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Quinta, Mai 08 2014

Deixa Isso pra Lá, Disparada, A Majestade o Sabiá. Qual dessas músicas, entre tantas, marcou mais a carreira de Jair Rodrigues? O cantor de sorriso largo, conhecido no meio artístico como Cachorrão, morreu hoje (8), aos 75 anos. As causas da morte ainda não foram divulgadas. Com mais de 50 anos de carreira, Jair era pai dos também cantores Jair de Oliveira e Luciana Mello. Era chamado de sambista, mas também foi considerado um precursor do rap.

"Quero agradecer, de coração, o imenso carinho que estamos recebendo! Em breve falaremos com todos. Só pedimos que respeitem nossa privacidade nesse momento tão difícil e sofrido... Muito obrigada!!", escreveu Luciana no Facebook.

"Um amor gigantesco!! Tive a honra de conviver e aprender com a alegria de um anjo!!! Estamos todos muito emocionados e tentando entender este momento e agradecemos todo o carinho prestado. E muito obrigado, meu pai, por toda sua luz! Descanse em paz", escreveu Jair de Oliveira.

Ainda em início de carreira e crooner do restaurante/boate Bambu, em São Carlos, interior paulista (ele nasceu em Igarapava), Jair cultivou a fama de brincalhão, o que realmente era. Mas queria ser reconhecido como intérprete. "Eu não queria ficar rotulado. Quando cantava uma música séria, eu me caracterizava."

Foi o que aconteceu no festival da Record em 1966, quando seu nome foi lembrado para interpretar Disparada, de Geraldo Vandré e Theo de Barros. A primeira reação de Vandré foi de desconfiança. "Eu também não fazia por onde o pessoal acreditar no Jair intérprete, porque lá no Fino da Bossa era aquela brincadeira mesmo, deixe que digam, que falem, Cachorrão pra lá, Cachorrão pra cá, eu plantava bananeira... A minha imagem mudou a partir daí, de Disparada." Fino da Bossa foi o programa que Jair e Elis Regina apresentaram na segunda metade dos anos 1960 na TV Record, em uma das parcerias memoráveis da música brasileira.

Ainda hoje, Jair guardava em sua casa, em Cotia (Grande São Paulo), onde foi encontrado morto, uma das queixadas de burro usadas na interpretação de um dos clássicos da música brasileira, que dividiu o primeiro lugar no festival com A Banda, de Chico Buarque, interpretada por Nara Leão.

Dona Conceição, mãe de Jair Rodrigues, profetizou: "Essa musca (como ela pronunciava) é muito bonita, meu filho. Se você defender, você vai ganhar (o festival). Coração de mãe, né?”, comentou Jair, que já fizera sucesso em 1964, com Deixa Isso pra Lá, de Alberto Paz e Edson Meneses.

O primeiro encontro entre Vandré e Jair foi tenso. O autor falou para o intérprete não brincar com a música dele, que era coisa séria. Recebeu em troca um xingamento e pediu desculpas. Depois da vitória, Jair conta que recebeu um abraço "de quebrar ossos". Hoje pela manhã, Geraldo Pedrosa de Araújo Dias, nome de Vandré, ouviu pelo rádio a notícia da morte de Jair Rodrigues.

Repercussão

"Obrigado demais, impossível agradecer por ter compartilhado seu dom e energia conosco. Descanse em paz eterno professor", escreveu no Twitter o cantor Emicida. "Já deixou saudade. Vai na paz Mestre Jair Rodrigues", postou o grupo O Rappa.

Terça, Mai 06 2014

Apesar de a Constituição de 1988 trazer dispositivos para regulação do tempo de trabalho, na prática isso não acontece. Os brasileiros estão cada vez mais atrelados ao trabalho, fazem muitas horas extras e ainda levam tarefas para fazer em casa. Para complicar, a tendência é que essa prática se estenda a um número cada vez maior de profissionais, de diversas categorias, uma vez que o empresariado, em suas relações com os sindicatos, dão sinais claros de se esforçarem para criar mecanismos que transformem em hora de trabalho até mesmo momentos em que o trabalhador está em casa com a família.

