Notícias Gerais (472)
Preços de alimentos recuam por sexto mês consecutivo e atingem menor valor
Escrito por Imprensa Sindical Publicado em Notícias GeraisOs preços mundiais dos alimentos caíram pelo sexto mês consecutivo em setembro, o recuo mais prolongado desde 2009, já que os custos de laticínios, grãos, óleos de cozinha e açúcar declinaram.
Um índice de 55 itens alimentares baixou 2,6 por cento em relação ao mês anterior para 191,5 pontos, o menor valor desde agosto de 2010, disse ontem em um relatório on-line a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), com sede em Roma.
A soja e o milho estão sendo negociados perto dos seus valores mais baixos em quatro anos em Chicago em meio a uma perspectiva de safras recordes nos EUA. Nos últimos dois anos, todos os produtos agrícolas do Bloomberg Commodity Index fora o gado bovino, os suínos e o café declinaram. O recuo é liderado pelo milho, pelo trigo e pela soja.
"O açúcar e os laticínios apresentaram a maior queda, seguidos pelos cereais e pelos óleos", escreveu a FAO. "Entre os fatores subjacentes, a ampla valorização do dólar americano continuou afetando os preços de todas as commodities internacionais".
O índice caiu 6 por cento em relação ao ano anterior, no 15° mês consecutivo de recuo em relação ao mesmo período do ano anterior. Trata-se do declínio mais prolongado deste tipo desde uma queda de mais de três anos que acabou em junho de 2000.
Um indicador de preços de laticínios caiu 6,5 por cento desde agosto, com baixas em todos os produtos medidos, especialmente o leite em pó desnatado, disse a FAO.
"O persistente declínio dos preços reflete uma abundante disponibilidade de exportações, sobretudo na Oceania", disse a agência. Na União Europeia, a produção de manteiga e de leite em pó desnatado aumentou porque os produtores passaram a produzi-los em lugar do queijo destinado à Rússia, segundo o relatório.
O índice de preços de grãos diminuiu 2,5 por cento para 177,9 pontos. Uma "boa produção" e grandes quantidades disponíveis para exportações estão afetando os preços do trigo e do milho, segundo a agência da ONU.
Óleos vegetais
Um índice de preços de óleos vegetais declinou 2,8 por cento para 162 pontos em setembro em meio a uma perspectiva de produção ampla de óleo de palma no Sudeste Asiático e rendimentos superiores aos esperados da soja nos EUA.
"O principal impulsionador da queda continua sendo o óleo de palma, cujos preços caíram ao nível mais baixo em cinco anos, pois uma produção abundante coincidiu com uma demanda fraca de importações", escreveu a FAO.
Os preços do açúcar declinaram 6,6 por cento para cerca de 228 pontos já que se espera que a produção mundial ultrapasse o consumo.
Um indicador de custos da carne subiu para 207,8 pontos, o maior valor em registros que vão até 1990, devido à alta dos preços de exportação da carne bovina. Os preços da carne suína estão caindo à medida que a produção se recupera de uma doença, escreveu a FAO.
"Atualmente, os preços da carne se encontram em recordes históricos e a não ocorrência de um aumento neste mês poderia indicar que, de forma geral, eles chegaram a um pico", escreveu a FAO.
A população negra do país apresenta menor renda, maior desemprego e mais vulnerabilidade à violência, como já abordado no portal Brasil Debate em Cotas nas universidades federais: a lei e seus efeitos e Forte investimento no ensino superior diminui desigualdades. Tal diferenciação ocorre por questões históricas.
Mas, apesar dos grandes desafios estruturais colocados pelo passado escravocrata do Brasil, nos últimos anos, tal quadro tem melhorado, com maior acesso dos negros à universidade, não só com a adoção das cotas (Matrículas no ensino superior crescem de 2003 a 2012), mas também com programas como o Prouni.
O Pronatec (Programa de qualificação reduz desigualdade no trabalho) também é de extrema importância para uma maior qualificação profissional, mas espera-se também que medidas como as cotas em concursos públicos (Lei 12.990/14) possam garantir uma melhor inserção dos negros no serviço público brasileiro.
Mas um dado ainda mais interessante é que a redução da pobreza, que já discutimos aqui (Estudos mostram drástica redução da pobreza a partir de 2004), ocorreu fortemente entre a população que se autodeclara negra.
