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Imprensa Sindical

Imprensa Sindical

Terça, 08 Dezembro 2015 21:38

Os diretores, Jaldo Gomes e Jeam Cabidelle, juntamente com uma delegação da CUT/ES, estão no Rio de Janeiro. Eles irão participar, logo mais, da caminhada pela Democracia, com saída prevista ás 16h no pátio da Igreja da Candelária, indo até sede da Petrobrás.

Mais emprego, mais desenvolvimento, mais transparência, mais diálogo, mais democracia, uma nova política econômica, mais participação de quem gera riqueza nas decisões sobre o país. O desejo da maioria dos brasileiros é também a agenda de luta da CUT, das demais centrais e dos partidos e movimentos progressistas.

Essa mudança, porém, não virá pelas mãos da oposição, que torce pelo quanto pior, melhor. Nem com o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que acuado por acusações de corrupção, resolveu colocar na mira a presidenta Dilma Rousseff para desviar o foco.

Mais do que Dilma, o discurso oportunista do impeachment ataca a democracia, o Estado de direito, desrespeita o voto da população que elegeu a presidenta para dar continuidade ao governo democrático-popular, por ampliação de políticas públicas que favorecem os mais pobres, conforme aponta o Secretário-Geral da CUT, Sérgio Nobre.

“Quando você tem a mudança na lógica social, isso incomoda muita gente, por isso vemos se acirrar na sociedade brasileira expressões de racismo, homofobia, preconceito social. A democracia e a igualdade são valores muito importantes para nós, mas para haver distribuição de renda, alguns vão perder privilégios e é natural que isso incomodasse. Cabe a nós, forjados na luta pela democracia, defender esse valor tão caro”, apontou.

Nobre destaca ainda que o ato terá como objetivo divulgar o Compromisso pelo Desenvolvimento, um documento construído por sindicalistas e empresários, que querem desencadear no país uma agenda positiva.

“Temos propostas para o desenvolvimento e o primeiro passo é encerrar a crise política que paralisa a economia em nome de interesses mesquinhos e individuais. Chega de terceiro turno, a hora é de o Brasil retomar o crescimento, há muito a se fazer e não aceitaremos imposições de um grupo que não respeita o resultado das eleições e que insiste em desempregar milhares de postos de trabalho, ao invés de propor saídas para o crescimento e desenvolvimento, no melhor exemplo da política de quanto pior, melhor”, acrescenta Sérgio Nobre.

Presidente da CUT-RJ, Marcelo Rodrigues, destaca que o cenário exige, mesmo de quem não votou em Dilma, mas acredita na democracia, um basta ao golpismo e ao facismo pelo bem do país.

“Um golpe ou qualquer ação que afeta a estrutura democrática é um ataque também ao desenvolvimento. E nossa base não vai aceitar o golpe, que vem do Congresso Nacional mais conservador da história.”

Além disso, destaca, Rodrigues, o Rio de Janeiro corre o risco de perder milhares de postos de emprego por conta de quem joga a favor da crise.

“O Rio pode perder em torno de 50 mil postos, quando as obras das Olimpíadas se encerrarem. Porque a operação Lava-jato já resultou no desinvestimento no Comperj (Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro), na indústria naval, que quebrou o estaleiro. Você vai ter gente indo para a rua nos próximos 3, 4 meses. E esta conta tem que ser jogada no colo de quem promove crise para favorecimento pessoal. A operação Lava-Jato não tem apenas como objetivo prender os donos das empresas, mas quebrá-las para derrubar a economia.”

Ato em Defesa da Democracia e do Desenvolvimento

Dia 8 de dezembro – Rio de Janeiro

16h – Concentração em frente à Igreja da Candelária

17h – Caminhada até a Sede da Petrobrás

18h – Caminhada até a Cinelândia, onde será realizado o Ato Político.