De acordo com uma pesquisa do Instituto de Economia da Universidade Estadual de Campinas divulgada esta semana, as longas jornadas e o trabalho precário têm origem na política neoliberal adotada nos anos 1990, marcados pelo governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB). A estabilidade do período de Luis Inácio Lula da Silva, que reduziu o desemprego e permitiu aos sindicatos lutarem pela redução da jornada, porém, foi insuficiente para atenuar as condições de trabalho dos brasileiros.

Para chegar a tais conclusões, o economista Eduardo Martins Ráo, autor da pesquisa, analisou microdados do período entre 1992 e 2009 da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.

Segundo ele, entre 1992 a 1998, houve no Brasil o alongamento da jornada em todos os setores, ramos de atividade e ocupações. Enquanto a Alemanha, Austrália, Bélgica e Canadá tinham jornada abaixo de 1.800 horas por ano – aqui já superava 2.000 horas. Nos anos 1990, além de ampliada, começou a se flexibilizar. Era o surgimento de uma nova jornada.

De 1995 em diante, época de desemprego alto, a jornada continuou ampliada por mecanismos como o just in time, a polivalência, os trabalhos em grupo, as metas de produção atreladas a PLR, o banco de horas, o trabalho a tempo parcial e aos domingos e feriados, a terceirização, a recomposição das escalas e turnos de revezamento, os sistemas de controle de qualidade e outros mecanismos mais sofisticados de controle do ritmo de trabalho.

Frente a altas taxas de desemprego, as centrais sindicais não conseguiam colocar em pauta a questão da redução da jornada na mesa de negociação porque era preciso manter os postos de trabalho. De 1999 a 2003, quando o desempenho da economia era baixo, 39,6% da população economicamente ativa declarou cumprir horas excepcionais. Com maior ajuste fiscal, o governo passou a fiscalizar mais e com isso houve aumento da formalização. A jornada se mantinha então dentro das normas legais.

A jornada começou a ser reduzida entre 2004 a 2009, com redução das horas extras de 38% para 31,8%, tornando-se mais padronizada, permanecendo assim dentro das normas constitucionais [44 horas semanais]. Para o pesquisador, a retomada do crescimento econômico criou mais empregos formais e aumentou da formalização das relações de trabalho. Ele constatou que alguns setores passaram a trabalhar menos, como os autônomos.

Apesar da redução, as empresas não perderam tempo e logo ampliaram mecanismos de flexibilização para manter seus empregados cada vez mais conectados ao trabalho, como metas a serem cumpridas ou de tarefas a serem feitas em casa. Os empresários trabalham agora para legalizar essas práticas para controlar o tempo do trabalhador.

Mesmo assim, a conjuntura atual levou à retomada da discussão, pelos trabalhadores, da redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais, com a consequente manutenção dos salários.

Em 2003, as centrais sindicais fizeram uma campanha nesse sentido, que chegou a ser transformada em projeto de lei, mas que não foi votado pelo Congresso. Ainda segundo o pesquisador, contribuem para uma discussão mais qualificada em torno da redução tanto da jornada quanto do tempo de trabalho.

Além disso, com boa parte da população economicamente ativa está estudando mais, é possível pensar em um mecanismo que estenda o período de formação dos jovens, que passariam a ingressar no mercado de trabalho um pouco mais tarde, entre 25 e 27 anos.

É possível também, conforme o economista, é possível pensar num modelo que retire as pessoas mais cedo do mercado de trabalho, embora essa medida seja um pouco mais complicada, em razão do impacto que causaria na Previdência Social. Entretanto, de acordo com o pesquisador, não se pode deixar de considerar que, em 20 anos, o país terá um número elevado de idosos. A questão é: melhor um grande número de idosos pobres trabalhando ou uma população idosa em uma posição mais confortável em termos de rendimento, que não trabalhe?

O economista reconhece que tal pensamento vai na contramão de um movimento em curso para ampliar o tempo de trabalho com vistas à aposentadoria. Há propostas, inclusive, de igualar o tempo de serviço das mulheres ao dos homens. No Brasil, o indivíduo tem que trabalhar até os 65 anos de idade ou contribuir por 35 anos para poder se aposentar, o que é inviável num mercado de trabalho marcado pela alta rotatividade.

