
Destaques (642)
Nota da CUT/ES sobre a crise na segurança do Espírito Santo
Escrito por Imprensa Sindical Publicado em DestaquesA diretoria da CUT Espírito Santo, reunida no dia 14 de fevereiro de 2017, debateu a questão da crise na segurança pública do Espírito Santo, deliberou pela presente nota à sociedade, a partir da avaliação principal de que o momento é grave e que a segurança da população ainda está em risco.
A Central Única dos Trabalhadores do Espírito Santo acompanhou, como toda a população capixaba e do Brasil, a situação de caos e insegurança em nosso estado. Entendemos que toda situação de crise merece soluções que venham de encontro aos interesses da maioria, no caso, a população capixaba. O festival de intransigência a que se assistiu deixou perplexos cidadãos e cidadãs ilhados em suas casas, reféns do medo e da onda de violência que se espalhou pela cidade. Em toda negociação salarial ou por melhorias nas condições de trabalho, há momentos de enfrentamento e de recuo (tático ou pontual), assim como há momentos de busca de consenso e de negociação de urgência. Isso não se viu em nenhum momento no episódio da chamada greve da Polícia Militar no Espíri to Santo.
Quando um movimento paredista atinge diretamente toda uma população, a busca por sua resolução deve ser urgente e envolver a máxima boa vontade. Quando isso ameaça as vidas das pessoas, como se deu aqui, ainda é mais grave. No Espírito Santo foram contabilizadas mais de 150 mortes, consequência direta da não resolução da greve da Polícia Militar. Trata-se de um triste e nefando fim para um movimento inicialmente legítimo em suas reivindicações por dignidade salarial e condições adequadas de trabalho.
Em momento nenhum a CUT/ES deixa de reconhecer a legitimidade das reivindicações dos trabalhadores policiais militares. Como trabalhadores que são, devem intensificar a defesa de bandeiras por seu direito de organização, de sindicalização e de lutar por seus direitos sem as amarras de uma legislação draconiana, que os quer submeter à condição de não trabalhadores.
Entendemos que a grande e maior responsabilidade dos dias de terror vividos pela sociedade capixaba é do governo do Estado, que não apontou soluções e não se dispôs a uma negociação aberta com as representações dos trabalhadores policiais militares em greve. Por isso entendemos que ainda é tempo de se buscar caminhos de entendimento e a construção de uma pauta mínima de negociação. O que não se deve fazer é abrir uma corrida de perseguição a grevistas, com ameças de punições e exonerações, ao mesmo tempo em que se busca colocar uma categoria humilhada em sua tentativa de organização por melhores condições de trabalho, com a responsabilidade de zelar pela segurança de toda uma população.
Portanto, a CUT/ES traça como orientações a serem seguidas:
- Que o governo do Estado abra mão de sua política de não negociar com o funcionalismo e abandone a prática de arrocho salarial que vem se arrastando na atual gestão;
- Que as contas do governo sejam colocadas com transparência para toda a sociedade;
- Que o governo do Estado abandone a política de concessão de isenções e renúncias fiscais amplamente divulgadas para empresas;
- Que o governo do Estado estabeleça como prioridade a responsabilidade social, com preocupação prioritária para o bem estar da população, com oferta digna de serviços públicos de saúde, educação, segurança, bem como geração de emprego e renda, além de outras políticas necessárias;
- Que os trabalhadores e trabalhadoras na Policia Militar possam ter direito à livre organização sindical, com iguais direitos a campanhas salariais, data base, entre outros;
- Que as negociações avancem a partir do princípio fundamental da garantia dos direitos dos trabalhadores a uma vida digna a partir de seus salários, com reposição de perdas e ganhos reais de salários, a partir de uma proposta que garanta tal conquista;
- Que o governo do estado abandone a prática de perseguição até aqui adotada, consagrada nos discursos repetidos de punições, exonerações e outras. A demissão nunca foi solução para greves;
- Que a negociação a ser estabelecida envolva todas as categorias de servidores públicos que também penam perdas acumuladas em seus vencimentos.
