Clipping
Troco (Terça, 10 Novembro 2020 22:42)
Troco (Sexta, 06 Novembro 2020 23:41)
Clique aqui e descubra seus direitos (Segunda, 26 Outubro 2020 22:59)
Sindicalização Premiada (Quinta, 15 Outubro 2020 18:12)
Informe Jurídico: Supermercado Santo Antônio (Quinta, 15 Outubro 2020 18:10)
Troco Guarapari (Sexta, 09 Outubro 2020 13:22)
Troco Edital (Segunda, 14 Setembro 2020 19:30)
Troco Walmart (Sexta, 11 Setembro 2020 17:25)
VMT Telecomunicações: vitória do sindicato! (Quinta, 10 Setembro 2020 18:48)
Troco Guarapari (Quinta, 10 Setembro 2020 15:26)
Nota de Esclarecimento (Quarta, 05 Agosto 2020 22:23)
Campanha Solidária Sindicomerciários (Quarta, 27 Maio 2020 14:46)
Destaques

Destaques (642)

Quarta, Set 14 2016

A Central Única dos Trabalhadores (CUT) foi convidada, juntamente com as demais Centrais Sindicais, para uma reunião com o ministro do Trabalho, que ocorrerá na próxima quarta-feira (14), em Brasília. O Ministério do Trabalho não informou a pauta do encontro.

A CUT entende que deve, como representante dos trabalhadores, participar do encontro, para reafirmar a defesa dos direitos da classe trabalhadora. Nesta oportunidade, o presidente da CUT vai reiterar ao ministro que a Central não aceitará retrocessos que visem retirar direitos trabalhistas e previdenciários.

No próximo dia 22 de setembro, haverá uma grande paralisação das categorias em todo o País. A Marcha dos Servidores mostrou, nesta terça-feira (13), em Brasília, que a construção da greve-geral está em pleno curso.

Terça, Set 13 2016

Se fosse para resumir a essência do golpe, se trata de uma ditadura do capital sobre o trabalho. A ruptura com a democracia se dá porque, na democracia, os trabalhadores e suas organizações têm melhores condições de se defender, de lutar por seus direitos, de garantir seus interesses. Na ditadura, se criam as melhores condições para intensificar a superexploração dos trabalhadores.

O capitalismo brasileiro se caracterizou, historicamente, pela exploração intensa e extensa da força de trabalho. Como é uma burguesia que chegou tarde no mercado internacional, quando este já estava constituído, controlado pelas grandes potências imperialistas, que se apoderavam dos melhores territórios e montaram suas fontes de riqueza, as burguesias periféricas, como a brasileira, aprofundou a exploração da força de trabalho como forma de baratear os custos e os preços dos seus produtos de exportação. Em vez de aumentar a produtividade do trabalho, pela maior qualidade tecnológica e organização da produção, se baseou nesses mecanismos de superexploração que, por sua vez, achataram o poder de consumo do mercado interno de caráter popular e a obrigaram a centrar sua acumulação de capital na exportação e no consumo de luxo, isto é, da classe media alta e da burguesia.

Neste século, com governos que ampliaram o mercado interno de consumo popular, com ampla distribuição de renda, a margem de superexploração da classe trabalhadora diminuiu relativamente, causando desgosto para o grande empresariado. Este concentra seus lucros na especulação financeira – de que o sistema bancário privado é seu instrumento essencial –, na sonegação, nos paraísos fiscais, na exportação (em que a soja tem um papel essencial). Seus lucros não dependem do consumo interno de caráter popular, por isso nunca se adaptaram ao modelo de desenvolvimento econômico com distribuição de renda. Não dirigem seus investimentos para produzir o que as amplas camadas populares que passaram a ter poder de compra, mas para produtos tecnologicamente sofisticados, de consumo das altas esferas do mercado.

O grande empresariado e os economias neoliberais, que são seus porta-vozes, alegam que os empresários especulam e sonegam, em vez de realizar investimentos produtivos, porque os custos de contratar trabalhadores com carteira de trabalho seria muito alto e os impostos igualmente elevados. Quando voltam a se apropriar do governo, o primeiro que fazem é tratar de baratear a contratação de mão de obra e buscar diminuir impostos, além de intensificar a sonegação.

O aumento da produtividade, historicamente, se deu, quando os empresários não puderam mais dispor da força de trabalho em jornadas de dez, 12 ou 14 horas diárias. Ao terem à sua disposição o trabalhador por oito horas, tiveram que intensificar a exploração da mão de obra, melhorando a organização da produção e o uso da tecnologia.

Aqui, os empresários dizem que querem aumentar a produtividade aumentando a jornada de trabalho. Um empresário da Fiesp, desses que almoça duas horas e meia todo dia na região da Avenida Paulista, gastando um dinheirão, disse que uma hora é muito tempo para o trabalhador almoçar. Que poderia, segundo ele, como faria o trabalhador norte-americano (o que é uma mentira mais que contam), comer sanduíche com uma mão e manejar a maquina com a outra. Ou uma jornada de 12 horas diárias, conforme as necessidades do capital. Isso é aumentar a superexploração dos trabalhadores, não tem nada a ver com elevação da produtividade do trabalho.