Ele defende que a questão da jornada e do tempo de trabalho seja atrelada à qualidade de vida, já que inúmeras pesquisas vêm demonstrando o crescimento das chamadas doenças ocupacionais. Ou seja, as condições e o ritmo do trabalho têm influenciado cada vez mais na saúde do trabalhador. Tais preocupações, presentes dentro dos sindicatos, devem ser expandidas para o conjunto da sociedade – o que não é fácil.

Quarta, Abr 30 2014

Ficou marcada para o próximo dia 6, das 14h às 16h, a audiência da Comissão Geral do Trabalho da Câmara dos Deputados, que vai debater em plenário as reivindicações trabalhistas apresentadas pelas centrais sindicais. Porém, ao contrário do que se esperava, não foram confirmadas as sessões dos dias 7 e 8, quando seriam votados, de fato, os projetos pleiteados.

A pauta foi reapresentada na tarde desta terça, dia 29, ao presidente da Câmara, Henrique Alves (PMDB- RN), em reunião com representantes das centrais. Anteriormente, o deputado havia acenado com a possibilidade de colocar os projetos em votação nos dias 7 e 8. “Houve um recuo”, lamentou Maria das Graças Costa, secretária de Relações de Trabalho da CUT, que representou a Central no encontro.

A pauta, basicamente, é a mesma defendida pelas centrais na 8ª Marcha da Classe Trabalhadora, que aconteceu no dia 9 de abril, em São Paulo.

No início da noite, teve início uma nova sessão para votar projeto que altera a lei que regulamenta o descanso dos caminhoneiros, com a presença de representantes da categoria nas galerias do plenário.

Terça, Abr 22 2014

A taxa de desemprego fechou março em 5%, a menor taxa para o mês desde o início da série histórica iniciada em 2002. O dado é da Pesquisa Mensal de Emprego (PME) divulgado hoje (17) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em fevereiro a taxa foi 5,1% e 5,7% em março de 2013.

O contingente de trabalhadores desocupados ficou em 1,2 milhão de pessoas em março, mantendo-se praticamente estável em relação a fevereiro, mas recuando 11,6% na comparação com março de 2013. A população ocupada, de 22,9 milhões de pessoas, também manteve-se praticamente estável comparada a fevereiro desse ano e março do ano passado.

Entre os setores da economia, houve geração de emprego, na comparação com fevereiro, nos segmentos da construção (1%) e serviços prestados à empresas (2,6%). Na comparação com março do ano passado, houve crescimento dos postos de trabalho em seis dos sete setores, com exceção da indústria, que teve queda de 0,5%. Os destaques positivos foram a construção (6,6%) e o comércio (6%).

O número de trabalhadores com carteira assinada no setor privado ficou praticamente o mesmo de fevereiro, 11,7 milhões. Mas foi registrado um aumento de 2% em relação a março do ano passado. O rendimento médio real do pessoal ocupado de R$ 2.026,60 em março é 0,3% inferior a fevereiro e 3% superior ao de março do ano passado.

A Pesquisa Mensal de Emprego (PME) é feita nas regiões metropolitanas do Recife, de Salvador, de Belo Horizonte, do Rio de Janeiro, de São Paulo e de Porto Alegre.

Terça, Abr 22 2014

A tentativa da Zara de anular na Justiça os autos de infração da fiscalização que resultou na libertação de 15 trabalhadores em condições análogas às de escravos fracassou. O juiz Alvaro Emanuel de Oliveira Simões, da 3ª Vara do Trabalho de São Paulo, negou na última sexta-feira (11) recurso da empresa nesse sentido e cassou a liminar que impedia a inserção no cadastro de empregadores flagrados mantido pelo Ministério do Trabalho e Emprego e pela Secretaria de Direitos Humanos, a chamada “lista suja” da escravidão.

Em sua decisão, o magistrado afirma que, como defendido pela Advocacia-Geral da União, a empresa tem sim responsabilidade direta pela situação constatada em 2011, critica a tentativa da Zara de caracterizar os costureiros resgatados como empregados da empresa intermediária Aha e classifica a maneira como a terceirização dos trabalhadores foi registrada como “fraude escancarada”.