Vale destacar que a agenda colocada em questão não é apenas salarial. A CUT não abre mão de defender os interesses dos trabalhadores em sua integralidade, levando-se em conta aspectos como condições de trabalho, saúde, segurança, educação e todos os demais direitos que o Estado deve, por força constitucional, prover. Por isso a CUT/ES mantém sua solidariedade aos trabalhadores e trabalhadoras da Polícia Militar que lutam por dignidade e valorização, bem como a todas as categorias de profissionais do serviço público capixaba.
Ademais, é preocupação da Central a falsa sensação de segurança tornada pública, bem como a seletividade por regiões mais nobres da capital para a oferta de segurança, uma vez que as periferias das grandes cidades, principalmente da Grande Vitória, continuam à mercê de uma violência altíssima, que ainda continua a ceifar vidas e a impor o medo.
A CUT/ES se dispõe a participar do debate, bem como a trazer sua experiência em negociação para ajudar na evolução na busca de uma solução urgente e imediata para a dramática situação por que passa a segurança pública de nosso estado.
Central Única dos Trabalhadores do Espírito Santo
Vitória terá 1ª Marcha do Orgulho Crespo neste domingo
Escrito por Imprensa Sindical Publicado em DestaquesSediada pela primeira vez no Espírito Santo, a Marcha do Orgulho Crespo vai ocupar o Centro de Vitória com identidade, resistência e a beleza dos cabelos crespos e cacheados. O evento será realizado no domingo (05), com saída da Praça Costa Pereira em caminhada ao Parque Moscoso, onde será realizada ocupação do espaço com feira empreendedora e diversas atrações.
Cada vez mais tem se falado sobre a aceitação dos cabelos naturais como meio de resgatar a identidade e autoestima da população negra, e assim combater o racismo. Motivadas por essa necessidade, nasceu a Marcha do Orgulho Crespo, na Cidade de São Paulo, que também recebeu edições em outros estados no Brasil.
Em Vitória, a primeira edição do evento acontece neste domingo (05), realizado de forma coletiva entre a Marcha do Orgulho Crespo Brasil, o Instituto Das Pretas.Org e o Espaço de Criação Raiz Forte.
O evento também conta com o apoio da Prefeitura de Vitória e o patrocínio oficial da marca Griffus cosméticos, que possui diversas linhas de produtos para cabelos crespos e cacheados. A expectativa para domingo é reunir, aproximadamente 1 mil pessoas no Centro da cidade.
Para a Presidente do Instituto Das Pretas, Priscila Gama, viver o orgulho crespo no Espírito Santo tem sido cada vez mais difícil, uma vez que o racismo e os indicies de assassinato contra mulheres e jovens negros são altíssimos.
“Nossa proposta é conhecer e somar iniciativas que tratem a questão da identidade afro-brasileira, do racismo para além da cor da pele, das formas de exclusão social a partir do cabelo crespo, além de agregar pessoas que não participam ativamente de nenhum movimento”, explica Priscila.
Marcada para começar ar 10h00, a marcha segue até o Parque Moscoso, onde será realizada ocupação com feira afroempreendedora, danças urbanas, intervenção poética, performance artística, mesas de debates, batalhas de Mc’s, discotecagem e muito mais.
A Marcha do Orgulho Crespo Brasil
A Marcha do Orgulho Crespo é um movimento nacional de valorização da estética afro-brasileira, que pauta a afirmação, o resgate da identidade, autoestima, representatividade e combate ao racismo por meio do cabelo crespo.
O evento nasceu na cidade de São Paulo, em julho de 2015, quando foi realizada a sua primeira edição. Ocupando a extensão da Avenida Paulista, a marcha reuniu mais de mil pessoas, dentre elas mulheres e homens, exaltando toda a beleza de seus cabelos crespos.
Organizado pelas blogueiras Neomisia Silvestre, do site Hot Pente, e Nanda Cury, do Blog das Cabeludas, o sucesso e a repercussão foram tão positivos, que o evento também ganhou outras edições nas cidades do Distrito Federal, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Bahia e Pernambuco.