O gráfico abaixo é claro: se em 2004, 11,2% da população negra no Brasil se encontrava em situação de extrema pobreza, somente 4,9% dessa população permanecia nessa situação em 2012.
O mesmo índice em 2004 para a população branca era de 4,1% e, em 2012, diminuiu para 2,2%: se o percentual de negros em extrema pobreza era quase o triplo do percentual de brancos na mesma situação, tal razão em 2012 era de aproximadamente o dobro.
Já o percentual da população brasileira como um todo em situação de pobreza se reduziu de 7,6% em 2004 para 3,6% em 2012. Assim, as políticas atualmente adotadas de combate à pobreza mostram-se também potentes para diminuir vulnerabilidades e desigualdades raciais, sendo de extrema importância sua manutenção como um instrumento de combate aos diferenciais de raça no País.
É importante, portanto, a manutenção das mesmas e seu aprofundamento, com a criação de novas políticas afirmativas que possam combater a desigualdade racial no País em suas diversas formas, como na renda, na escolaridade, no mercado de trabalho e no acesso a direitos constitucionais.
Cotas nas universidades federais: a lei e seus efeitos
Frequentemente se questiona se as cotas raciais, aplicadas hoje no Brasil, não deveriam levar em consideração somente critérios de renda e não de autodeclaração racial. O jornal Folha de S. Paulo publicou uma série de vídeos em que expõe “O que a Folha pensa” e se posiciona contra a política de cotas raciais nas universidades federais (Lei Federal 12.711/2012 de 29 de agosto de 2012). Porém, não apresenta outra alternativa para diminuir a desigualdade racial existente e inegável no País.
Infelizmente, existe hoje um abismo entre as oportunidades que têm negros, pardos e brancos, uma herança da escravidão e da forma como a mesma foi abolida: sem nenhuma compensação ou garantia para os negros. Hoje, pretos e pardos – 50,7% dos brasileiros – ocupam em torno de 30% do funcionalismo brasileiro, são 17,6% dos médicos e menos de 30% dos professores universitários.
Além disso, em fevereiro de 2014, a renda mensal média dos brasileiros brancos foi de R$ 2.510,44 e a dos negros de R$1.428,79. Não há como negar que exista uma desigualdade racial no País, mesmo sem considerar a questão – também inegável – do preconceito racial.
A política de cotas nas universidades federais visa a aumentar a escolaridade e a renda de negros, pardos e indígenas. O vídeo da Folha não esclarece, mas a separação das vagas para cotistas hoje passa por critérios raciais e socioeconômicos: 50% das vagas das universidades federais e instituições federais de ensino técnico de nível médio seriam destinadas a alunos que cursaram integralmente o ensino médio em escolas públicas e preenchidas em proporção no mínimo igual à de pretos, pardos e indígenas na população da unidade da Federação onde está instalada a instituição.
Das vagas para os cotistas, metade devem se destinar aos alunos que, além de cumprir os dois critérios acima mencionados, tenham renda familiar inferior a 1,5 salário mínimo.
Esta política tem ajudado a modificar a estrutura ocupacional do País e permitido aos pardos, negros e indígenas ter mais acesso a novas profissões. Estudos mostram que a política de cotas tem sido efetiva na garantia de maior acesso ao ensino superior no Brasil, juntamente com outras políticas do governo, e é um instrumento eficaz para o combate das desigualdades raciais.
Candidaturas de mulheres, índios e negros é insuficiente
Escrito por Imprensa Sindical Publicado em Notícias GeraisUma pesquisa do Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc) divulgada recentemente, revela que mulheres e povos indígenas aparecem sub-representados nas candidaturas das eleições deste ano. A população negra, apesar de aparecer com um percentual considerado "expressivo" de candidatos, 44,2% do total, ainda esbarra em dificuldades para eleger representantes.
O levantamento analisou dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), adotando critérios como raça/cor, unidade da Federação, partido político e cargo escolhido. O resultado foi apresentado durante o seminário "Desigualdades no Parlamento: Sub-representação e Reforma do Sistema Político", em Brasília.
De acordo com a publicação, a sub-representatividade de mulheres, negros e índios decorre de campanhas subfinanciadas, menor tempo de exposição na mídia, além de mecanismos dos partidos que privilegiam candidatos homens, brancos e que já assumiram algum cargo público.