“A decisão é bem fundamentada e certamente configurará um divisor de águas na discussão sobre a responsabilidade jurídica por condições de trabalho em cadeias produtivas”, afirma Renato Bignami, coordenador do programa de Erradicação do Trabalho Escravo da Superintendência Regional do Trabalho, que ressaltou a importância de o relatório de fiscalização reunir documentos e provas detalhando a situação. “O juiz leva em consideração todos os argumentos apontados pelos auditores na sua decisão.”

Da Espanha, Raúl Estradera, porta-voz da Zara, afirmou à Repórter Brasil que a empresa vai recorrer da sentença. “É mais um passo em um processo judicial que vai ser longo. Com todo respeito à decisão, entendemos que não foram considerados nossos argumentos e que não tivemos oportunidade de nos defender de forma adequada”, afirma, insistindo que a responsabilidade é da empresa intermediária. “Foi essa empresa que realmente cometeu as irregularidades, e obteve o lucro com isso. Eles que deveriam estar sendo punidos. Nós temos tomado ações de responsabilidade social, inclusive colaborando com entidades públicas e do terceiro setor em um esforço para melhorar as condições de trabalho não só nas nossas cadeias produtivas, mas no Brasil em geral.”

Sexta, Abr 11 2014

Dados divulgados hoje (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indicam que, entre o quarto trimestre de 2012 e o quarto trimestre de 2013, foram criados 1,575 milhão de empregos nas cinco grandes regiões do país.

Os dados fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Continuada (Pnad Continuada) que constatou que o nível de ocupação do país no quarto trimestre de 2013 chegou a 57,3% da população ocupada, o equivalente a 91,881 milhões de trabalhadores.

Percentualmente, a taxa da população ocupada cresceu em um ano 0,2 ponto percentual, ao passar de 57,1% para 57,3% entre o quarto trimestre de 2012 e o quarto trimestre de 2013 (de 90,306 milhões para 91,881 milhões). Do terceiro para o quarto trimestres do ano passado este crescimento também foi 0,2 ponto percentual (de 91,175 milhões para 91,881 milhões).

Os números da Pnad Continuada indicam, ainda, que os 6,2% da taxa de desocupação verificada no quarto trimestre do ano passado, ao refletir uma queda de 0,7 ponto percentual em relação ao indicador do quarto trimestre de 2012, indica também a queda no número da população desocupada (ou procurando trabalho) – de 6,653 milhões para 6,052 milhões.

Sexta, Abr 04 2014

Em um ano com crescimento moderado e inflação em tendência de alta, a maior parte das negociações salariais foi concluída com reajustes acima do INPC, segundo pesquisa divulgada na manhã de hoje (2) pelo Dieese. O resultado não foi tão bom quanto o de 2012, melhor ano para as campanhas salariais desde o início da série histórica, em 1996, mas foi avaliado de forma positiva pela situação da economia. Na comparação com os últimos anos, ficou próximo de 2010 e 2011 e superou 2008 e 2009.

De 671 acordos analisados em 2013, 87% tiveram índices acima da inflação e 7% resultaram em reajustes equivalentes à variação do INPC do período. Os 6% restantes ficaram abaixo do índice. No ano anterior, 98,7% das negociações acompanhadas pelo Dieese registraram acordos acima ou iguais ao INPC.

De 1996 a 2003, segundo o acompanhamento feito pelo Dieese, predominaram os reajustes abaixo da inflação. Essa situação se inverteu a partir de 2004.

Sexta, Abr 04 2014

No ano passado, os trabalhadores brasileiros conseguiram, em média, aumento salarial em torno de 1,25% acima da variação do INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor). Segundo levantamento anual do Dieese, o percentual é o menor desde 2010, quando ficou em 1,70%. Em 2012, o ganho real chegou a 1,98%.

A maioria das negociações (86,9%) resultou em aumentos reais de salário, mas em proporção foi inferior à de 2012, quando esse percentual ficou em 95,1%. A exemplo do que vem ocorrendo nos últimos quatro anos, os ganhos ficaram mais concentrados na faixa entre 1% e 2% acima da taxa.