Programação
10h00 – Concentração na Praça Costa Pereira
10h30 – Marcha até o Parque Moscoso
12h00 – Chegada ao Parque Moscoso
13h00 – Apresentação de Danças Urbanas
13h30 – Intervenção Poética
14h00 – Performance Artística
15h00 – Mesa1: Movimento Orgulho Crespo Brasil
15h30 – Mesa2: A Estética Negra na Arte
16h00 – Mesa3: O afroconsumo, orgulho e resistência
16h30 – Batalha Das Minas
17h00 – Discotecagem
18h00 – Show de Encerramento
Na Convenção Coletiva de Trabalho que rege os comerciários de todo o estado, existem algumas cláusulas que dizem a respeito das mulheres, sobretudos as mamães comerciárias. A estabilidade para Gestantes e o auxílio-creche são algumas delas.
Todas as mulheres comerciárias, grávidas, terão assegurado o direito a estabilidade no emprego desde a concepção até 90 dias após o término da licença médica obrigatória do INSS. Ou seja, as comerciárias grávidas não poderão ser demitidas enquanto durar o prazo estabelecido em Convenção.
“Garantir a comerciária grávida o direito a estabilidade foi uma grande conquista do Sindicato, elas merecem muito mais, afinal são mães, esposas, filhas e ainda trabalhadoras guerreiras”, comemorou a diretora da secretaria especial da Mulher, Josinete Fonseca.
Outra cláusula, importante para as mamães comerciárias é o texto sobre o Auxílio-creche. Em cumprimento aos termos da Portaria n° 3.296, as empresas deverão pagar as comerciárias 1/3 (um terço) do salário mínimo vigente, por mês e por cada filho de sua funcionária, isso durante o período de seis meses. É importante esclarecer que a concessão do abono será devida após a volta do trabalho e termina no sexto mês de vida do filho.
Vale ressaltar que as empresas que mantiverem creches próprias ou convênio com outras creches para atendimento dos filhos das comerciárias, ficam isentas do pagamento.
O importante é o trabalhador não ter seus direitos reduzidos ou negados pelos patrões. Fique atento! Se você comerciário não estiver recebendo os valores corretamente, denuncie anonimamente ao Sindicato. SINDICALIZE-SE.
Vale lembrar ainda que o descumprimento de quaisquer cláusulas que constam na Convenção pode ser punido com indenização equivalente a 50% do salário mínimo vigente.
Quer saber se tem direito ao seguro-desemprego? Veja perguntas e respostas
Escrito por Imprensa Sindical Publicado em DestaquesO governo anunciou, nesta no dia 17, que o pagamento do seguro-desemprego em janeiro seguirá um calendário especial, por causa da grande procura de trabalhadores nesse período. O governo afirmou que essa mudança só deve valer para janeiro, não nos demais meses.
O seguro-desemprego é um benefício pago temporariamente ao trabalhador com carteira assinada que foi mandado embora sem justa causa. Para ter direito ao dinheiro do seguro, porém, é preciso cumprir alguns requisitos, como tempo de trabalho. Veja algumas perguntas e respostas sobre o seguro.
Quem tem direito?
Pode receber o seguro-desemprego o trabalhador com carteira assinada demitido sem justa causa, incluindo casos de rescisão indireta (quando o empregado “dispensa” o patrão). Empregados domésticos também têm direito.
Além desses casos, o benefício pode ser pago ao funcionário com carteira assinada que teve o contrato de trabalho suspenso para participar de curso ou programa de qualificação profissional oferecido pelo patrão; o pescador profissional durante o período do defeso (quando a pesca não é permitida, para proteger os animais) e o trabalhador resgatado da condição semelhante à de escravo.
Qual é o valor do seguro?
O seguro-desemprego é pago em parcelas, de três a cinco. A quantidade de parcelas varia de acordo com quantas vezes o trabalhador já fez o pedido, e quanto tempo trabalhou antes da demissão.
Para calcular o valor do seguro-desemprego, o trabalhador deve somar o salário dos três meses antes de ser dispensado e dividir o total por três. Em seguida:
O valor da parcela varia de acordo com essa média, da seguinte forma:
- se o resultado for menor que R$ 1.450,23: multiplique por 0,8;
- se o resultado for entre R$ 1.450,24 e R$ 2.417,29: o que exceder 1.450,23 deve ser multiplicado por 0,5 e, depois, somado a 1.160,18;
- se o resultado for maior que R$ 2.417,29: o valor da parcela será de R$ 1.643,72 sempre.
O seguro-desemprego nunca pode ser menor do que o salário mínimo (R$ 937 em 2017).