Um dos eixos econômicos e sociais da ditadura golpista é o de elevar ainda mais as condições de exploração da mão de obra. Os outros dois são a privatização de todo o patrimônio publico, com as privatizações, e a redução, por pelo menos 20 anos, dos recursos para políticas sociais.

Se trata de uma verdadeira e descarada ditadura do capital sobre o trabalho. A luta pela defesa do emprego, dos salários e das conquistas históricas conseguidas pela classe trabalhadora, é um dos combates centrais hoje no país. Do seu sucesso depende a inviabilização do governo golpista e sua derrubada, com o povo brasileiro reconquistando o direito de ser dono dos destinos do Brasil.

Terça, Set 13 2016

Foi o deputado federal Jean Wyllys quem cunhou (com perdão do trocadilho) a frase "o delinquente caiu". Por 450 votos SIM, 10 votos NÃO e 9 abstenções, foi aprovado na noite desta segunda-feira, dia 12, o requerimento que pedia a cassação do mandato do ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha. O pai de todos os golpes. Uma das mais nefastas figuras públicas deste país. A passagem do réu no legislativo brasileiro será lembrada em livros de história. Não pelos feitos, mas por uma trajetória marcada pelo ataque aos direitos humanos, às minorias, aos trabalhadores, às liberdades individuais e à democracia. Cunha caiu por ter mentido sobre as contas na Suíça. Caiu por mentiroso e ladrão. Mas o dano que ele fez à República e ao povo brasileiro foi muito maior, muito mais grave e terá consequências muito mais profundas. Sua queda foi uma vitória conquistada graças à mobilização da sociedade, sobretudo dos trabalhadores.

A cassação de Eduardo Cunha livra o Brasil de sua maior vocação de corrupção na história da República. "Um escroque, um achacador, um mafioso, um ladrão, um mentiroso compulsivo, um destruidor, um psicopata dedicado exclusivamente ao enriquecimento pessoal: de tudo isso os brasileiros se livram de uma só vez", diz o jornalista Paulo Nogueira. Mas há uma pergunta que não quer calar: por que isso só aconteceu depois que Cunha teve todo o tempo para comandar o processo de impeachment de Dilma?

Já se sabiam seus crimes quando ele, inexplicavelmente, continuou na presidência da Câmara dos Deputados no trabalho sujo de destruir 54 milhões de votos e acabar com a democracia. Janot já tinha produzido um documento minucioso em que reivindicava a saída do rei dos corruptos e dos manipuladores.

Os suíços já tinham denunciado as milionárias contas secretas na Suíça, abastecidas com dinheiro sujo. Isso pouco depois de Cunha jurar na CPI da Petrobras não ter conta nenhuma fora das declaradas. Mentiu, o que lhe custaria o cargo. E depois tratou os brasileiros como débeis mentais ao afirmar que era “usufrutuário” de um “trust” cujo dinheiro seria originário de negócios que ele “fizera” décadas atrás na África, ou coisa parecida.

Como Cunha teve livre conduto para tocar o impeachment mesmo diante de acusações colossais é um mistério. E que ainda terá que vir à luz e ser devidamente respondido.

No mais, Cunha deve a si próprio, e a ninguém mais, toda a desgraça que, enfim, o alcançou. Teve o que mereceu. Parabéns à sociedade organizada.

Sexta, Set 02 2016

A presidenta Dilma foi definitivamente afastada pelo Senado Federal, apesar de não ter sido provado nenhum crime de responsabilidade. O golpe na democracia afetará profundamente a vida dos trabalhadores e trabalhadoras do campo e da cidade e dos brasileiros e brasileiras que mais precisam da manutenção e ampliação dos direitos e das políticas públicas, tanto hoje quanto no futuro. Não se trata de uma simples troca de comando e, sim, da usurpação dos destinos do Brasil por uma parcela da classe política, do judiciário e da imprensa que quer o poder a qualquer preço.

O julgamento, todos viram, foi um desfile da hipocrisia e de covardia dos parlamentares pelos corredores e no plenário do Congresso Nacional. Como “juízes”, lá estavam muitos senadores que são réus e estão sendo processados pelo Supremo Tribunal Federal por corrupção e outros crimes. Sem o menor constrangimento, se sentiram no direito de julgar uma presidenta inocente, que não cometeu nenhum crime, não têm contas no exterior, nem foi acusada de corrupção e que foi eleita de forma legítima por mais de 54 milhões de brasileiros e brasileiras.

Os mentores da estratégia golpista, Eduardo Cunha, réu no STF e com contas milionárias no exterior, e Michel Temer, citado por delatores da Lava-Jato, saíram dos subterrâneos onde sempre atuaram e se uniram ao perdedor das eleições, Aécio Neves, para viabilizar o golpe. Agora, exibem descaradamente suas facetas conspiratórias e cínicas à luz do dia, protegidos pelos barões da mídia, latifundiários, executivos de empresas multinacionais, banqueiros e tantos outros oportunistas.

Os ataques aos direitos sociais e trabalhistas do governo golpista de Temer é a melhor demonstração de que os empresários, do Brasil e do exterior, financiaram o golpe e, agora, estão cobrando reformas trabalhista e previdenciária.