Mulheres
Mesmo somando mais da metade da população brasileira (51,04%), o estudo aponta que as mulheres continuam sendo minoria: de um total de 25.919 candidatos registrados no TSE, apenas 30,7% são mulheres, das quais 16,5% são brancas e 14,2% são negras. Em 2010, as mulheres somavam 22,4% do total de candidatos.
Segundo o Inesc, a evolução na participação feminina está principalmente relacionada à exigência legal que prevê um percentual mínimo de 30% de candidaturas femininas.
"Enquanto crescem as candidaturas femininas, o número de mulheres eleitas ainda é muito baixo", avalia Guacira Oliveira, representante do Centro Feminista de Estudos e Assessoria (Cfemea). Em 2010, as mulheres ocuparam 8,8% das vagas da Câmara dos Deputados e 14,8% das vagas do Senado.
Para Guacira, as representantes do sexo feminino ainda não disputam em igualdade de condições. "Hoje, um dos grandes valores que agregam e viabilizam uma candidatura é o fato de o pretendente já estar no poder. Ou seja, as mulheres são subfianciadas e têm menos espaço", conclui.
Negros
Em relação ao critério raça/cor, o levantamento aponta para uma sobrerrepresentação de brancos em todas as regiões do País, com 55% das candidaturas. Os candidatos negros representam 44,2% do total, número considerado expressivo.
Pretos e pardos aparecem proporcionalmente em maior número em partidos menores, como PCB, PCdoB, PCO, PSTU e PSol. Os negros representam 41% dos candidatos do PT; 37,7%, do PSB; 32,8%, do PSDB; e 26,5%, do PMDB.
Apesar de as candidaturas de negros terem sido consideradas significativas, o levantamento questiona os motivos que levam tão poucos negros a se eleger.
"As candidaturas são bastante expressivas. O espaço já é concedido, mas o poder não é dividido. Não só nas eleições, mas em todos os espaços da sociedade. E a pesquisa espelha isso", diz Tatiana Dias Silva, técnica de planejamento e pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
Tatiana também cita diferenças na distribuição dos recursos de campanha e no próprio apoio político oferecido aos candidatos dentro dos partidos.
Índios
Por sua vez, a representatividade indígena foi considerada inexpressiva. Dos cerca de 503.914 indígenas do País, apenas 83 são candidatos nas eleições deste ano, dos quais 27 são mulheres indígenas.
O levantamento revela maior interesse dos índios por cargos regionais, por estarem mais próximos do local onde vivem. As candidaturas estão concentradas nas vagas para deputado estadual (51) e deputado federal (24). Há ainda três candidaturas ao Senado e uma a vice-governador.
Os jovens, apesar de corresponderem a 51% da população brasileira, também aparecem sub-representados, com 6,8% das candidaturas.
Vendas reais dos supermercados no Brasil sobem em agosto
Escrito por Imprensa Sindical Publicado em Notícias GeraisAs vendas reais dos supermercados no Brasil subiram 2,63 por cento em agosto ante igual mês do ano passado, confirmando expectativas de um desempenho melhor na segunda metade do ano após um fraco primeiro semestre, divulgou a associação do setor, Abras, nesta terça-feira.
Na comparação com julho, o crescimento das vendas deflacionadas em agosto foi de 2,53 por cento, em resultado impactado pela ocorrência de cinco finais de semana no mês, período que tradicionalmente registra vendas mais altas, disse a Abras.
No acumulado dos oito primeiros meses de 2014, as vendas dos supermercados no Brasil subiram 1,63 por cento - bem abaixo do avanço de 4,95 por cento registrado em igual etapa de 2013.
A Abras já havia reduzido em agosto sua projeção de aumento das vendas no ano para 1,9 por cento ante estimativa anterior de 3 por cento, citando a diminuição do crescimento da renda da população e a inflação elevada como fatores que contribuíram para o consumidor ir menos aos pontos de venda neste ano.
Em comunicado, o presidente do Conselho Consultivo da Abras, Sussumu Honda, afirmou que o desempenho de agosto vai ao encontro das previsões da entidade divulgadas anteriormente, de vendas melhores no segundo semestre.
Ele completou que o consumidor deve ficar mais estimulado a comprar com a proximidade das festas de fim de ano, principalmente depois de outubro.
CESTA
Em agosto, o preço da cesta AbrasMercado, que conta com 35 produtos de amplo consumo pesquisados pela GfK, caiu 1 por cento sobre o mês anterior, a 367,88 reais. Na comparação com o mesmo mês do ano passado, o crescimento foi de 4,43 por cento.