Quais são as exigências para o trabalhador com carteira?
Além de ter sido demitido sem justa causa, é preciso estar desempregado no momento em que pedir o seguro e não ter renda de qualquer tipo que seja suficiente para sustentar a família. Quem tem um CNPJ no seu nome, mesmo que seja de uma empresa inativa, não tem direito ao seguro.
Também não pode estar recebendo qualquer benefício da Previdência de prestação continuada, como a aposentadoria, com exceção do auxílio-acidente e da pensão por morte.
Para fazer o pedido, precisa ter trabalhado por um período, que varia de acordo com a quantidade de vezes que o trabalhador já deu entrada no seguro-desemprego:
1º pedido: pelo menos 12 dos 18 meses antes da demissão
2º pedido: pelo menos 9 dos 12 meses antes da demissão
3º pedido em diante: nos 6 meses antes da demissão
Quais são as exigências para o empregado doméstico?
Além de ter sido demitido sem justa causa, é preciso ter trabalhado apenas como doméstico por, no mínimo, 15 dos últimos 24 meses antes da demissão.
Também precisa estar inscrito como Contribuinte Individual da Previdência Social, tendo pago, no mínimo, 15 contribuições ao INSS e 15 recolhimentos do FGTS como empregado doméstico.
Não pode ter renda de qualquer tipo suficiente para sustentar a família, nem estar recebendo qualquer benefício da Previdência de prestação continuada, como a aposentadoria, com exceção do auxílio-acidente e da pensão por morte.
Quem tem um CNPJ no seu nome, mesmo que seja de uma empresa inativa, não tem direito ao seguro.
Até quando pode pedir?
O trabalhador com carteira assinada pode pedir de 7 a 120 dias após a demissão, e o funcionário doméstico pode pedir de 7 a 90 dias após a demissão.
Como pedir?
O trabalhador deve pedir o seguro-desemprego em uma unidade das Superintendências Regionais do Trabalho e Emprego, do Sine (Sistema Nacional de Emprego), agências credenciadas da Caixa Econômica Federal ou outros postos credenciados pelo Ministério do Trabalho.
Quando é demitido sem justa causa, o trabalhador recebe do patrão o Requerimento do Seguro-Desemprego já preenchido. É preciso levar duas vias desse formulário para dar entrada no pedido, junto com outros documentos:
- cartão do PIS-Pasep, extrato atualizado ou Cartão do Cidadão;
- carteira de trabalho;
- Termo de Rescisão do Contrato de Trabalho;
- documentos de identidade (como RG, certidão de nascimento, carteira de motorista, passaporte ou certificado de reservista);
- três últimos contracheques, dos três meses anteriores ao mês de demissão;
- documentos de levantamento dos depósitos no FGTS ou extrato que comprovem os depósitos;
- comprovante de residência;
- comprovante de escolaridade.
Como receber?
O dinheiro do seguro pode ser sacado em qualquer lotérica, em agências da Caixa Econômica Federal ou locais que tenham Caixa Aqui.
Quem tem o Cartão do Cidadão com senha cadastrada pode sacar diretamente nos caixas eletrônicos da Caixa. Se tem conta-corrente ou poupança na Caixa, recebe a parcela do seguro diretamente na conta.
A cláusula quarta da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT 2016/2017), assinada entre Sindicomerciários, Fecomércio e seus sindicatos filiados, garantem aos trabalhadores e trabalhadoras comerciários um importante direito, mas que nem sempre a categoria tem conhecimento.
O texto da cláusula fala o seguinte – “Da condição do empregado admitido em relação ao demitido, quando comissionado: Admitido o empregado para a função de outro, este, em caso de comissionado, terá assegurada a mesma condição do demitido”. O que isso significa? Simples, quando o comerciário é contratado, ele deve ter garantido os mesmos direitos do que o funcionário dispensado.
“Esse é um direito que as vezes muitos comerciários desconhecem ou deixam de lado por medo de sofrerem alguma represália dos patrões, no entanto é importante destacar que após o desligamento do trabalhador de uma determinada empresa e provando que a mesma negligenciou essa cláusula, o Sindicato pode acionar a justiça em defesa do trabalhador prejudicado”, comentou a diretora de Assuntos Jurídicos do Sindicomerciários, Genilda Bochou.