Segunda, 07 Dezembro 2015 21:32

O rendimento médio por hora de uma mulher no Brasil equivale a 74% do rendimento médio de um homem. Essa diferença aumenta conforme são adicionados mais anos de estudo ao currículo. Os dados foram divulgados hoje (4) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), na Síntese de Indicadores Sociais.

Para a população ocupada que possui 12 anos ou mais de estudo, o rendimento-hora médio das mulheres equivale a 66% do verificado para os homens. Em 2004, essa diferença era maior, com mulheres ganhando, em média, 61% da remuneração masculina.

Entre a população menos escolarizada, com até quatro anos de educação formal, essa proporção sobe para 78%. Os dados mostram, no entanto, que esse grupo de mulheres menos escolarizadas, perdeu renda frente aos homens. Em 2004, seu rendimento-médio por hora equivalia a 79% da renda masculina.

A pesquisa mostra que, ao longo de dez anos, a renda das mulheres avançou apenas quatro pontos percentuais em relação a dos homens, de 70% para 74%.

Jornada desigual

No período analisado, tanto homens quanto mulheres tiveram uma redução em sua jornada total de trabalho, que inclui tanto o tempo gasto no emprego formal quanto o dedicado aos afazeres domésticos.

Em média, um homem brasileiro trabalha 41,6 horas semanais em seu trabalho principal e mais 10 horas no trabalho doméstico, o que gera uma jornada total de 51,3 horas – menor que as 53,1 horas registradas em 2004. A redução na jornada dos homens se concentrou no trabalho formal, que passou de 44 horas semanais, em 2004, para as atuais 41,6 horas. O tempo gasto nos afazeres domésticos se manteve igual em dez anos.

Já para as mulheres, o tempo gasto nas tarefas domésticas caiu de 22,3 horas semanais para 21,2 horas, de 2004 para 2014. Essa queda explica a redução da jornada total, que passou de 57,2 horas para 56,3 horas semanais. O tempo investido no trabalho formal se manteve de 2004 para 2014: 35,5 horas.

Segundo a pesquisa, 90,7% das mulheres que trabalhavam em 2014 também realizavam tarefas domésticas, percentual muito próximo dos 91,3% registrados em 2004. Ao longo desses 10 anos, a variação da mesma estatística para homens foi de 46% para 51%.

Em relação à formalização, houve melhora para as mulheres: de 2004 a 2014, cresceu 60% o número de mulheres ocupadas em trabalhos formais, enquanto para os homens essa alta foi 43,6%.

Os dados do IBGE mostram ainda que as mulheres jovens são o grupo que tem maior dificuldade de se inserir no mercado de trabalho: uma em cada cinco jovens que tem entre 16 e 24 anos de idade está desocupada – grupo que inclui pessoas que procuraram emprego na semana da pesquisa e não encontraram.

Segunda, 07 Dezembro 2015 21:29

Com o sucesso da Black Friday, realizado na última semana, os lojistas estão otimistas com as vendas de fim de ano e já estão contratando profissionais para reforçar a equipe. A previsão é de que 3 mil pessoas sejam contratadas para atuar em todo o Estado.

De acordo com o presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Espírito Santo, (Fecomércio-ES), José Lino Sepulcri, os lojistas se animaram com o aumento das vendas que aconteceram durante a Black Friday e por isso vão contar com o reforço de profissionais nas equipes, inclusive para atuar na nova edição da megaliquidação, que será realizada até o natal.

Quem está em busca de uma oportunidade deve ficar atento, pois há chances para vagas temporárias para contratação pelo período de 60 dias, podendo ser efetivado, além das vagas fixas.

Esse é o caso do Shopping Vitória, que está contratando 400 trabalhadores temporários, como vendedores e atendentes.

As vagas estão distribuídas em lojas como Morana, Digital Tiger, Imaginarium, Puket, Magia do Perfume, Capitu, entre outras. Os interessados devem ir até o Shopping Vitória e entregar o currículo em uma das lojas de seu interesse.