As maiores baixas ante julho foram da batata (-21,88 por cento), feijão (-8,59 por cento) e tomate (-8,47 por cento). Na outra ponta, as maiores altas foram da carne traseiro (+2,63 por cento), leite longa vida (+2,50 por cento) e extrato de tomate (+2,37 por cento).
Carrefour pagará R$ 100 mil por empregado ter braço esmagado
Escrito por Imprensa Sindical Publicado em Notícias GeraisA 10ª Turma do Tribunal Regional do Trabalho do Rio Grande do Sul (TRT-RS) condenou a rede de supermercados Carrefour em R$ 100 mil por não promover treinamento adequado a um funcionário que teve o braço esmagado em um cilindro de preparação de massas. As informações foram divulgadas pelo Ministério Público do Trabalho (MPT).
O valor corresponde à indenização por dano moral coletivo. A decisão da Justiça também prevê a devida capacitação dos trabalhadores da empresa, sob pena de multa de R$ 5 mil por empregado prejudicado.
De acordo com o MPT, um relatório do Ministério do Trabalho e Emprego (TEM) apontou que a falta de capacitação adequada foi a principal causa do acidente – o relatório constatou também insuficiência de treinamento para trabalhadores responsáveis por manuseios de máquinas diversas no supermercado. O ministério destacou que o Carrefour recusou, por duas vezes, a firmar termo de ajustamento de conduta para regularizar a situação.
Segundo o relato do funcionário, ele foi indicado pelo gerente da unidade em que trabalhava para atuar na padaria sem nunca ter recebido treinamento específico para o maquinário. A capacitação adequada para a operação de máquinas é prevista em lei. O treinamento deve ser fornecido por técnico habilitado, capaz de informar o trabalhador sobre riscos e medidas protetivas, o que, no entendimento Justiça, não ocorreu no caso do Carrefour.
A equipe de reportagem entrou em contato com a rede de supermercados que afirmou que “o Carrefour não comenta decisões judiciais referentes a processos em cursos”.
Caixa Econômica é condenada por terceirização ilegal
Escrito por Imprensa Sindical Publicado em Notícias GeraisO Tribunal Regional do Trabalho no Ceará (TRT-CE) condenou a Caixa Econômica Federal em R$ 1,3 milhão por terceirização ilegal. A empresa foi processada pelo Ministério Público do Trabalho no Ceará (MPT-CE) por contratar, no período de março de 2001 a março de 2004, a Cooperativa dos Técnicos em Processamento de Dados (Cotepro) para serviços ligados a sua atividade-fim. Em outro processo em Minas Gerais, o MPT conseguiu liminar que obriga o banco a rescindir os contratos terceirizados de vários serviços.
No acórdão do TRT-CE, assinado pelo desembargador Emmanuel Teófilo Furtado, também ficou determinado que as verbas rescisórias dos empregados da Cotepro sejam pagas de acordo com o piso salarial da categoria dos bancários e não sobre o piso salarial da categoria dos digitadores, já que para o MPT todas as atividades exercidas pelos associados da cooperativa tinham natureza financeira. A decisão obriga, ainda, o banco a pagar os vales-transportes não fornecidos aos associados da Cotepro durante o período de vigência do contrato.
Para o MPT, a Caixa Econômica teve uma “conduta omissa e culposa, assumindo o ônus decorrente da culpa, na medida em que deixou de fiscalizar o cumprimento das obrigações trabalhistas da Cooperativa contratada em relação aos empregados dos quais logrou os benefícios da força de trabalho na qualidade de tomadora dos serviços”.
O dano moral coletivo será revertido ao Centro Estadual de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerest/CE), unidade de saúde da Secretaria da Saúde do Estado do Ceará, que faz parte da Rede Nacional de Atenção à Saúde do Trabalhador (RENAST), do Ministério da Saúde.
Reincidente – Neste mês, a 47ª Vara do Trabalho de Belo Horizonte concedeu liminar em ação civil pública do MPT-MG para que a Caixa rescindir, no prazo de 12 meses, todos os contratos terceirizados para telemarketing, atendimento aos clientes e prestação de informações relativas a serviços e venda de produtos financeiros como cartões de crédito e seguros, sob pena de multa de R$ 10 mil. Fiscalização da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE-MG) verificou que 1.135 profissionais estão contratados de maneira irregular.