O importante é o trabalhador não ter seus direitos reduzidos ou negados pelos patrões. Fique atento! Se você comerciário não estiver recebendo os valores corretamente, denuncie anonimamente ao Sindicato. SINDICALIZE-SE.
Vale lembrar ainda que o descumprimento de quaisquer cláusulas que constam na Convenção pode ser punido com indenização equivalente a 50% do salário mínimo vigente.
Existe na Convenção Coletiva de Trabalho dos Comerciários (CCT 2016/2017) uma cláusula que garante aos trabalhadores, quando na função de caixa, um determinado valor mensal a título de “quebra de caixa”.
O valor definido em Convenção é de 22% do salário mínimo estipulado pelo Governo Federal. É importante lembrar que o quebra de caixa é apenas para os comerciários que exercem a função de Caixa. Afinal, este valor eventualmente ajuda ao trabalhador repor pequenas diferenças que possa ocorrer no caixa ao longo de um dia de trabalho.
Mas atenção, as empresas que efetivamente não descontam o “quebra de caixa” de seus funcionários, ficam isentos do pagamento do percentual acima citado. Na dúvida entre sempre em contato com o Sindicato.
A cláusula ainda deixa claro que a conferência dos valores do caixa deve ser feito sempre na presença do comerciário responsável, e ainda deve ser feito um recibo para esse trabalhador. Se o mesmo for impedido pela empresa de participar da conferencia, logo, ficará isento de qualquer responsabilidade por erro verificado.
O importante é o trabalhador não ter seus direitos negligenciados pelos patrões. Fique atento! Se você comerciário não estiver recebendo os valores corretamente, denuncie anonimamente ao Sindicato. SINDICALIZE-SE.
MPT diz que reforma trabalhista contraria lei e fragiliza mercado. E propõe rejeição total
Escrito por Imprensa Sindical Publicado em DestaquesAs alterações propostas pelo governo Temer na reforma trabalhista "contrariam a Constituição Federal e as convenções internacionais firmadas pelo Brasil, geram insegurança jurídica, têm impacto negativo na geração de empregos e fragilizam o mercado interno", afirma o Ministério Público do Trabalho. Ao analisar as medidas, em quatro notas técnicas, o MPT propõe a "rejeição por completo" do Projeto de Lei (PL) 6.787 (que inclui o princípio do negociado sobre o legislado), do Projeto de Lei do Senado (PLS) 218 (que trata do trabalho intermitente), do Projeto de Lei da Câmara (PLC) 30 e do PL 4.302, ambos sobre terceirização.
O procurador-geral do Trabalho, Ronaldo Fleury, contesta o argumento – recorrente, especialmente em tempos de crise – de que a flexibilização estimula a criação de empregos. "Todas essas propostas já existiam antes da crise econômica. Quando o Brasil surfava em uma situação altamente favorável, essas propostas já existiam e eram defendidas pelos mesmos grupos econômicos e políticos. Esse argumento cai por terra a partir do momento em que essas propostas idênticas foram apresentadas quando o Brasil tinha uma economia pujante", afirma.
Em reunião na última terça-feira (24), foi criado o Fórum Interinstitucional de Defesa do Direito do Trabalho e da Previdência Social. O MPT e 28 entidades assinam uma Carta em Defesa dos Direitos Sociais, na qual reconhecem a existência de crise, mas ponderam que os direitos "não devem ser compreendidos como obstáculo ao desenvolvimento do país". Afirmam, na sequência, que um enfraquecimento desses direitos "terá como efeito imediato a ampliação do constrangedor nível de desigualdade social verificado no Brasil".
Entre as entidades, estão as associações brasileira e latino-americana de juízes trabalhistas e de advogados trabalhistas, a Faculdade de Direitos da Universidade de Brasília, o Fórum Nacional em Defesa dos Direitos dos Trabalhadores Terceirizados, CUT, UGT, Força Sindical, Nova Central, CSB, CSP-Conlutas, Intersindical, diversas confederações de trabalhadores e sindicatos dos Auditores-Fiscais do Trabalho, dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, dos Metalúrgicos de São Paulo e dos Metalúrgicos de São José dos Campos e região.
