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Imprensa Sindical

Imprensa Sindical

Terça, 21 Janeiro 2014 23:21

As centrais sindicais brasileiras voltam às ruas de todo o país em defesa da ampliação e manutenção de direitos dos trabalhadores e trabalhadoras brasileiras.

Vamos pressionar o Congresso para que o os/as parlamentares votem a favor da classe trabalhadora e da sociedade para que p Brasil caminhe na direção do desenvolvimento, com sustentabilidade, distribuição de renda, igualdade de direitos e justiça social.

Conheça a pauta defendida pelas Centrais Sindicais:

- Fim do Fator Previdenciário;
- Correção da Tabela do Imposto de Renda;
- Redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais;
- Contra o PL4330, da terceirização;
- Pela justa correção do FGTS;
- Regulamentação da Convenção 151 da OIT, sobre o direito à negociação dos servidores públicos;
- Fim do trabalho escravo;
- Reforma Agrária e fortalecimento da agricultura familiar;
- Regulamentação do emprego das/os trabalhadoras/ES domésticas/os;
- Aprovação do Saúde +10 (PLP 321/2013);
- Contra privatização do Pré-sal;
- Redução dos juros e do Superávit Primário;
- Ratificação da Convenção 158 da OIT, pelo fim da demissão imotivada;
- 10% do PIB para Educação.

QUEM LUTA CONQUISTA!

FATOR PREVIDENCIÁRIO: é um critério utilizado para calcular o valor das aposentadorias, considerando o tempo de contribuição, idade e expectativa de vida.

Criado em 1999 por Fernando Henrique Cardoso, o fator reduz de forma injusta o valor do benefício, provocando uma perda salarial que pode superar os 40%. Vale lembrar, que nem os governos Lula e Dilma acabaram com o fator previdenciário. Por isso, o movimento sindical volta às ruas para acabar com esta injustiça social.

O FATOR PREJUDICA TODOS/AS OS TRABALHADORES/AS, especialmente quem começou a trabalhar muito jovem – o que é muito comum no Brasil entre as famílias de menor renda, ou seja, a maioria dos brasileiros/as.

Exigimos o FIM DO FATOR PREVIDENCIÁRIO, que é nocivo ao/à trabalhador/a, à sociedade brasileira e ao desenvolvimento do País.

ACABAR COM O FATOR É FAZER JUSTIÇA a quem teve que começar a trabalhar mais cedo, é pensar no futuro dos nossos jovens e das novas gerações.

CORREÇÃO DA TABELA DO IMPOSTO DE RENDA JÁ!

Quem ganha menos deve pagar menos; quem ganha mais deve pagar mais. Pela tabela atual, defasada desde 1995 em mais de 70%, quem recebe mais de 2,52 salários mínimos (cerca de R$1700) paga Imposto de Renda. Esta defasagem reduziu o limite de isenção do IRPF, fazendo com que trabalhadores/as com rendas mais baixas passassem ser tributados.

Um exemplo: um/a trabalhador/a que recebia R$1600 (nesta faixa estava isenta do imposto) e teve um aumento salarial de 10%, passou a receber R$1760, mas também passou a pagar IR, na faixa de 7,5% (R$132). Ou seja, se a tabela do imposto não for revista, o aumento conquistado na campanha salarial pode ir todo para o IR e não para o bolso do trabalhador/a.

Já quem recebe mais de R$4271,59 mensais, é tributado em 27,5%. Porém, quem recebe muito mais do que isso, mesmo que supere dezenas de milhares de reais, também é tributado em 27,5%. Isso é muito injusto.

O/a trabalhador/a assalariado/a (registrado em carteira) tem o IR descontado direto na folha de pagamento. Já quem recebe seus rendimentos por meio de outras fontes consegue “fugir” do imposto, porque a cobrança é menos rigorosa.

Por isso, exigimos a atualização da tabela, assim quem ganha menos pagará menos e quem ganha mais pagará mais.