#TerceirizaçãoNão #AbaixoPL4330
IBGE atualiza pesquisa, e agosto tem menor taxa de desemprego
Escrito por Imprensa Sindical Publicado em Notícias GeraisA taxa média de desemprego medida em seis regiões metropolitanas pelo IBGE foi de 5% em agosto, a menor para o mês em toda a série histórica da pesquisa, iniciada em 2002, informou o instituto. Foi a primeira vez desde abril que o IBGE forneceu a taxa geral, depois de uma greve dos funcionários, encerrada em agosto, atrasar a coleta e levar a uma divulgação parcial dos dados. Durante a paralisação, que durou quase três meses, não foram divulgados os resultados de Porto Alegre e Salvador.
As taxas divulgadas hoje mostram estabilidade da taxa de desemprego, em níveis históricos baixos: 4,9% em maio, 4,8% em junho, 4,9% em julho e 5% no mês passado, ante 5,3% em agosto de 2013. O total de desempregados foi estimado em 1,221 milhão, estável tanto na comparação mensal como anual, enquanto o número de ocupados ficou em 23,139 milhões, com alta de 0,8% sobre julho (acréscimo de 178 mil) e leve recuo, de 0,4%, ante agosto de 2013 (-86 mil), resultado que os técnicos do instituto veem como estabilidade.
O IBGE também verificou estabilidade no universo de trabalhadores com carteira assinada no setor privado (11,750 milhões). Eles representam pouco mais da metade (50,8%) dos ocupados.
De julho para agosto, foram criadas 178 mil ocupações, variação de 0,8%, enquanto a PEA (população economicamente ativa) aumentou em 0,9%, com a entrada de 217 mil pessoas no mercado. Como a PEA cresceu mais que a ocupação, o número de desempregados aumentou 3,3% (39 mil). Mas todas as variações são identificadas como uma situação de estabilidade no mercado.
Na comparação com agosto do ano passado, a PEA recua 0,7% (menos 161 mil pessoas no mercado) e a ocupação cai 0,4% (menos 86 mil). Com isso, o total de desempregados também recua, -5,8% (75 mil a menos). Os dados também são vistos pelo IBGE como indicadores de estabilidade.
Renda
O rendimento médio dos ocupados (R$ 2.055,30), cresceu 1,7% ante julho e 2,5% na comparação com agosto de 2013.
Entre os setores de atividade, na comparação anual, a indústria tem queda de 3,1% na ocupação (112 mil pessoas a menos) e o emprego doméstico cai 7,2% (menos 103 mil). Os serviços prestados a empresa registra alta de 3,3%, com 122 mil a mais.
A taxa de desemprego na região metropolitana do Rio de Janeiro caiu de 3,6%, em julho, para 3%, a menor de toda a série histórica. Em relação a agosto de 2013, a queda foi de 1,5 ponto percentual. Na comparação mensal, a taxa não variou nas demais regiões. Ante agosto do ano passado, o IBGE apurou alta (de 3,4% para 4,8%) em Porto Alegre e estabilidade em Belo Horizonte (4,2%), Recife (7,1%), Salvador (9,3%) e São Paulo (5,1%).
Sindicalistas questionam projeto de flexibilização de direitos
Escrito por Imprensa Sindical Publicado em Notícias GeraisAté dirigentes sindicais que apoiam a candidata Marina estão preocupados com os pontos defendidos e com os recuos dela quando questionada, pois no programa de governo não houve mudanças.
Na semana passada, sindicalistas filiados ao PSB (Partido Socialista Brasileiro) de Marina Silva, questionaram declarações da candidata à Presidência da República sobre flexibilização de direitos dos trabalhadores.
Marina defendeu uma ‘atualização’ nas leis trabalhistas durante encontro com empresários em São Paulo. A possibilidade de alterar a CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) provocou a crítica de seus próprios apoiadores e fez com que a candidata, mais uma vez, mudasse suas declarações.
Ela já havia recuado sobre a política energética, quando afirmou que a exploração do pré-sal poderia ser privatizada, e na questão de terceirização – quando disse que não foi bem entendida.
“Não é só a declaração da candidata que preocupa todos os representantes dos trabalhadores de diferentes centrais sindicais. Preocupa também o que está escrito no plano de governo dela”, destacou o presidente do Sindicato, Rafael Marques.