Objetivo: excluir direitos
Sobre o PL 6.787, ao comentar o tópico do negociado sobre o legislado, o MPT afirma que esse princípio já existe no ordenamento brasileiro, sempre que a negociação significar a criação de benefício ou ampliação de um já existente. Por isso, conclui que o único objetivo do projeto "é permitir a exclusão de direitos trabalhistas pela via negocial".
O Ministério Público fala ainda das limitações da estrutura sindical. "Outra premissa básica a respeito da proposta reside na suposição de que os sindicatos no Brasil possuem todos os instrumentos para realizar a contento a tarefa de defender os interesses da categoria profissional que representam. A realidade brasileira, no entanto, mostra-se muito distante disso", afirma o MPT, acrescentando que se depara, diariamente, "com a prática de atos antissindicais, tendentes a impedir a atuação livre e independente dos sindicatos, como embaraços ou mesmo impedimento ao direito de greve, demissão de sindicalistas e assédio a trabalhadores envolvidos nos assuntos do sindicato".
Por isso, o órgão considera, como providência anterior a qualquer mudança no modelo de negociação, a adoção de leis que contemplem repressão e prevenção de práticas antissindicais. "Não obstante o Brasil ser signatário da Convenção n. 98 da OIT (Organização Internacional do Trabalho), mostra-se importante a previsão, em nosso ordenamento jurídico, de dispositivos repressores de quaisquer atos, condutas ou práticas que tenham por objetivo prejudicar de forma indevida os titulares de direitos sindicais no exercício da atividade sindical", afirma. "Além disso, mostra-se impossível discutir a prevalência do negociado sobre o legislado sem antes proceder à reforma da estrutura sindical brasileira, que apresenta gritantes e notórios problemas."
Entre esses problemas, o MPT aponta o "monopólio da representação sindical", referindo-se ao princípio da unicidade – um só sindicato por base territorial. E também critica o imposto (ou contribuição sindical), que para o Ministério Público perpetua "um ambiente que estimula a fragmentação da representação sindical, sem qualquer benefício ao empregado ou ao empregador, fator que compromete a legitimidade das entidades".
Efeito: mais demissões
O Ministério Público também analisa a proposta de representação no local de trabalho, contida no PL 6.787, e considera que o projeto não assegura "nem o mais reduzido grau de representação e de participação dos trabalhadores". Para o MPT, o representante teria um papel reduzido, apenas participando de negociações coletivas, sem poderes para firmar acordos ou convenções. Aponta outros itens que poderiam criar insegurança jurídica e conflitos entre empresa, sindicatos e trabalhadores.
Os procuradores criticam ainda o item sobre trabalho parcial, proposta que, avaliam, se afasta de qualquer propósito de criar empregos. "Ao invés disso, haverá demissões de trabalhadores contratados em regime integral e substituições dos meses por trabalhadores em regime parcial, que trabalharão jornada considerável, mas recebendo salário inferior e menos benefícios (como a duração de férias)."
Em outra nota técnica, eles analisam um projeto menos conhecido, o PL 218, do senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES), sobre trabalho intermitente, pelo qual o trabalhador recebe pelas horas efetivamente trabalhadas. "Em nossa ótica, a jornada intermitente institui sistemática prejudicial aos trabalhadores e à própria harmonia da relação capital-trabalho", afirmam. "Além de não proporcionar a alegada segurança jurídica – propalada por seus defensores –, agride normas fundamentais de regência de nosso modelo de produção, encerramento a real possibilidade de agravar o quadro de desemprego no nosso país." Para o MPT, o projeto viola princípios constitucionais, como o da valorização social do trabalho, e por não garantir o pagamento de qualquer remuneração mínima.
Sobre o controverso PLC 30, aprovado na Câmara sob o número 4.330, o procurador-geral do Trabalho afirma que o texto, "repleto de incoerências e inconstitucionalidades, permitindo a intermediação de mão de obra, quebrando a solidariedade social e a organização sindical brasileira e não trazendo qualquer benefício aos trabalhadores terceirizados, será o marco para amplos questionamentos judiciais e insegurança jurídica".
Fleury observa que o projeto não veda a terceirização na atividade-fim, permitindo a prática sem limites em todas as operações da empresa. Nesse sentido, diz, o PLC 30 "vai contra o próprio conceito de terceirização, desvirtuando a figura, que passa a ser mera intermediação de mão de obra".