Isso significa redução ou extinção de direitos conquistados com muita luta, desde a CLT de 1943 até os programas sociais da Constituinte de 1988, que têm feito o Brasil, embora mais lentamente do que desejaríamos, deixar de ser um país de miseráveis, famintos, analfabetos, doentes, sem moradia e água tratada, sem emprego, sem atendimento odontológico e médico.

Todas as propostas divulgadas até agora pelos golpistas são contra os interesses da classe trabalhadora. A última delas, o corte de verbas para os programas de alfabetização, já foi anunciada oficialmente pelo governo ilegítimo. O congelamento de gastos públicos por 20 anos, atrelados somente à correção da inflação, vai deixar milhões de pessoas sem os já modestos, porém essenciais, serviços de saúde, educação, segurança e lazer hoje existentes. O ministro ilegítimo da Saúde já disse que o SUS, por exemplo, é excessivamente grande e, portanto, precisaria ser cortado, diminuído, desmontado. O da Educação já anunciou a redução ou extinção de programas como o Ciências Sem Fronteiras, entre outros.

Está nos planos dos golpistas também um ataque brutal às leis trabalhistas, à carteira de trabalho e a todos os direitos delas decorrentes, como 13º, férias remuneradas, horas extras, descanso semanal e outros. Outra proposta, o negociado sobre o legislado, abandona os trabalhadores e trabalhadoras à própria sorte, colocando-os para negociar os direitos contidos na CLT diretamente com os empresários, sem a proteção adequada e sem regras. A mira destruidora dos golpistas já foi apontada para acabar com a política de valorização do salário mínimo e também se volta contra aposentados e pensionistas, com anúncio de medidas como a redução de até 40% do valor dos benefícios, a desvinculação dos reajustes dos benefícios do salário mínimo e o aumento da idade mínima para 65 ou 70 anos.

O jogo contra o povo é bruto, cruel.

Direitos recentemente conquistados, como mecanismos de proteção à vida e à dignidade das mulheres, dos negros, dos indígenas, da população LGBT, são alvo de ataques e zombarias. Um exemplo disso são as cotas no ensino superior para os estudantes egressos das escolas públicas, tão essenciais na superação das desigualdades e falta de oportunidades seculares.

Com a injusta cassação da Dilma, golpistas ganham liberdade inédita para atacar o nosso futuro e o do país também. A CUT e os movimentos sociais vão lutar contra retrocessos.

A destruição da dignidade e o desprezo pelo povo e, em consequência, pelo Brasil, não se dará apenas internamente.

Diante do mundo, o governo ilegítimo já anuncia a venda da Petrobrás e de suas jazidas de petróleo do pré-sal e a privatização de estatais como o Banco do Brasil, a Caixa, os Correios e as empresas de energia. Os golpistas também querem a liberação da venda de terra para estrangeiros, comprometendo nossa produção de energia e o uso da água. Querem a liberação do espaço aéreo. Enfim, querem leiloar a nossa soberania nacional na bacia das almas.

As medidas são a resposta dos parlamentares e do golpista Temer e sua equipe aos financiadores do golpe, empresários que exigem medidas que garantam mais e mais lucros e menos direitos para os trabalhadores e as trabalhadoras.

A CUT, seus sindicatos filiados e os movimentos sociais que conosco sempre estiveram fizeram tudo que estava ao nosso alcance para impedir esse golpe.

Não queríamos barrar o golpe simplesmente para defender a pessoa Dilma – cuja honestidade e seriedade já seriam suficientes para tanto – mas para impedir a onda conservadora que se agiganta ao redor, a perda de direitos, o retrocesso.

Com todas as dificuldades do seu governo, sabíamos que Dilma jamais apontaria suas baterias para levar o Brasil ao atraso. Ao contrário, assim como o presidente Lula, Dilma tudo fez para resguardar o país da crise internacional que castiga o mundo desde 2008.

De nossa parte, sempre apontamos aquilo que julgávamos errado, como o ajuste fiscal tão elogiado por aqueles que agora a levam ao cadafalso. Fizemos mobilizações, greves no setor público e privado, passeatas, reuniões, audiências e negociações para pressionar o governo a manter o rumo do desenvolvimento com a imprescindível luta por justiça social.

Hoje, neste dia de luto, daremos início a mais um ciclo de luta pela retomada da democracia. Para o mês de setembro, a CUT já marcou um Dia Nacional de Paralisação, um Esquenta Greve Geral contra a retirada de direitos, no dia 22.

Tudo faremos para organizar nossos filiados e os não filiados para combater o desemprego e impedir a retirada de direitos. Conosco estarão alguns companheiros e companheiras que nos orgulham pela mesma vocação democrática, a exemplo de artistas, intelectuais e juristas que também denunciaram o golpe, aqui e ao redor do mundo.

É um momento de profunda tristeza para nós. Tristeza que vai se espalhar até nos corações dos indiferentes, quando notarem, a despeito do silêncio da mídia, que o projeto dos golpistas é rasgar a Constituição de 1988. Mas a tristeza não nos fará abaixar a cabeça nem quebrar o espírito de luta da classe trabalhadora. Porque tudo o que conquistamos foi fruto da luta e da persistência. Exerceremos resistência diária e aguerrida contra os inimigos da pátria. Não estamos sós, ocuparemos todos os espaços e, da mesma maneira que já fizemos antes, combateremos o arbítrio e a tirania, sempre em defesa da democracia, da participação popular, da distribuição de renda, justiça social e direitos da classe trabalhadora.