Segunda, 20 Janeiro 2014 23:12

A nova pesquisa do IBGE, que busca captar as oscilações do mercado de trabalho em todo o país e não apenas nas seis principais regiões metropolitanas, mostra taxa de desemprego relativamente estável, mas com diferenças regionais, que também se refletem na forma de inserção nesse mercado. No segundo trimestre de 2013, a taxa média nacional ficou em 7,4% – chegando a 4,3% na região Sul e a 10% no Nordeste (8,3% no Norte, 7,2% no Sudeste e 6% no Centro-Oeste), de acordo com os dados divulgados hoje (17). Em 2012, a taxa de desemprego variou de 7,9%, no primeiro trimestre, para 6,9% no último.

São 90,6 milhões de ocupados, 1,2 milhão a mais do que no primeiro trimestre, e 7,3 milhões de desempregados, 500 mil a menos. A taxa recua de 8%, no primeiro trimestre do ano passado, para 7,4%. Os dados não são comparáveis aos da Pesquisa Mensal de Emprego (PME), que será divulgada até o final deste ano. A atual Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), anual, será substituída pela chamada Pnad Contínua, divulgada a partir de hoje.

Segundo a nova pesquisa, no segundo trimestre do ano passado 76,4% dos empregados no setor privado tinham carteira assinada, ante 75,5% em igual período de 2012. A formalização atingia 61,5% no Nordeste e 84% na região Sul, chegando a 80,8% no Sudeste, 77,4% no Centro-Oeste e 65,3% no Norte. A presença de trabalhadores por conta própria era maior no Norte (30,6%) e no Nordeste (29,3%).

Dos mais de 90 milhões de ocupados no segundo trimestre, 69,7% eram empregados, 23% eram trabalhadores por conta própria, 4,1%, empregadores e 3,1%, trabalhadores familiares auxiliares (pela definição do IBGE, são aqueles que não recebem remuneração, mas que contribuem, com o seu trabalho em negócio da família, para o rendimento domiciliar). Entre os empregados, 50,7% estavam no setor privado, 6,6% eram trabalhadores domésticos e 12,4% ficavam no setor público. E entre os que trabalhavam no setor doméstico, 30,8% tinham carteira assinada, ante 31,5% no segundo trimestre de 2012.

O desemprego era maior entre as mulheres (9,3%) do que entre os homens (6%). E fica acima da média nacional no caso dos jovens de 18 a 24 anos (15,4%), comportamento verificado pelo IBGE em todas as regiões. Também era maior para pessoas ensino médio incompleto (12,7%).

As divulgações sobre emprego e desemprego passarão a ser trimestrais em vez de mensais, e nacionais em vez de se restringir a seis áreas metropolitanas. Com isso, a série histórica se perderá, uma vez que os resultados da PME e da Pnad Contínua não são comparáveis. O IBGE já informou que estuda alternativas para manter atualizações mensais.

Segunda, 20 Janeiro 2014 23:09

O volume de vendas no comércio varejista cresceu 0,7% de outubro para novembro, a nona alta seguida, enquanto a receita, que cresce desde março de 2012, aumentou 1,1%. Os dados foram divulgados na manhã de ontem (16) pelo IBGE. Na comparação com novembro do ano anterior, o volume subiu 7% e a receita, 13,8%. De janeiro a novembro de 2013, as vendas crescem 4,3% e em 12 meses, 4,4%. Nos mesmos períodos, a receita aumenta 12% e 11,9%, respectivamente.

Na comparação com outubro, no chamado comércio ampliado (que inclui veículos e material de construção), o IBGE apurou altas em nove das dez atividades pesquisadas, com destaque para veículos e motos, partes e peças (2,5%), artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (1,6%), tecidos, vestuário e calçados (1,5%), móveis e eletrodomésticos (1,5%), entre outros. A única queda foi do setor de equipamentos de escritório, informática e comunicação (-2,1%).

Em relação a novembro de 2012, as vendas do comércio varejista cresceram nas oito atividades, principalmente em hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, com alta de 5,7%. Segundo o IBGE, o segmento segue exercendo o principal impacto sobre o varejo (40%). "A despeito do aumento do poder de compra da população, a atividade continua abaixo da média, refletindo os preços do setor que, nos últimos doze meses, cresceram acima da inflação", ressalva o instituto. Esse segmento acumula alta de 1,9% no ano e de 2,3% em 12 meses.