O PLC permite a intermediação, mesmo afirmando que veda essa prática, "dado essencial que está em contradição com o restante do texto". O procurador cita norma prevista no artigo 14: "Na hipótese de contratação sucessiva para a prestação dos mesmos serviços terceirizados, com admissão de empregados da antiga contratada, a nova contratada deve assegurar a manutenção do salário e dos demais direitos previstos no contrato anterior".
Segundo ele, essa regra só faria sentido em casos de fornecimento de mão de obra, quando ocorre uma sucessão de empresas "prestadoras", mas os empregados são os mesmos. Ele acrescenta que a norma é incompatível "com a propalada especialização da empresa prestadora de serviços, que possuiria atividade própria, pois se assim fosse, não repassaria toda uma equipe de trabalhadores especializados para uma outra empresa, que assumiu aquele posto". E conclui: "A intermediação de mão de obra é inconstitucional e iguala trabalhador à coisa".
O procurador-geral nota ainda que o projeto não estabelece qualquer parâmetro para aferir a especialidade de uma empresa, ainda que fale que as empresas contratadas devem ser especializadas. "O conjunto das normas torna bastante claro que se trata de um requisito meramente formal, bastando que a atividade conste do objeto social da empresa, não representando qualquer limitação das atividades passíveis de terceirização."
Reforma previdenciária dificulta acesso à aposentadoria especial
Escrito por Imprensa Sindical Publicado em DestaquesPessoas com deficiência e trabalhadores expostos a agentes nocivos também terão maior dificuldade para se aposentar caso a proposta de reforma da Previdência do governo seja aprovada.
Hoje, os dois grupos podem se aposentar por tempo de contribuição inferior ao da regra geral, dependendo da gravidade da deficiência e das condições de trabalho, e sem idade mínima.
Mulheres com deficiência grave podem se aposentar com 20 anos de contribuição, e pessoas expostas a agentes nocivos, após 15, 20 ou 25 anos, dependendo do risco.
Nesses últimos casos, o empregador contribui com o INSS uma alíquota adicional de 12%, 9% ou 6%, respectivamente, de modo a compensar essa antecipação do benefício previdenciário.
Enquanto na aposentadoria por tempo de contribuição o trabalhador consegue o benefício em média aos 54 anos, na especial ele se aposenta ainda mais cedo, diz o secretário de políticas da Previdência Social, Benedito Brunca —sem precisar qual seria essa idade média, porém.
Pelo projeto, os dois grupos terão que obedecer a uma idade mínima no máximo dez anos inferior aos 65 exigidos na regra geral, após terem contribuído durante pelo menos 20 anos. Idade e tempo podem variar porque a concessão do benefício será decidida caso a caso.
O governo justifica o endurecimento das regras sob o argumento de que as condições do ambiente de trabalho melhoraram nos últimos anos, o que justificaria a introdução de uma idade mínima.
“Ninguém deveria ficar exposto a um agente nocivo. O empregador sujeita o trabalhador e quem paga é a Previdência”, afirma Brunca.
Ele diz ainda que é comum casos em que a empresa deixa de contribuir com as alíquotas adicionais. Em outubro, as aposentadorias especiais consumiram 3,9% do orçamento da Previdência, ou cerca de R$ 882 milhões destinados a 389 mil segurados. Quem se enquadra na categoria recebe, em média, R$ 2.267 de benefício —24% superior à média concedida por tempo de contribuição (R$ 1.820).
Esses números não incluem as pessoas com deficiência, cujas estatísticas estão misturadas nas categorias gerais de aposentadoria.
Precisão
A definição de regras específicas para pessoas com deficiência e trabalhadores expostos a agentes nocivos é comum em outros países, diz o técnico do Ipea Milko Matijascic, economista especialista em Previdência.
Ele concorda com a necessidade de revisão dos requisitos, mas discorda do modelo proposto pela reforma.
“É errado estabelecer essas regras gerais. A reforma deveria ser mais precisa”, diz. Ele defende a flexibilização de regras para aposentadoria especial de acordo com cada categoria e situação.