A preocupação chega até o coordenador sindical do PSB, Joílson Cardoso, que admite existir muitas “lacunas” no programa. Entre estas “lacunas” estão, por exemplo, as propostas de Marina sobre terceirização.
Na página 75, de seu plano de governo, ela afirma que “a terceirização de atividades leva à maior especialização produtiva, à maior divisão do trabalho e, consequentemente, à maior produtividade das empresas”.
O texto continua, dizendo que “há no Brasil um viés contra a terceirização (...). A consequência: algumas atividades que poderiam ser terceirizadas por empresas acabam realizadas internamente, em prejuízo da produtividade”.
Também a presidente da Força Sindical na Bahia, Nair Goulart, se pronunciou sobre o plano de Marina. “Há questões que não estão claras e preocupam enormemente os trabalhadores”, disse.
Para Rafael, está preocupação não deve ser apenas dos sindicalistas, mas de todos os trabalhadores brasileiros. “Por estas razões, temos uma responsabilidade muito grande na hora de tomar a decisão sobre quem estará à frente do país. Precisamos saber se vai nos ajudar a garantir e ampliar nossas conquistas ou não”, concluiu o presidente dos Metalúrgicos do ABC.
O presidente da Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT (CNM/CUT, Paulo Cayres, lembra que boa parte da equipe de campanha de Marina é de aliados do ex-presidente FHC. "Nós sentimos na pele o que aconteceu durante os dois mandatos dele. A receita deste pessoal só tem um ingrediente: agradar o capital. Não podemos colocar em risco tudo o que conquistamos nos últimos 12 anos. Nesta eleição, estão em jogo o emprego, os salários, a política industrial e o papel do Estado como principal indutor do desenvolvimento social e da distribuição de renda. É nisso que os eleitores têm de pensar na hora de decidir em quem votar", destacou Cayres. Confira aqui os temas em que Marina recuou:
Pré-sal
Em encontro com usineiros no interior de São Paulo, afirmou que reduziria a importância da exploração do pré-sal para incentivar a produção de etanol. Depois declarou que o pré-sal é importante.
Punição aos torturadores da ditadura militar
Em 2008, escreveu que tortura deveria ser crime hediondo. Agora, diz que é contra a revisão da Lei da Anistia, que impede os militares de serem responsabilizados por torturas.
Precarização do trabalho
O programa de governo da candidata defende uma ‘atualização’ nas leis trabalhistas, propondo a terceirização para ‘especialização produtiva’. O programa recebeu críticas das centrais sindicais; Marina então disse que não era bem isso, mas não alterou em nada seu programa e nem incluiu a garantia dos direitos dos trabalhadores.
Bolsa Família
Afirmou que vai reduzir a participação dos bancos públicos (Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e Bndes) nos programas sociais. Questionada se isso teria impacto sobre o Bolsa Família, maior programa de transferência de renda do País, reformulou o discurso.
Violência doméstica custa US$ 8 trilhões por ano, e é pior que guerras
Escrito por Imprensa Sindical Publicado em Notícias GeraisA violência doméstica, principalmente contra mulheres e crianças, mata muito mais que guerras e é um flagelo muitas vezes subestimado que custa à economia mundial mais de 8 trilhões de dólares por ano, informaram especialistas.
O estudo, que seus autores dizem ter sido uma primeira tentativa de estimar os gastos globais da violência, exortou a Organização das Nações Unidas (ONU) a prestar mais atenção aos abusos em casa, que recebem menos destaque que conflitos armados como os da Síria ou da Ucrânia.
“Para cada morte civil em um campo de batalha, nove pessoas são mortas em desavenças interpessoais”, escreveram Anke Hoeffler, da Universidade Oxford, e James Fearon, da Universidade Stanford, no relatório.
Das brigas domésticas às guerras, eles estimaram que em todo o mundo a violência custe 9,5 trilhões de dólares por ano, sobretudo na perda da produção econômica, o que equivale a 11,2% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial.
Nos últimos anos, cerca de 20 a 25 nações sofreram com guerras civis, o que devastou muitas economias locais e custou cerca de 170 bilhões de dólares por ano. Os homicídios, a maioria de homens e não relacionados com brigas domésticas, custaram 650 bilhões de dólares. Mas estas cifras se apequenam diante dos 8 trilhões de dólares anuais do custo da violência doméstica, cuja maioria das vítimas são mulheres e crianças.