A segunda maior influência (17%) vem de móveis e eletrodomésticos, que cresceu 9,1% sobre novembro do ano anterior. "Mesmo com as alíquotas de IPI para a linha branca e para móveis sendo gradualmente repostas desde outubro, o setor mostrou resultado superior à média", comenta o IBGE. O segmento concentra alta de 5,8% no ano e 6,1% em 12 meses. "Apesar dos incentivos reduzidos, o setor acumula desempenho acima da média do comércio varejista, decorrente do comportamento favorável da renda e do crédito."

Entre as regiões, cresceu o volume de vendas em 26 das 27 unidades da federação – a exceção foi Roraima (-1,3%). As maiores elevações foram registradas em Rondônia (16,9%), Acre (13,7%); Maranhão (13,4%), Paraíba (12,0%) e Paraná (10,0%). Entre os principais mercados, São Paulo cresceu 6,4% sobre novembro de 2012 e o Rio de Janeiro, 8,8%. Também se destacam Paraná (10%), Minas Gerais (5,3%) e Rio Grande do Sul (5,1%).

Segunda, 20 Janeiro 2014 23:06

Uma das pautas da reunião das centrais sindicais nessa quarta-feira (15) foi o anteprojeto de lei apresentado pelo Ministério do Trabalho no final de 2013 que permite um contrato de trabalho de curta duração.

Com o argumento de suprir as demandas para os grandes eventos como a Copa do Mundo, o modelo abriria a possibilidade de empregar os trabalhadores por até 14 dias num mês e 60 dias num ano sem a necessidade de assinar a carteira de trabalho.

No último dia 14, a medida voltou a ser tema de discussão durante reunião do grupo tripartite – formado por trabalhadores, governo e empresários – do Conselho de Relações do Trabalho na última terça (14) e recebeu críticas das centrais.

Secretário Geral da CUT, Quintino Severo, destaca que a retomada da proposta causou surpresa, porque já havia sido retirada da mesa de negociação do setor hoteleiro, criada justamente para discutir as condições de trabalho em grandes eventos.

“Já tínhamos um acordo na mesa de termos como ponto de partida para a Copa do Mundo e para as Olimpíadas a promoção do trabalho decente. Na medida em que saímos da negociação e, dias depois, o Ministério do Trabalho anuncia uma Medida Provisória contrária ao que havia sido acordado, ficamos com a impressão de que houve pressão dos patrões para aprovar algo que não exija negociação coletiva e diálogo com os sindicatos, permitindo, flexibilizar jornadas e direitos”, critica.

Para o dirigente, o anteprojeto é mais uma maneira que os empresários encontraram para fazer uma reforma trabalhista pelas portas dos fundos, sob o argumento de aumentar a formalidade.

“Ele mexe com a atual legislação trabalhista e criará jurisprudência. Como o Projeto de Lei 4330, que amplia a terceirização, esse também vem sob a justificativa de aumentar a formalização, mas, na prática, qualquer empregador poderá demitir para seguir contratando por curta duração. A cada semana, a cada 15 dias, a empresa poderá ter um novo grupo de trabalhadores e isso aumentará ainda mais a rotatividade no país, além de achatar salários e direitos”, explica.

Do outro lado da mesa, as centrais sindicais fecharam questão e nenhuma delas é favorável ao texto. Os trabalhadores voltarão a discutir o tema com o governo em reunião marcada para o próximo dia 23.

“Temos opinião formada: vamos rejeitar essa proposta, como já rejeitamos no último dia 14”, aponta o secretário da CUT.

Segunda, 16 Junho 2014 00:07

Autoriza o árbitro! Vai começar a XXXVI Edição do Campeonato de Futebol de Campo dos Comerciários da Grande Vitória. O Secretário de Esportes, Genivaldo Lopes, convoca todos os atletas comerciários para o campeonato amador mais bem organizado e disputado do estado. Este ano a disputa está prevista para começar dia 20 de julho. Não deixe seu time de fora desta competição eletrizante, fique atento ao prazo final das inscrições.

As inscrições vão até o dia 20 de junho e devem ser feitas na Sede do Sindicato. Mas atenção, só será aceito inscrição de atleta comerciário sindicalizado e com mais de 90 dias de carteira assinada (não será possível inscrever motorista).