Já o site de recrutamento e seleção Catho oferece 1.700 chances no Estado. Entre elas está de consultor de vendas, gerente de filial, gerente de loja e consultor comercial. O valor dos salários podem variar entre R$ 3 mil e R$ 5 mil.

Na rede Extrabom são 76 vagas abertas para operador de caixa, ajudante de padaria, açougueiro, repositor e embalador. Sendo que 51 são para postos de trabalho no Extrabom do Extracenter, em Guarapari, 16 para a loja de Jacaraípe, na Serra, e nove oportunidades para lojas em Vila Velha. Os candidatos podem se cadastrar na página eletrônica www.extrabom.com.br.

Na agência do Trabalhador de Cariacica são 472 vagas abertas. Há chances pra açougueiro, ajudante de padaria, atendente, entre outras. Os interessados devem ir até o local entregar o currículo.

Para a consultora de RH da Psicoespaço Recrutamento, Seleção e Treinamento, Juliana Cardoso, os candidatos precisam ter entusiasmo e brilho nos olhos, pois assim terão mais chances de serem efetivados após o contrato.

Fonte: A Tribuna

Sexta, 04 Dezembro 2015 18:40

Diante dos ataques inescrupulosos contra a democracia que nosso País vem sofrendo, a Central Única dos Trabalhadores, com a unidade da classe trabalhadora e dos movimentos sociais, estará nas ruas de todo o Brasil em defesa do mandato democrático-popular legitimamente eleito pela população brasileira.

Por isso, a CUT convoca toda sua militância, suas Estaduais, Ramos, entidades orgânicas e filiadas e toda a sua base sindical para avermelhar o país, de Norte a Sul, em defesa da democracia e de qualquer ameaça contra a liberdade do povo brasileiro.

Esta é a prioridade da CUT nesse momento. A Central orienta que é preciso intensificar a atuação dos comitês estaduais de mobilização sindical e social em conjunto com a Frente Brasil Popular e a Frente Povo Sem Medo, bem como criar comitês onde ainda não existiem; atingir os locais de trabalho e de moradia, os espaços públicos, no campo e na cidade com a realização de reuniões de base, plenárias, ações de massa, audiências públicas e outras iniciativas de mobilização e organização popular.

A Executiva Nacional da CUT, em reunião extraordinária nesta quinta-feira (3), emitiu uma Nota Oficial sobre o pedido de impeachment contra a presidenta Dilma e reitera a importância da participação CUTista nas ações em defesa da democracia e contra o golpe, como as mobilizações confirmadas abaixo:

Brasília/DF

04/12 (sexta-feira) às 16h30 – Concentração no Plano Piloto.

Este será o primeiro ato de massa da CUT e Movimentos Sociais após o anúncio da aceitação do processo deimpeachment, pelo Presidente da Câmara, Eduardo Cunha no mesmo dia (2/12) em que foi aberta a investigação contra ele na Câmara dos Deputados.

São Paulo/SP

7/12 - Reunião com Centrais Sindicais e movimentos sociais no Sindicato dos Engenheiros (São Paulo) a partir das 11 horas.

Rio de Janeiro/RJ

8/12 - Ato em Defesa da Democracia e do Mandato Democrático-Popular, contra o Golpe - no Rio de Janeiro.

16h - Concentração em frente à Igreja da Candelária

17h - Caminhada até a Sede da Petrobrás

18h - Caminhada até a Cinelândia, onde será realizado o Ato Político.

Também estão previstos atos nas cidades:

Salvador/BA

Dia 7/12 – local a confirmar

Belém/PA

Dia 9/12 – local a confirmar

Porto Alegre/RS

Dia 11/12 – local a confirmar

Sexta, 04 Dezembro 2015 18:34

A nossa luta é pela democracia, conquistada com suor e sangue. Não aceitamos que a direita, os exploradores dos trabalhadores e seus representantes no Congresso tentem impedir o mandato da presidente eleita democraticamente pela maioria do povo nas urnas. Isso é golpe, que visa instalar um governo de retrocesso, da retirada de direitos históricos, contra interesses dos trabalhadores.