O estudo afirma que cerca de 290 milhões de crianças sofreram alguma forma de violência disciplinar em casa, de acordo com estimativas baseadas em dados do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).
Com base nos custos estimados, que vão de lesões a serviços de assistência infantil, o estudo calculou que o abuso não-fatal de crianças drena 1,9% do PIB em nações ricas e até 19% do PIB na África subsaariana, onde as modalidades severas de disciplina são comuns.
Bjorn Lomborg, chefe do Centro de Consenso de Copenhagem, que encomendou o relatório, disse que a violência doméstica é frequentemente subestimada, assim como acidentes de carro atraem menos atenção que acidentes de avião, embora muito mais pessoas morram no primeiro caso.
‘Não se trata só de dizer ‘isto é um problema sério’”, disse ele. “É uma maneira de encontrar soluções inteligentes”. O Centro emprega estudos de mais de 50 economistas, inclusive três prêmios Nobel, e procura soluções de baixo custo para combater desde a mudança climática até a malária.
O estudo pretende ajudar a ONU a selecionar metas para 2030 para alcançar os Objetivos do Milênio estabelecidos para o período 2000-2015, que incluem a redução da pobreza e a melhoria dos depósitos de água potável. Os novos objetivos poderiam incluir o fim dos espancamentos como forma socialmente aceita de disciplina infantil e a redução da violência doméstica contra mulheres.
Rodrigo Soares, professor da Escola de Economia de São Paulo-FGV, disse ser bom ressaltar o grande número de mortes causadas pela violência doméstica, embora a falta de dados faça com que seja “um pouco ambicioso demais” estimar os custos globais.
Brasil reduz a pobreza extrema em 75%, diz FAO
Escrito por Imprensa Sindical Publicado em Notícias GeraisMapa da Fome 2013, apresentado na manhã desta terça-feira, 16, em Roma pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO, na sigla em inglês), mostra que o Brasil conseguiu reduzir a pobreza extrema - classificada com o número de pessoas que vivem com menos de US$ 1 ao dia - em 75% entre 2001 e 2012.
No mesmo período, a pobreza foi reduzida em 65%. Apresentado como um dos casos mundiais de sucesso na redução da fome, o Brasil, no entanto, ainda tem mais de 16 milhões vivendo na pobreza: 8,4% da população brasileira vive com menos de US$ 2 por dia.
O relatório da FAO mostra que o Brasil segue sendo um dos países com maior progresso no combate à fome e cita a criação do programa Fome Zero, em 2003, como uma das razões para o progresso do País nessa área. Não por acaso, criado pelo então ministro do governo Lula, José Graziano, hoje diretor-geral da FAO.
De acordo com o documento, a prioridade dada pelo governo Lula ao combate à fome - citando a fala do ex-presidente de que esperava fazer com que todos os brasileiros fizessem três refeições por dia - no Fome Zero é a responsável pelos avanços.
Inicialmente concebido dentro do Ministério de Segurança Alimentar, o programa era um conjunto de ações nessa área que tinha como estrela um cartão alimentação, que permitia aos usuários apenas a compra de comida.
Logo substituído pelo Bolsa Família, o Fome Zero foi transformado em um slogan de marketing englobando todas as ações do governo nessa área. "O resultado desses esforços são demonstrados pelo sucesso do Brasil em alcançar as metas estabelecidas internacionalmente", diz o relatório, ressaltando que o Brasil investiu aproximadamente US$ 35 bilhões em ações de redução da pobreza em 2013.
A América Latina é a região onde houve maior avanço na redução da pobreza e da fome entre 1990 e 1992, especialmente na América do Sul, com os países do Caribe ainda um pouco mais lentos. O relatório mostra que o número de pessoas subnutridas na região passou de 14,4% da população para cerca de 5%. Além do Brasil, a Bolívia é citada como exemplo. Apesar de ainda ter quase 20% da população abaixo da linha da pobreza, saiu de um porcentual próximo a 40%.
No mundo todo, 805 milhões de pessoas ainda passam fome. São 100 milhões a menos do que há uma década, e 200 milhões a menos do que há 20 anos, mas ainda muito abaixo da velocidade que permitiria ao mundo cumprir a primeira meta dos objetivos do milênio, de reduzir a pobreza extrema à metade até 2015. Atualmente, apenas 63 países cumpriram a meta. Outros 15 estão no caminho e devem alcançá-la.