Até a vitória.

Vagner Freitas, presidente nacional da CUT

Sexta, Set 02 2016

A segunda segunda-feira do mês de agosto, para os comerciários de Nova Venécia, é um dia diferenciado. Isso porque há três anos o dia se tornou feriado municipal por representar o dia dos comerciários e comerciárias. O feriado foi mais uma conquista do Sindicomerciários para a categoria.

A Festa foi no dia oito de agosto, e os trabalhadores e trabalhadoras comerciários lotaram o Colina Country Clube, fazendo do evento um sucesso. O dia, que foi todo dedicado ao lazer e entretenimento dos comerciários e seus familiares, teve de um tudo. No torneio de futebol society o grande campeão foi o time do Economia, a equipe do Megalar ficou com o segundo lugar. Teve ainda show de forró com o cantor Camilo César, almoço, sorteio de prêmios e muita diversão.

“A diretoria do Sindicato mais uma vez não poupou esforços para realizar uma belíssima festa aos trabalhadores do comércio de Nova Venécia, e o resultado não poderia ter sido melhor, obrigada aos comerciários que compareceram”, agradeceu a diretora do Sindicato, Keissy Anne Hell.

O presidente do Sindicato, Jakson Andrade, também agradeceu a participação de todos os envolvidos e ainda deixou um convite, “espero que todos tenham aproveitado este dia divertido. Já deixou o convite para o próximo ano”. Ele ainda lembrou a importância da sindicalização. “Não podemos nos esquecer da importância da luta do nosso Sindicato, nós da diretoria precisamos de vocês ao nosso lado para conquistarmos cada vez mais direitos, por isso não deixe de participar das atividades do sindicato”, finalizou Jakson.

Venha fazer parte da nossa história, sindicalize-se.

Terça, Ago 30 2016

Pesquisa divulgada pela Confederação Nacional da Indústria na semana passada mostra que 40% dos brasileiros e brasileiras acham que a situação econômica do Brasil está “muito pior” do que há 12 meses.

19% dos entrevistados dizem que a economia está “um pouco pior”, enquanto 30% afirmaram que a situação está igual. O julgamento de Dilma teve início em dezembro do ano passado, quando o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha aceitou a denúncia contra ela. De lá pra cá, confirma a pesquisa da CNI, a economia só fez desandar.

Dado alarmante trazido pela pesquisa é que 57% dos ouvidos pela CNI dizem ter alguém na família que perdeu o emprego nos últimos meses.

A pesquisa, chamada de “Retratos da Sociedade Brasileira”, destaca três consequências da crise sobre as famílias. 48% delas passaram a usar mais transporte público. 14% passaram suas crianças de escolas privadas para públicas. E 34% perderam seus planos de saúde, o que sinaliza sobrecarga do SUS.

Responsável pela pesquisa, Renato da Fonseca falou ao portal da CUT. Ele diz que a CNI acredita que serviços públicos de saúde, educação e transporte “devem ser oferecidos pelo Estado”. Afirma, porém, que a “gestão não é boa”. Fonseca concorda que a maior fatia dos gastos do governo refere-se ao pagamento de juros da dívida. Não vê, porém, necessidade de aumento de impostos.

O assessor da CNI concede que seria preciso rever o escalonamento da estrutura tributária. “Mas não adianta alguém achar que tem uma grande ideia. Isso deve ser debatido por todos”, comenta.

O acirramento da crise e o encolhimento do mercado de trabalho tendem a aumentar a procura por serviços públicos. No entanto, o governo interino avisa que vai intensificar cortes no financiamento das políticas públicas. “O que querem, ao divulgar esses dados, é pressionar pela oferta de mais serviços privados”, diz Leandro Horie, técnico do da subseção do Dieese na CUT Nacional. Ou, ainda segundo Horie, dar suporte a maior corte de direitos trabalhistas.

Terça, Ago 30 2016

29 de agosto de 2016 é uma data que entrará para a história brasileira. Os livros contarão que neste dia, Dilma Rousseff enfrentou o Senado Federal para se defender no processo que pede seu impeachment, mesmo que ela não tenha cometido qualquer crime que justifique tal pena.

“Por duas vezes vi de perto a face da morte: quando fui torturada por dias seguidos, submetida a sevícias que nos fazem duvidar da humanidade e do próprio sentido da vida; e quando uma doença grave e extremamente dolorosa poderia ter abreviado minha existência. Hoje, eu só temo a morte da democracia”, afirmou Dilma em seu depoimento.

Em outro momento, a presidenta voltou a traçar um paralelo entre 1964 e 2016, aproximando os dois golpes, distantes no tempo histórico, mas unidos no dolo à democracia. “Hoje não há prisão legal, não há tortura, meus julgadores foram eleitos pelo mesmo voto popular que me conduziu à Presidência. Tenho por todos o maior respeito, mas continuo de cabeça erguida.”

O muro inútil

Do lado de fora do Congresso Nacional, milhares de pessoas se encontraram para pedir por mais democracia e criticar o golpe em curso contra a democracia brasileira.