Para realizar a inscrição é necessário trazer:

- Cópia da carteira de trabalho (primeira página, com foto, e página assinada pela empresa)
- Cópia do RG (carteira de identidade, ou CNH)
- 1 Foto 3x4

Venha participar e traga sua família.

Maiores informações: 3232-5030/ 99849-9825

Sexta, 17 Janeiro 2014 00:02

Na primeira reunião de 2014, a CUT e as demais centrais sindicais decidiram realizar um ato unificado no próximo dia 9 de abril. Ainda sem local e horário definidos, a mobilização tratará da pauta que foi entregue em 2013 à presidenta Dilma Rousseff e não avançou.

Na agenda estão reivindicações como a redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais sem redução de salário, o fim do fator previdenciário e a regulamentação da negociação com os servidores públicos.

As centrais também cobrarão uma audiência com a presidenta até o final do mês para discutir os temas que a classe trabalhadora não abre mão de ver avançar.

“Essa reunião reafirmou a unidade da classe trabalhadora e que, independente das eleições, iremos manter a pressão e a mobilização para que as propostas que começamos a discutir em 2013 tenham um desdobramento”, afirmou o Secretário Geral da CUT, Sérgio Nobre.

De acordo com o dirigente, o momento é propício para os trabalhadores apresentarem uma avaliação sobre a conjuntura e colocar na mesa as expectativas em relação ao próximo governo. “Temos preocupação com a política econômica e industrial: não concordamos com o aumento de juros, não concordamos que o Brasil faça o inverso dos países mais desenvolvidos, importando produtos de alta tecnologia e exportando manufaturados. Porque esse cenário compromete o nosso desenvolvimento.

Queremos ainda que a reforma agrária ande, que o governo tome medidas para combate a rotatividade e não aceitaremos retrocessos na política de valorização do salário mínimo”, pontuou.

Ainda em relação às eleições, afirmou Nobre, as centrais construirão uma agenda unitária para entregar aos candidatos, independente de quais apoiarem.

Copa, ditadura e intervenção do Ministério Público – Secretário de Administração e Finanças da CUT, Quintino Severo, falou sobre o Anteprojeto de Lei para Contrato de Trabalho de Curta Duração costurado entre o governo e empresários.

Com o argumento de suprir as demandas para os grandes eventos como a Copa do Mundo, o modelo permitiria ao empregador contratar por até 14 dias num mês e 60 dias num ano sem necessidade de assinar a carteira de trabalho. A medida apresentada pelo governo em reunião do Conselho de Relações do Trabalho nessa terça (14) foi rechaçada pelas centrais, que irão apresentar uma contraproposta .

“Havíamos acordado com os empresários e o governo, na mesa de diálogo tripartite para Construção do Compromisso Nacional do Turismo, que vem debatendo as condições de trabalho para o período de grandes eventos, que não haveria precarização. O que nos surpreendeu foi a apresentação dessa proposta, a partir da articulação entre empresários e governo federal, que é contraditória ao que foi negociado. Somos contra, inclusive, porque remete a mudanças na CLT e cria mais um modelo de contratação no Brasil para ampliar a precarização. Poderemos ter um trabalhador por semana durante vários meses, sem que tenha registro na carteira”, criticou.

Para o diretor Executivo da CUT, Júlio Turra, as centrais devem estar atentas para defender os direitos dos trabalhadores, especialmente nesta reta final das obras. “Tivemos casos de trabalhadores que morreram e, como em alguns estados a construção está atrasada, vão acelerar o processo e podemos ter mais problemas. Às centrais compete revindicar os trabalhadores e não aceitar que a Copa deixa um legado negativo”, falou.

Turra também lembrou que em 2014 o Brasil relembra os 50 anos do golpe militar de 1964 e tratou da importância de as centrais estarem unidas na Comissão da Verdade para cobrar justiça e reparação aos trabalhadores perseguidos, torturados e assassinados pela ditadura. “Temos que promover manifestações públicas para marcar este ano”, sugeriu.

A reunião definiu ainda a criação de um grupo de trabalho para discutir a ingerência do Ministério Público no funcionamento das entidades sindicais, desde a forma de sustentação até as eleições. A expectativa é que os trabalhos comecem na próxima semana e definam um documento para apresentar ao Poder Judiciário.