A Fequimfar (Federação dos Trabalhadores nas Indústrias Químicas e Farmacêuticas) considera a proposta do governo radical ao estabelecer uma idade mínima.
“Supondo uma pessoa que começou a trabalhar aos 18 anos. Se ela puder se aposentar só aos 60, ela vai trabalhar 42 anos exposta?”, questiona Sergio Luiz Leite, presidente da entidade.
Ele defende que a análise para concessão do benefício seja caso a caso, tomando como critério o tempo de exercício na função que tenha exposição a fatores de risco.
“Aposentadoria especial não é privilégio, eu preferiria não ter que utilizá-la. Ninguém quer trocar saúde do trabalhador por dez anos a menos pra se aposentar”, afirma Leite.
Atletas Comerciários: Inscrevam-se já no Campeonato de Futebol de Campo da Grande Vitória
Escrito por Imprensa Sindical Publicado em DestaquesO ano de 2017 começou com tudo e junto com ele as inscrições para o campeonato amador mais bem organizado e disputado da Grande Vitória, o XXXIX Campeonato de Futebol de Campo dos Comerciários da Grande Vitória.
As inscrições estão a todo vapor, e vão até dia 20 de abril. Já os jogos estão previstos para começar no dia 21 de maio de 2017, como de costume um domingo.
O Secretário de Esporte, Cultura e Lazer, Genivaldo Lopes, garante que os atletas irão mais uma vez se deparar com um campeonato a altura, muito bem estruturado e organizado. “Para 2017 pretendemos melhorar ainda mais o nível do nosso campeonato, pretendemos inovar nessa parte de esportes, mais para frente divulgaremos novidades”, disse.
“Novas parcerias tem sido firmadas para poder trazer aos trabalhadores momentos de lazer inesquecíveis”, pontuou o dirigente. Ainda segundo Genivaldo, para participar do campeonato é só entrar em contato com o Sindicato pelo telefone, 3232-5030.
Não perca tempo, as vagas são limitadas!
CUT chama a classe trabalhadora a parar o Brasil por nenhum direito a menos
Escrito por Imprensa Sindical Publicado em DestaquesEm Brasília, onde participou da abertura do 33º Congresso Nacional da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), que ocorreu na tarde de quinta-feira (12), com presença do ex-presidente Lula, o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Vagner Freitas afirmou que não será possível nenhum entendimento com os políticos que organizaram o golpe de estado no Brasil, “precisamos tirá-los do poder, restituir a democracia e fazer eleições diretas ainda em 2017 para o país voltar a crescer”. Freitas, convocou a classe trabalhadora a enfrentar as retiradas de direitos que o governo ilegítimo de Michel Temer (PMDB) está tentando implementar, com apoio do Congresso Nacional e da mídia tradicional.
Freitas elogiou a iniciativa da CNTE em realizar o congresso logo em janeiro, para impulsionar a luta pela resistência. Segundo ele, a educação é o ramo que mais se organizou ao longo de 2016 para combater este governo. “Temos que valorizar as conquistas obtidas pelos trabalhadores com muito esforço e não podemos permitir que elas sejam retiradas. Não podemos, ainda, permitir que eles enganem nossa base, com campanhas de televisão para dizer que a reforma da Previdência e a PEC 55 são boas.”
A bandeira “Fora, Temer, com Diretas Já e nenhum direito a menos, contra a reforma da Previdência e trabalhista”, será a principal agenda da central para este ano, enfatizou Freitas. Ele alerta que 2017 será ainda pior que o ano passado, pois o golpe jurídico-parlamentar que contou com total apoio da mídia precisa ser concluído. “A direita neoliberal perdeu a paciência de conviver com a democracia e o direito dos trabalhadores. Por isso querem nos enfrentar, nos excluir e aniquilar. Esse governo não tem legitimidade para tratar da agenda do povo brasileiro e nós precisamos retirá-lo do poder.”
Cerca de 2.500 representantes dos trabalhadores em educação, do Brasil e de diversos países, permanecem reunidos até hoje (15), no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, para o 33º Congresso Nacional da CNTE. Entre os principais assuntos do encontro estão as conjunturas internacional e nacional, as políticas educacional e sindical, a crise política brasukeura, as políticas públicas permanentes para o setor e o plano de lutas da categoria contra o retrocesso da agenda do governo Temer.