O muro que dividia a Esplanada dos Ministérios nunca foi tão desnecessário. Se o lado norte estava pintado de vermelho. Do outro lado, os manifestantes pró-impeachment não compareceram e deixaram o espaço completamente vazio.

O ato, chamado pela Frente Brasil Popular, teve adesão de moradores de Brasília e delegações que viajaram de diversas partes do País e que estão alojadas no Acampamento da Democracia, nos arredores do estádio Mané Garrincha.

Na frente do Congresso Nacional, os dois públicos se encontraram e saudaram a força de Dilma Rousseff com músicas e gritos. “Eu sou de Goiás, estou aqui porque eu olho para a presidenta e vejo nela uma força enorme. Se ela está lá, resistindo, eu não posso ficar calada, sem fazer nada. Essa mulher tem muita fibra, povo”, afirmava a professora Edilene Candelária.

No carro de som, lideranças da Frente Brasil Popular se revezavam ao microfone. Entre elas, o presidente nacional da CUT, Vagner Freitas. “Nós vamos continuar construindo a resistência. Nesse Congresso Nacional, tramita projetos nocivos à classe trabalhadora, que retiram todos os nossos direitos. Nossa agenda é ficar em Brasília, ocupar o Congresso pacificamente e trazer nossa militância para cá, impedindo que os senadores acabem com nossos direitos. O que eles querem é acabar com a CLT”, afirmou o dirigente Cutista.

Sexta, Ago 26 2016

Os senadores, enquanto discutem a questão da isenção ou não das testemunhas previstas para falarem hoje (26), aproveitam para chamar a atenção do que consideram um fato sério que não teve a devida atenção durante o depoimento do técnico Antonio Carlos D’Ávila Carvalho, ex-auditor de controle externo do Tribunal de Contas da União (TCU).

Pelo fato de seu depoimento ter sido dado no final da noite e início desta madrugada, nem todos os senadores presentes e tampouco espectadores da TV Senado puderam acompanhar tudo o que o técnico afirmou. Mas suas palavras foram consideradas, pelos parlamentares contrários ao impeachment, como “gravíssimas”.

Tudo começou quando o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) denunciou, e foi confirmado depois por D’Ávila, que ele (D'Ávila), enquanto encarregado de dar parecer sobre a representação feita pelo procurador Júlio Marcelo sobre as contas da presidenta Dilma Rousseff no TCU, auxiliou a elaboração dessa mesma representação. D’Ávila admitiu que Júlio Marcelo pediu seu auxílio para elaborar o documento sim, que depois passou a ser visto como “a principal peça de acusação contra a presidenta Dilma”.

O técnico disse que não via problemas nisso. Mas foi acusado por Randolfe Rodrigues de ter cometido irregularidade, pelo fato de ter participado da elaboração de um processo que, estranhamente, depois foi enviado justo para a área do TCU onde ele atuava. “Coincidentemente a representação caiu exatamente com D’Ávila para que ele desse o parecer”, denunciou o senador.

"O auditor é uma espécie de juiz e não poderia ter colocado sua digital num texto que depois seria alvo de uma representação e apreciado por ele mesmo. Foi muito errado o que aconteceu e entraremos com representação judicial. Entraremos, inclusive, com interpelações sobre o caso junto ao Conselho Nacional do Ministério Público e junto ao TCU sobre o caso. Até porque tratava-se de um assessor com poder decisório", disse o senador Jorge Viana (PT-AC).

De acordo com Randolfe Rodrigues, “embora o processo apresentado por Júlio Marcelo devesse ter sido distribuído para a Secretaria da Fazenda do TCU, foi distribuído para a Secretaria de Macroavaliação Governamental do órgão, onde atuava o ex-auditor Antônio Carlos D’Ávila”.

O senador Lindbergh Farias (PT-RJ) iniciou sua fala hoje insistindo na questão. Destacou que não queria acreditar que isso tivesse acontecido e que considera a revelação gravíssima, até por ter sido esse documento o que levou ao início de todo o processo de impeachment. “A distribuição do processo no TCU foi feita para assegurar que a representação caísse nas mãos de D’Ávila e não para a secretaria de origem”, destacou.

‘Conduta combinada’

Também o advogado de defesa da presidenta Dilma Rousseff, José Eduardo Cardozo, disse que estava estarrecido com o que chamou de “conduta combinada dos dois servidores públicos”. "O Ministério Público — que é parte no processo— pedir ajuda para elaborar uma peça justamente à autoridade que vai avaliar e dar parecer sobre essa peça é o mesmo que um advogado pedir para um juiz que vai julgar um processo para ajudar na elaboração da petição inicial."

Cardozo afirmou que as condutas adotadas por D’Ávila e Júlio Marcelo ferem os artigos 5º, 13º e 14º do Código de Ética do TCU. Além disso, ressaltou que a ação de Júlio Marcelo "está em desacordo com a Lei 8.112, que rege o funcionalismo público". Por conta disso, o advogado de defesa de Dilma Rousseff solicitou ao ministro Lewandowski, em caráter de urgência, as atas e notas taquigráficas da sessão para tomar as providências disciplinares e tipificadas cabíveis.

