação seria bem inferior aos 22% encontrados.

Segundo o levantamento, a crise foi mais cruel para as famílias mais pobres. No segundo trimestre, não havia ninguém empregado em 12% dos lares em que o chefe de família cursou o ensino superior (1,4 ponto percentual a mais que o verificado no segundo trimestre de 2014). Quando o chefe de família tem o ensino fundamental incompleto, a proporção era de 32% (cinco pontos acima de 2014).

Para os pesquisadores, as estatísticas mostram, assim, a importância dos programas de transferência de renda em momentos de crise no mercado. "O indicador chama atenção para a importância do funcionamento eficiente das políticas assistenciais, de forma que as famílias que perderam sua fonte de renda possam se manter até recuperara situação ideal", diz Franco.

Na casa da manicure Valeria Resende, de 34 anos, as únicas fontes atuais de renda são o benefício mensal do Bolsa Família e o apoio financeiro recebido do irmão. Desde que perdeu emprego em um salão de beleza, a capixaba vive com os dois filhos, de 8 e 14 anos, sem renda do trabalho. Ela diz que há poucas oportunidades.

"Tenho ensino médio completo e fiz alguns cursos de informática. Mas busco nas agências de emprego e no boca a boca qualquer oportunidade que aparecer", disse Valeria, após ser atendida num centro de referência de assistência social, no Centro do Rio de Janeiro, local de cadastramento dos programas de assistência social da prefeitura e do governo federal.

Sexta, Ago 25 2017

A 15ª Turma do TRT da 2ª Região condenou a Casas Bahia a pagar uma indenização por danos morais a um funcionário que recebeu um apelido considerado desrespeitoso. De acordo com testemunhas do processo, ele era chamado de ‘costela’ ou ‘costelinha’, uma alusão a um problema de desvio de coluna.

Segundo o processo, o desvio fazia com que a costela ficasse saliente, dando a impressão de que era sua barriga. Ao ser chamado de barrigudo pelos colegas de trabalho, o funcionário explicou que tinha esse desvio de coluna. A partir de então, ganhou o apelido.

No processo, o funcionário afirma que era chamado de ‘costelinha’ inclusive na frente de clientes, o que lhe causava constrangimento.

Para os magistrados, o tratamento era desrespeitoso, sobretudo devido à sua condição física, sendo de conhecimento da Casas Bahia e do gerente da loja, que também fazia uso do apelido. Segundo eles, a conduta “constitui experiência subjetiva com prejuízos emocionais para o trabalhador e deve ser coibida”.

O TRT também condenou a Casas Bahia por expor o funcionário a esforços físicos, como carregar aparelhos de TV. Esses esforços teriam agravado o problema lombar do funcionário. Para os magistrados, a empresa não proporcionou um ambiente de trabalho seguro nem preservou a saúde do funcionário, cujo exame admissional recomendava evitar esforços físicos.

Para a questão do apelido, os magistrados fixaram a indenização em R$ 5.000. Para a reclamação sobre esforços físicos, a condenação foi de R$ 20 mil. No total, a condenação chega a R$ 450 mil, considerando outros itens do processo, horas extras, integração de valores pagos “por fora” a título de comissões e gueltas (prêmios pagos por fornecedores a empregados de terceiros a título de incentivo de vendas).

Procurada, a Via Varejo, administradora da Casas Bahia, informa que “desenvolve treinamentos -presenciais e virtuais –, materiais comunicação e demais ações que visem estabelecer relações baseadas na transparência e na ética e no respeito à dignidade e ao valor de cada pessoa”. “Como o caso em questão está sub júdice, a empresa não irá comentá-lo.”

Terça, Ago 22 2017

“A assinatura do decreto não muda em nada a relação capital e trabalho com o setor patronal”. A frase é do presidente do Sindicato, Jakson Andrade, a próposito do decreto 9.127 assinado por Temer e que confere aos supermercados status de serviço essencial, liberando o setor a abrir as lojas aos domingos. Para Jakson, ao Sindicato o importante não é o funcionamento do negócio, mas a força de trabalho empregada. “Nesse sentido, a direção do Sindicomerciários não tem reparo a fazer, até porque o mesmo decreto não retira a necessidade de acordo entre empregadores e empregados”, disse.

Mas alguns patrões ainda assim insistem em burlar a conquista do descanso aos domingos. A direção do Sindicomerciários orienta aos empregados de supermercados para que fiquem atentos caso sejam chamados para trabalhar no domingo. Denuncie ao Sindicato para que o jurídico da entidade possa tomar as providências políticas e jurídicas cabíveis em defesa dos seus direitos. 

Terça, Ago 22 2017

A Associação Brasileira de Advogados Trabalhistas (ABRAT) promoveu nos dias 17 e 18 de agosto, no Hotel Senac, em Vitória, o III Encontro de Direito Sindical  - O Sindicalismo e a Contra Reforma Trabalhista. Com o objetivo de discutir os principais ataques que a reforma trabalhista ocasionará na vida dos trabalhadores, o evento reuniu importantes nomes da advocacia trabalhista e também do movimento sindical do país. A direção do Sindicomerciários esteve representada pelos diretores Jeam Cabidelle e Márcia Matias.

Para Jeam, o seminário “foi um fórum privilegiado para se refletir sobre as mudanças em curso na legislação trabalhista e seus impactos junto à organização sindical e à vida dos trabalhadores”. A diretora Márcia acrescenta que a reforma atingirá, indiscriminadamente, sindicatos, trabalhadores e, sobretudo, a Justiça do Trabalho. Segundo ela, a lei, que entra em vigor no dia 13 de novembro tem como um dos seus pilares justamente o desmonte da proteção social do trabalhador através do direito trabalhista.

“Agora é resistir e encontrar meios de superar os desafios que estarão colocados na mesa com a entrada em vigor da ‘contra reforma’ trabalhista”, finalizou Márcia. 

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