Quarta, 15 Janeiro 2014 02:22

Jornada de trabalho extensa, banco de horas, trabalho aos domingos, vocação e ter o comércio como o primeiro emprego são unanimidades entre os comerciários brasileiros, que em 2012 somavam mais de 9 milhões de trabalhadores e trabalhadoras.

De acordo com o Dieese, a jornada média semanal é de 49 horas a 44 horas demonstrando que grande parte deles faz horas extras e trabalham aos domingos, ultrapassando a jornada vigente (44h/semana).

O rendimento médio é de R$ 882,43. Segundo o Boletim dos Indicadores do Comércio do Dieese, o valor dos salários é reduzido com a rotatividade, pois os novos admitidos ganham o correspondente a 93% do salário dos demitidos.

Conhecido como porta de entrada no mundo do trabalho, o comércio é assim visto por não exigir experiência e por ser um setor que gera um grande número de emprego movido pela aceleração da economia.

Em março de 2013, a categoria conquistou uma vitória importante: a regulamentação da profissão, que garantiu que a atividade ou função desempenhada pelos empregados do comércio venha especificada na carteira de trabalho. Além disso, o texto aprovado no Senado fixou a jornada de trabalho em oito horas por dia e 44 horas semanais.

Apesar de a lei garantir, o que a Contracs conferiu com comerciários de todo o Brasil faz um retrato da categoria muito diferente: com jornadas de trabalho extensas e sem função especificada em carteira de trabalho como relata Adriana da Silveira Gomes, funcionária há 21 anos no Carrefour em João Pessoa (PB). “Não temos mais a classificação dos cargos. Somos todos operadores. Na carteira não fica tudo que fazemos. Muitas vezes mudamos de função e não recebemos por isso. Somente a liderança, que se torna operador líder, que tem um aumento, mas mesmo assim continua sendo operador.”

Embora confirme o aumento de salário ao se tornar liderança outro comerciário de João Pessoa que preferiu manter-se anônimo nesta reportagem afirmou que fazia mais de oito horas por dia e não computava as horas extras. “Eu trabalho mais de 8 horas por dia e não recebo hora extra porque sou supervisor. Cargo de confiança recebe 40% a mais ao invés de bater o ponto. O gerente também.”

Sendo assim, a maioria dos trabalhadores do comércio alegaram ultrapassar a jornada legal de 44 horas com as horas extras. A comerciária de Osasco Cleinide de Souza Mozone afirma: “Normalmente trabalho das 9h às 19h porque sempre precisa fazer hora extra. Aos sábados eu entro às 11h.” Para a trabalhadora de Ipatinga, Marli da Conceição Rocha, a jornada é ainda pior em dezembro e em datas especiais. “Os horários são bem complicados. Nós saímos tarde, muitas vezes não tem mais transporte e é inseguro.” pontuou a comerciária da Santana Magazine.

A comerciária de Fortaleza, Fernanda Barcelos Faustino, que trabalha há três anos e meio na C&A não entende a composição de jornada de trabalho: “Eles explicam que durante a semana deveríamos trabalhar 7h20, mas só fazemos 7h e para compensar os 20 minutos trabalhamos uma hora a mais na sexta e no sábado. Mas eu não acho que isto esteja certo.” Além disso, a trabalhadora relatou trabalhar três domingos por mês, ultrapassando a jornada legal.

O trabalho aos domingos é outro problema apontado pelos entrevistados, principalmente por ser um dia em que a família se reúne. “Infelizmente tem que trabalhar, mas eu não gosto. A reclamação de não estar aos domingos em casa é constante.” disse Carlos Célio Silveira de Carvalho, comerciário da loja SofáCama em um shopping de Brasília.

Célia Cardoso Gomes, de Osasco, reiterou como negativo o trabalho aos domingos principalmente porque os filhos ficam tristes de não estarem com a mãe. “O cliente põe na cabeça que a loja está aberta e vai comprar aos domingos. Eu queria que o cliente se conscientizasse de que não trabalhar aos domingos seria uma boa opção para o trabalhador.”

O volume de vendas em alguns locais é tão grande, que os trabalhadores do comércio optam por trabalhar neste dia e aumentarem suas vendas e, consequentemente, seus rendimentos. “Eu vejo pelos vendedores daqui, eles querem ficar na loja. Muitos pedem para vir no domingo porque é um dia de muita venda e eles também são muito resistentes às compensações de folga durante a semana. Eles querem vir e vender mais.” relatou a comerciária de Brasília Hermília de Fátima Silva Dantas.