"Juntos, eles formularam a tese das pedaladas, da operação de crédito que não houve. A tese fabricada para condenar Dilma. Formularam a fraude que colocou o Brasil em xeque", denunciou. As declarações dos senadores sobre a situação levaram outra vez a vários embates. O senador Ronaldo Caiado (DEM-GO) afirmou que o que os parlamentares que são contrários ao impeachment “querem é protelar os trabalhos e tentar criar dúvidas nas cabeças dos cidadãos sobre a validade do pedido de impeachment”. O senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) disse que queria pedir aos colegas que se acalmassem e que o caso de avaliação da conduta do técnico do TCU não tinha, a seu ver, irregularidades.

A jurista Janaína Paschoal, uma das autoras do pedido de impeachment, também solicitou para se manifestar mas teve a fala recusada pelo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowsk, que conduz a sessão. Janaína disse que foi "por várias vezes desqualificada ontem" e viu testemunhas de acusação serem humilhadas. Por isso, gostaria de pedir a palavra. "A senhora faz observações construtivas doutora Janaína, mas se deixá-la falar agora, não iremos avançar", rebateu Lewandowski.

"Vocês fogem do debate e preferem ficar aqui falando besteiras para nos acusar de fazer chicana e de protelação dos trabalhos. Tudo porque não têm argumentos fortes para nos combater", criticou a senadora Fátima Bezerra (PT-RN), que pediu respeito. "Aqui tem muito sujo falando do mal lavado. Saibam que vamos exercitar até o fim o nosso direito de defesa", acrescentou Fátima Bezerra.

Sexta, Ago 26 2016

STJ julga improcedente o recurso impetrado pela Caixa Econômica Federal em ações relativas ao FGTS o Superior Tribunal de Justiça – STJ cassou a liminar que suspendia o tramite das ações conhecidas como revisão do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço e conheceu e negou provimento ao recurso interposto pela Caixa Econômica Federal visando manter a taxa de revisão do FGTS pela TR.

O Ministro Relator Rudolff Fischer a TR não representa a correção real das perdas dos trabalhadores frente à desvalorização da moeda e a inflação causando, então, prejuízos aos empregados. Ainda, segundo Fischer, o julgamento do recurso servirá de parâmetro para as outras instâncias do Poder Judiciário.

Entenda o caso:

No decorrer do ano de 2013 houve uma avalanche de ações impetradas por sindicatos e trabalhadores invadiu a Justiça Federal em todas as comarcas do Brasil. O objetivo das demandas é fazer a revisão da taxa de revisão do FGTS a partir de 1999 quando este deixou de ser corrigido pela inflação.

Advogados e sindicalistas reclamam da perda monetária causada pela aplicação da TR e querem a correção seja feita por outros índices oficiais como, por exemplo, o INPC.

Entenda mais, com esta matéria da Revista Superinteressante:

Por Alexandre Versignassi, em 24/04/2015

Tem dois jeitos bons de fazer dinheiro sumir. Um é picar notas de R$ 50 para fazer confete. Outro é ter uma conta no FGTS.

Pense em R$ 1.000. Se depositaram essa grana no seu FGTS no ano 2000, hoje ela vai ter rendido 98%. Os R$ 1.000 viraram R$ 1.980.

Parece ok, mas tem um problema. Nesses 15 anos, a inflação acumulada foi de 213%. O que você comprava com R$ 1.000 na virada do século hoje só dá para levar para casa com mais de R$ 3.000. Mais exatamemte, R$ 3.133, pelo menos segundo o INPC, o índice que cobre a inflação dos produtos consumidos pela maioria que ganha pouco, entre 1 e 5 salários mínimos. Se existisse um índice mais coxa, balizado só por preço de vinho, sedã e restaurante de toalha branca, a coisa iria para quase 10 paus.

Mas vamos ficar só no INPC mesmo, para não parecer que é apelação. Bom, só nisso, você perdeu R$ 1.000 para a inflação. Um terço do poder de compra que o seu dinheiro tinha desapareceu. Não volta mais. Tchau.

O mesmo dinheiro, guardado na poupança, teria rendido R$ 3139, contra aqueles R$ 3.133 do INPC. Ou seja: pau a pau com a inflação. Beleza. Poupança não é investimento, é só uma forma de proteger seu dinheiro da inflação. Se ela fez esse trabalho nos últimos 15 anos, parabéns. Porque o FGTS não fez.

Agora vamos comparar com investimento de verdade, que é o que interessa. Os mesmos R$ 1.000 que ficaram mofando no FGTS teriam virado R$ 5.160 se você tivesse comprado um título público que pagasse a Selic – sim, entendidos: já descontei 15% de imposto de renda e 0,5 anuais de taxa de administração, se não dava mais e sete paus.