Os ganhos reais acima de 5% que, em 2012, chegaram a 4,5% das negociações, no ano passado, foram praticamente, nulos, atingindo apenas 0,3% das negociações. O comércio foi o setor que teve melhor desempenho, conseguindo ganhos reais em 98% de 111 negociações.

Essa liderança está associada ao fato de o comércio concentrar empregados com remuneração mais próxima do salário mínimo vigente. A indústria registrou aumentos reais em 89% de 343 acordos e o setor de serviços, 78% de 217 negociações.

Quarta, Abr 02 2014

Tanques nas ruas, população dividida e um presidente da República acuado e sem apoio. Nesse cenário, há 50 anos, se iniciava no Brasil o mais longo e duro período de ditadura do país, que perduraria 21 anos. Nas primeiras horas do dia 31 de março de 1964, tropas comandadas pelo general Olímpio Mourão partiram de Juiz de Fora (MG) em direção ao Rio de Janeiro consumando um golpe há muito tempo planejado pelas forças militares.

Isolado, o então presidente da República João Goulart, conhecido como Jango, pouco pôde fazer para evitar o golpe. Com a economia do país em crise e sem forças para promover as reformas de base, principal bandeira de seu governo, ele deixa Brasília rumo ao Rio Grande do Sul no dia 1º de abril. Alguns dias depois, e dando o golpe como irreversível, o presidente parte com a família rumo ao Uruguai em um carro preto, escoltado por militares que ainda mantinham lealdade à Constituição. Jango morre na Argentina 12 anos depois. Inicialmente apontada como infarto, a causa da morte de João Goulart é investigada até hoje.

Para o doutor em história e professor da Universidade de Brasília (UnB) Antonio Barbosa, os militares já haviam orquestrado uma espécie de golpe contra a democracia brasileira três anos antes. Com a renúncia de Jânio Quadros, em 1961, os militares atuaram para impedir a posse do vice, Jango, e o Congresso Nacional aprovou a mudança de sistema de governo, que passou do presidencialismo para o parlamentarismo, no qual o presidente da República não detém a chefia de governo. “[Os militares] permitiram que João Goulart chegasse ao poder [em 1961], mas tiraram os poderes dele. Por isso, do dia 7 de setembro de 1961 até janeiro de 1963, quando houve o plebiscito e o não [ao parlamentarismo] venceu, Jango teve os poderes limitados”, relembra.

Depois das eleições gerais de 1962, cujos resultados foram influenciados pela injeção de recursos norte-americanos que buscava eleger parlamentares favoráveis aos interesses daquele país e ainda influenciar os meios de comunicação em favor das teses conservadoras, Jango fica isolado, sem conseguir levar adiante as reformas de base.

“Você não imagina o que foi o país naquele período, a partir de 1963, depois que os eleitos tomaram posse no Congresso Nacional, até 31 de março de 1964. Foram coisas que os jovens de hoje nem conseguiriam imaginar”, conta Barbosa.

“Nos últimos dois meses que antecederam o 31 de março, era muito comum no país inteiro as aulas serem interrompidas, especialmente nas escolas públicas, para as professoras levarem os alunos para rezar o terço. A cada conjunto de dez Ave-Marias, se fazia uma exortação, que naquela época era 'Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil, livrai-nos do comunismo, Amém'. Era esse o ambiente, o clima.”

O temor dos militares de que o comunismo aflorasse no Brasil foi uma das justificativas para o golpe. No entanto, para o professor da Universidade Estadual Paulista (Unesp) Paulo Ribeiro da Cunha, o golpe foi sendo construído ao longo dos anos pelos comandantes das Forças Armadas. “Em 1954, já foi uma tentativa, um preâmbulo, abortado, principalmente, pelo suicídio de Getúlio Vargas. Mas, em seguida, tivemos várias tentativas de golpe”, explica. A tese é reforçada por Antonio Barbosa: “Jango era um homem de centro-esquerda, não era comunista, não era socialista”.