Natanaeli Santos de Oliveira, de Fortaleza, é um exemplo de trabalhadora que não trabalha mais aos domingos, no entanto não era contra: “Não me incomodava devido ao movimento que era maior.” Eliane Manzan da Silva, comerciária há 14 anos em Tocantins, também não trabalha atualmente aos domingos, mas não era a favor. “Já trabalhei aos domingos quando trabalhava em supermercado, mas é muito ruim. E na minha época não tinha folga para compensar e nem pagamento de hora extra. Se fosse escalada, tinha que ir.”

As jornadas extensas muitas vezes se refletem em algo que a Contracs luta como o fim do banco de horas. Em alguns locais, os trabalhadores podem escolher entre acumular horas ou receber as horas extras. No entanto, a Contracs entende que o banco de horas é prejudicial aos trabalhadores, principalmente por atender unicamente às necessidades dos patrões tanto no momento em que se acumulam as horas como no momento mais conveniente que elas devem ser descontadas.

Patrícia Aparecida de Jesus Lima, de Osasco, comerciária das Casas Bahia argumentou a favor do ponto eletrônico em relação ao banco de horas. “As horas extras entram no banco de horas, mas não podem virar o mês. A cada mês vira um novo banco de horas. Com o ponto eletrônico, o trabalhador tem este controle.” Ela afirmou ainda que as compensações não podem ser feita aos finais de semana e sábados não há folga na loja.

“A loja trabalha com banco de horas, não com pagamento das horas extras.” afirmou o comerciário também de Osasco Francisco Aedo Teixeira, que trabalha no Ponto Frio há 12 anos. Já a comerciária de Fortaleza, Amandia do Nascimento Moreira, relata o contrário: a loja em que ela trabalha, as horas extras são pagas. “Os horários aos sábados sempre extrapolam, mas as horas extras são pagas e não compensada com folgas.” relata a jovem de 22 anos.

Cristiane Rochael da Silva, de Uberlândia, destacou: “A gente faz hora extra. Mesmo o patrão pagando hora extra, a gente tem que desmarcar compromissos firmados para atender às necessidades do patrão. Eu prefiro pegar as horas extras em folga porque posso fazer os compromissos que não fiz enquanto estava trabalhando.”

Para solucionar os problemas de jornada extensa ou dos bancos de horas, a Confederação Nacional dos Trabalhadores no Comércio e Serviços defende a redução da jornada de trabalho de 44 horas para 40 horas semanais, sem redução salarial.

A trabalhadora de Tocantins, Dani Anderson Martins Rodrigues, de 29 anos, concorda: “Sou totalmente a favor da redução porque para que todos trabalhem 40 horas semanais será inevitável criar novas vagas de emprego e nós trabalharemos mais descansados, melhorando a qualidade.”

Yasser Campos Venâncio, de Ipatinga, compartilha da mesma opinião: “Sou totalmente favorável, investir na qualidade de vida do trabalhador é investir na qualidade do trabalho.”

Porta de entrada no mundo do trabalho, o comércio é muitas vezes o primeiro emprego para muitas pessoas, principalmente por não exigir experiência e aceitar trabalhadores muito jovens como é o caso da fortalezense Katiana Sheila da Silva, que escolheu atuar no comércio desde o primeiro emprego. “Eu escolhi o comércio porque eu não tenho faculdade. Foi o lugar que me aceitaram e eu descobri que gostava, não é só por obrigação.”

Já Ivaneide Alves de Carvalho, comerciária de João Pessoa, relatou que ingressou no comércio por falta de outras opções: “Eu gosto do que eu faço. Gosto de trabalhar com o público, por outro lado é complicado se adaptar ao ambiente do comércio. Para as mães que tem que deixar seus filhos com vizinhos porque não tem creche. O almoço também é complicado porque as empresas não tem nenhum refeitório para comermos.”