Num CDB que paga 80% do CDI (a taxa dos empréstimos diretos entre banqueiros, sempre parecida com a Selic), daria R$ 4.791. Quase dois paus acima da inflação. Ganho real, não só manutenção de poder de compra. E isso num CDB vagabundo, que paga pouco, daqueles que os gerentes de banco oferecem aqui para a gente nas galés. Os CDBs firmeza mesmo, para quem tem cartão de crédito preto e estrelinha de três pontas na chave do carro, 100% do CDI, teriam dado R$ 5992. After taxes, sir. (sim, também dá para tirar 100% do CDI, ou mais, botando dinheiro em banco capenga – mas essa é outra história). Porque a história aqui é a roubalheira do FGTS. A fórmula para corrigir o FGTS é marota: 3% + TR. A TR, taxa referencial, tem nome bonito. Mas não serve para nada. Pela lei, ela é um número super calculado, que leva em conta as taxas que os maiores bancos estão pagando no CDB e aplica um “redutor”. E taí o pulo do gato – ou do gatuno. Como o governo pode reduzir a TR o quanto quiser, não existe cálculo nenhum. É só uma taxa que o governo arbitra como bem entender. Tanto que, de setembro de 2012 a junho de 2013, a TR foi de zero. Zero. Parece que zero é uma taxa referencial que tende a ser menor que a inflação, né?

Nem sempre foi assim. Em 2005 e 2006, dois anos em que a economia estava tilintando, o FGTS rendeu mais do que a inflação. Em 2006 chegou a aplicar uma goleada. FGTS 5,03% X 2,81% Inflação. E antes era melhor ainda. Entre 1995 (o primeiro ano do resto na nossa vida monetária, porque antes era Zimbabwe) e 1999, quando o cálculo passou a ser esse da “TR + 3%”, o FGTS bateu a inflação acumulada com folga: 98% contra um INPC de 54%. Ironia: o rendimento desses cinco anos entre 1995 e 1999 foi rigorosamente o mesmo que o dos 15 anos entre 2000 e 2014. Aí dá para ver o tamanho do rombo. E não, nada disso é uma defesa dos anos FHC – até porque foi sob o governo dele que o FGTS começou a perder da inflação. Também não é um ataque a toda a legislação trabalhista, para defender a terceirização. É só um fato. E contra fatos, só vale um argumento: o da Justiça.

Tanto que o STF considerou ilegal essa história de reajustar pela “TR” (daqui pra frente só escrevo essa trolha entre aspas). A própria Defensoria Pública da União já moveu ações exigindo o ressarcimento da inflação no FGTS, de 1999 para ca, mesmo para quem já sacou dinheiro. O único problema é que esse reembolso não virou lei para valer.

Sexta, Ago 26 2016

A proposta de reforma trabalhista que está sendo desenhada pelo Palácio do Planalto prevê a flexibilização de direitos assegurados aos trabalhadores no artigo 7º da Constituição Federal – que abrange um conjunto de 34 itens – desde que mediante negociações coletivas. Segundo um interlocutor, a ideia é listar tudo o que pode ser negociado para evitar que os acordos que vierem a ser firmados por sindicatos e empresas após a mudança nas regras possam ser derrubados pelos juízes do trabalho.

Farão parte dessa lista os direitos que a própria Constituição já permite flexibilizar em acordos coletivos como jornada de trabalho (oito horas diárias e 44 semanais), jornada de seis horas para trabalho ininterrupto, banco de horas, redução de salário, participação nos lucros e resultados e aqueles que a Carta Magna trata apenas de forma geral e foram regulamentados na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Estão neste grupo, férias, 13º salário, adicional noturno e de insalubridade, salário mínimo, licença-paternidade, auxílio-creche, descanso semanal remunerado e FGTS.

Já a remuneração da hora extra, de 50% acima da hora normal, por exemplo, não poderá ser reduzida porque o percentual está fixado na Constituição; licença-maternidade de 120 dias e o aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo de no mínimo 30 dias também. Para mexer nesses direitos, é preciso aprovar uma Proposta de Emenda à Constitucional (PEC) – o que seria uma batalha campal no Congresso. Outros direitos como seguro-desemprego e salário-família, citados no artigo 7º, são considerados previdenciários e não trabalhistas e por isso, não poderiam entrar nas negociações.

Na prática, tudo o que estiver na CLT poderá ser alvo de negociação. Há muitos penduricalhos que não aparecem na Constituição e são motivos de reclamações contantes, como por exemplo, o descanso para almoço de uma hora (se o empregado quiser reduzir o tempo e sair mais cedo, a lei não permite). Outros casos que poderiam ser acordados dizem respeito à situações em que o funcionário fica à disposição dos patrão, fora do expediente sem ser acionado e o tempo gasto em deslocamentos quando a empresa busca os trabalhadores – considerados hoje como hora extra.

SINDICATOS QUEREM MAIS PODER DE NEGOCIAÇÃO

A estratégia do governo é colocar na lei tudo o que pode ser negociado e deixar de fora o que não pode para evitar que a justiça trabalhista amplie a relação com novos direitos, inviabilizando assim qualquer acordo, explicou um técnico. Fortalecer a negociação coletiva é outro argumento do Executivo, diante de inúmeros casos em que o sindicatos e empresas fecham o acerto e depois os juízes do trabalho anulam, determinado o cumprimento da lei ao pé na letra e pagamento de indenizações.

– O projeto vai delimitar os parâmetros e limites da negociação coletiva, dando aos acordos força de lei. O foco é oferecer segurança jurídica na relação capital e trabalho – disse ao GLOBO o ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira, que está discutindo o tema com as centrais sindicais.