Dois momentos foram cruciais para fortalecer a linha golpista das Forças Armadas e precipitar a derrubada da democracia: o comício de Jango na Central do Brasil, na sexta-feira 13 de março de 1964, com o palanque montado em frente ao Ministério da Guerra. Na ocasião, João Goulart fez um discurso duro em defesa do mandato e das reformas de base, o que soou como uma afronta aos militares. Uma semana depois, a resposta da direita veio com a Marcha da Família com Deus pela Liberdade.

“Os militares se sentiram apoiados. Mais de 500 mil pessoas foram às ruas em São Paulo. Isso há 50 anos, sem internet e redes sociais. E ali sim, se radicaliza, e os líderes, que há muito tempo preparavam um golpe, perceberam que era o momento”, analisa Barbosa.

“O curioso é que foi em nome da democracia que se suprimiu a democracia no país”, ressalta o coordenador do Curso de Especialização em Relações Internacionais da Universidade de Brasília (UnB), Pio Penna.

Segundo Antonio Barbosa, ninguém se levantou para defender João Goulart. “Foi uma revolução absolutamente sem sangue e sem tiro. O país completamente mobilizado, ideologicamente falando. Mas não podemos esquecer que o Brasil era um país de população com mais de 75% de analfabetos e mais de 95% de religiosos que seguiam a Igreja Católica. E a igreja, naquele momento, estava completamente imbuída da luta anticomunista. Padres, no país inteiro - por dez anos eu vi isso - procurando alertar as pessoas de que o comunismo estava chegando.”

O golpe definiu a vitória da opção conservadora em um país que se desenvolvera ao longo do século 20, mas não havia modernizado suas relações sociais.

“Diria que, no Brasil, no início dos anos 1960, havia dois projetos em luta: um reformista, capitaneado por Goulart, que queria, na minha opinião, oferecer uma face mais humana para o capitalismo brasileiro. De outro, um projeto de modernização do capitalismo brasileiro, inserindo-o em escala global, pela via politicamente autoritária. E quem venceu foi esse grupo. Então, o regime de 1964 começa sem enganar ninguém: é um regime de exceção”, lembra Barbosa.

Ao longo de 21 anos, cinco generais se sucedem no comando do país, no que ficou conhecido como “anos de chumbo”. Uma geração política foi suprimida pela ditadura, milhares de pessoas foram torturadas e mortas e o país é devolvido à sociedade economicamente quebrado, vítima do endividamento acumulado no período militar.

Jango só voltaria ao Brasil morto, no dia 7 de dezembro de 1976, para ser enterrado em São Borja, sua cidade natal. É o único presidente da República que morreu no exílio. Em 1985, o colégio eleitoral elege Tancredo Neves como o primeiro presidente civil desde 1964.

Terça, Mar 18 2014

O Brasil registrou a abertura de 260.823 vagas de trabalho com carteira assinada em fevereiro, no melhor resultado para o mês desde 2011, quando tinham sido criadas 280,7 mil vagas. Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, divulgado pelo Ministério do Trabalho nesta segunda-feira (17).

O resultado para o mês passado é mais do que o dobro do registrado em fevereiro de 2013, quando foram criados 123 mil postos de trabalho. Em relação a janeiro, quando tinham sido criados 29.595 vagas com carteira, a alta é de quase nove vezes.

O saldo de fevereiro é resultado de 1.989.181 contratações com carteira assinada, menos 1.728.358 demissões.

No ano, foram abertas 302.190 vagas de emprego. De acordo com o Ministério do Trabalho, de janeiro de 2011 a fevereiro de 2014 foram criadas 4.792.529 vagas de trabalho.

Maior expansão no setor de serviços

As contratações em fevereiro foram influenciadas pela forte expansão do emprego no setor serviços, que contratou 143,3 mil pessoas a mais do que demitiu. Dentro do setor de serviços, destacaram-se as instituições de ensino e os segmentos de alimentação, de transportes, de comunicação e de saúde.

A diferença entre contratações e demissões na indústria da transformação teve saldo positivo de 51,9 mil trabalhadores; na construção civil, a conta ficou positiva em 25 mil vagas. O comércio gerou 19,3 mil novas vagas e a agricultura criou 6.000 novos postos.

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