Ednamar Aparecida de Mello, de Uberlândia, iniciou no comércio e embora tenha passado em um concurso público abriu mão da oportunidade por se identificar com a profissão de comerciária: “Na época, quando a gente inicia, é o espaço que tem a melhor colocação pela idade e experiência. Comecei em 1981 em uma loja de móveis e o salário que ganharia lecionando no estado era igual ou no comércio ganharia até mais. Por já estar acostumada e me sentir segura, preferi me manter no comércio e não seguir para a carreira de educação no estado. Então vou me aposentar no comércio. Eu gosto, apesar da carga ser puxada.”

Denis Silva Figueiredo, de 37 anos, trocou o Maranhão por Brasília e teve no comércio sua primeira oportunidade na capital federal. “Não sou daqui e o comércio foi o meu primeiro emprego em Brasília. Como eu gostei, resolvi continuar trabalhando, mas eu também já recebi propostas para trabalhar em outras áreas, mas preferi continuar no comércio.”

Como muitos comerciários tem orgulho do que fazem, a Contracs atuou de forma incisiva na regulamentação da profissão, que foi adotado como resolução em seu 8º Congresso. Portanto desde agosto de 2010, a confederação luta em prol desta causa através de uma campanha pela regulamentação da profissão de comerciário e, por isso, acompanhou e discutiu com sua base e com os trabalhadores sobre sua importância e necessidade.

Para o presidente da Contracs, Alci Matos Araujo, a aprovação da regulamentação das profissões de nosso ramo é uma demanda justa, que irá contribuir no processo de negociação coletiva das categorias. No entanto, o projeto aprovado ainda não atende todas as necessidades reivindicadas pela categoria e, por isso, a Contracs continuará lutando para que mais direitos possam ser garantidos.

Terça, 14 Janeiro 2014 00:30

Dirigentes do Sindicomerciários e funcionários das lojas do Shopping Praia da Costa, reuniram-se ontem, 12, em frente ao estabelecimento a partir das 12h para um protesto contra a ampliação do horário de funcionamento dos shoppings do grupo Sá Cavalcante aos domingos. A determinação do Grupo é para que as lojas deixem de abrir às 15h, como de costume, e passem abrir às 13h, aumentando assim o expediente em 2h.

A determinação não agradou aos trabalhadores e resultou em diversas denúncias encaminhadas ao sindicato. Por sua vez, a entidade já entrou com os recursos jurídicos adequados e manifestou a insatisfação com a decisão em um protesto pacífico em frente à entrada principal do shopping Praia da Costa em Vila Velha. O protesto cumpriu com seu propósito de informar e, principalmente, incomodar uma vez que o grupo, proprietário do shopping, reforçou a segurança com o efetivo completo de 40 homens e ainda acionou a Polícia Militar.

“Estamos aqui na frente desempenhando nosso papel como dirigentes sindicais e, sobretudo como cidadãos, não estamos agindo com violência, muito menos fazendo algo que esteja fora da lei”, disse Jakson. O Presidente da entidade mencionou ainda a cláusula da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) que garante ao sindicato o poder do livre manifesto, “de acordo com a cláusula sétima da CCT, o sindicato tem todo o direito de distribuir material informativo dentro do local de trabalho do comerciário”. No entanto mesmo agindo de maneira ordeira, a polícia partiu para a truculência ao exigir que os dirigentes e funcionários que participavam do protesto deixassem o local.

O movimento continuou por horas, e quem passava pelo local era solícito aos que participavam. Os clientes apoiaram a causa e faziam sinal de positivo quando recebiam o informativo do sindicato. “Se eles (proprietários dos shoppings) insistirem neste horário, nós iremos realizar novas manifestações e novas medidas serão adotadas pelo sindicato”, comentou Jakson Andrade. O Presidente conclui reforçando o posicionamento contrário do sindicato, “o domingo é o único dia que o comerciário pode dedicar aos familiares, ao descanso e ao lazer, os funcionários dos shoppings já perdem parte deste dia trabalhando, é uma exploração querer reduzir ainda mais esses momentos, nós não iremos aceitar”. Os representantes do grupo em nenhum momento procuraram os diretores do Sindicato para um acordo, apenas determinaram a mudança no horário sem hesitar.

Estamos de olho. Trabalhador, não se sinta coagido, DENUNCIE!

Sindicomerciários – Aqui se constrói a luta.
Sindicalize-se!

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