Reforma trabalhista: saiba o que pode ou não ser mudado

Segundo ele, a questão já está bem encaminhada com consensos importantes: para fechar acordos é preciso aumentar o poder de negociação dos sindicatos, o que exige uma miniirreforma sindical, junto com a flexibilização da CLT. As centrais defendem que a proposta inclua a representação sindical no local de trabalho; o reconhecimento da autoridade do delegado sindical para fazer a mediação de conflitos e a livre sindicalização dos funcionários. Outro pleito é que somente entidades com representatividade (determinado percentual de associados) possam fechar acordos – que terão ser validados por assembleias de trabalhadores.

O secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves (o Juruna), disse que as centrais não vão se colocar contra à reforma, desde que a proposta seja pautada pelo fortalecimento da negociação coletiva. Ele destacou que em outros países não existe uma CLT como no Brasil, apenas uma legislação básica. Mas, isso não impede uma boa relação entre capital e trabalho, explicou, porque os acordos coletivos realmente funcionam.

– Aqui, tanto empresas quanto sindicatos terão que rever suas posições. As empresas vêem os sindicatos como inimigos e os sindicatos, por sua vez, terão que sair da inércia, ser mais atuantes para fechar os acordos – disse Juruna, citando como um bom exemplo a negociação do reajuste salarial dos bancários realizada em âmbito nacional, juntando funcionários de bancos públicos e privados.

Para o secretário-nacional da CUT, Sérgio Nobre, somente há negociação quando as forças são equilibradas. Ele reafirmou que a entidade vai negociar a reforma trabalhista com o governo depois do desfecho do impeachment da presidente afastada, Dilma Rousseff. Contrariando a posição da entidade até então, Nobre disse que a CUT “não nasceu para defender governo”, mas os trabalhadores brasileiros.

– Se o empresário pode tudo, ele não vai negociar. Para quê? É preciso criar condições para que os acordos aconteçam – disse Nobre, acrescentando: – Se a negociação coletiva existir de fato, o Estado não precisa intervir na relação entre trabalhadores e empresas.

A União Geral dos Trabalhadores (UGT), realiza na próxima semana uma reunião de âmbito nacional sobre o tema e a tendência da entidade é apoiar a reforma trabalhista. As maiores centrais já estão costurando um posicionamento conjunto para ser apresentado ao governo.

– Nós apoiamos, desde que a reforma venha amarrada com a valorização do acordo coletivo para evitar a precarização dos direitos dos trabalhadores – disse o presidente da Central, Ricardo Patah.

OBJETIVO DA CLT É ‘TUTELAR O MAIS FRACO’

Para o professor da Faculdade de Economia Administração e Contabilidade (FEA/USP), José Pastore, o pleito das centrais é legitimo e deveria ser incluído na Constituição para evitar que os acordos realizados sejam anulados pela Justiça. Ele, no entanto, vê polêmica na representação sindical no local de trabalho porque muitas empresas são contrárias. Na visão do consultor da comissão de orçamento da Câmara dos Deputados, Leonardo Rolim, as medidas sugeridas podem ajudar na aprovação na reforma, no sentido de evitar que sindicatos de fachada façam acordos prejudiciais aos trabalhadores.

– Acho que faltou isso na proposta de reforma de flexibilização da CLT enviada pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (que foi engavetada no Senado) – disse Rolim, que fazia parte do governo à época.

O tema divide o atual governo. Há quem defenda que a reforma valha apenas para os trabalhadores que ganham salários mais altos (acima de três salários mínimos). Outros, apenas uma modernização da CLT, sem mexer com direitos, como férias e 13° salário, por exemplo. No Planalto, a visão é mais radical na linha de que o acordado possa prevalecer sobre o legislado.

O procurador-geral do Trabalho, Ronaldo Fleury, disse que, ao contrário do que se fala, a CLT vem sendo atualizada ao longo dos últimos anos, apesar de ter sido criada na década de 40. Segundo ele, assim como ocorre com a maioria dos países, a legislação trabalhista brasileira tem por objetivo “tutelar o mais fraco”.

– A negociação sobre o legislativo é algo perigoso. Quando vemos, na imprensa, um movimento para reduzir o horário de almoço para quinze minutos, alegando que é mais do que suficiente… Ora, biologicamente, quando a pessoa acaba de comer, vem o sono. Há a indução ao sono, que é própria do processo digestivo. Imagine se esse trabalhador que acabou de comer vai operar um guindaste. Ele come rápido, volta, sobe numa máquina e opera um guindaste de 40 toneladas – afirmou. – As empresas querem produção. Para produzir, ela tem duas opções, ou contrata mais ou exige mais dos trabalhadores.

Fleury defendeu a reforma do atual sistema sindical. Uma de suas propostas é permitir que os trabalhadores brasileiros possam escolher os sindicatos que melhor os representem.

– É preciso acabar com a reserva de mercado. Por que, por exemplo, o jornalista só pode ter um sindicato? – perguntou.

Não podemos ficar calados…Reage Brasil!!!

Pagina 24 de 46

Denúncias

Se você está sofrendo qualquer tipo de abuso no seu local de trabalho, o Sindicato sempre será o seu maior aliado!

Informativos



Siga-nos nas redes sociais

Receba nossas notícias