A nossa luta é contra a mentira dos derrotados nas urnas. Não aceitamos que qualquer processo de impeachment avance no Congresso Nacional com base em mentiras, sem provas de qualquer ato ilícito na gestão da Presidente eleita.

A nossa luta é contra a corrupção. Queremos a apuração de todas as denúncias e a punição de todos que comprovadamente cometeram crimes de desvio de recursos públicos. Não aceitamos, por exemplo, que acusados de terem contas no exterior com recursos de origem ilícita queiram usar um processo de impeachment para chantagear e tentar se livrar de processos de cassação do próprio mandato parlamentar.

A nossa luta é contra a estagnação e a recessão. Não aceitamos essa crise política provocada por golpistas para manter a economia estagnada e deteriorar patrimônios do povo, como a Petrobras e outras estatais, com objetivos privatistas, de interesse da direita e do capital internacional. Defendemos a estabilidade democrática, o fim do golpismo e as crises fabricadas. Queremos retomar o desenvolvimento econômico, acelerar e ampliar políticas sociais em benefício da população trabalhadora.

A nossa luta é por avanços. Exigimos o fim do golpismo para que o Legislativo retome a pauta da classe trabalhadora, que é a geração de emprego e renda, a ampliação de conquistas, o combate à precarização do trabalho (PLS 30 e PL 4330) e ao roubo de direitos. Queremos que o Executivo retome o programa pelo qual foi eleito, com uma nova política econômica que reduza juros, promova investimentos na produção e nas políticas sociais, buscando geração de emprego e renda e a diminuição da desigualdade social.

Por isso tudo, estamos nas ruas e vamos mantê-las ocupadas até que a democracia, a vontade e os direitos d@s trabalhador@s sejam respeitados.

#NãoVaiTerGolpe

Sexta, 04 Dezembro 2015 18:30

O Sindicomerciários é a favor da democracia, da legalidade e da ordem constitucional, por isso transcreve a nota abaixo repudiando a atitude desesperada do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, de autorizar a abertura do processo de impeachment contra a presidente da República, Dilma Rousseff, sem qualquer base legal.

O Brasil está diante da seguinte encruzilhada: de um lado, Eduardo Cunha. De outro, a democracia. Para tentar desvirtuar o foco das denúncias contra si mesmo, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, aceitou o pedido de impeachment contra a presidenta Dilma Rousseff. O presidente nacional do PT, Rui Falcão, recorreu a uma frase que remete à Guerra Civil espanhola (1936-1939) para se manifestar sobre a decisão do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), de aceitar a abertura de um processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff. "Golpistas não passarão", escreveu o petista em uma rede social com a marcação #NãoVaiTerGolpe. O teólogo Leonardo Boff, autor de diversos livros e da Teologia da Libertação, que exerceu forte influência sobre o Papa Francisco, escreveu duro artigo sobre o absurdo quadro brasileiro, em que Eduardo Cunha, réu por corrupção e lavagem de dinheiro, abre processo contra a presidente Dilma Rousseff.

"É vergonhoso que a Câmara seja presidida por uma pessoa sem qualquer vinculação com a verdade e com o que é reto e decente. Manipula, pressiona deputados, cria obstáculos para o Conselho de Ética. Mais vergonhoso ainda é ele, cinicamente, presidir uma sessão na qual se decide a aceitação do impedimento de uma pessoa corretíssima e irreprochável como é a Presidenta Dilma Rousseff", diz o teólogo Leonardo Boff; "Seu ato irresponsável pode lançar a nação em um grave retrocesso, abalando a jovem democracia, que, com vítimas e sangue, foi duramente conquistada"

Como escreveu o jornalista Paulo Nogueira, as rajadas de Eduardo Cunha só poderão atingir o vento, figurativamente. "Mesmo num universo político doentio como o brasileiro, Cunha não pode, no final, destruir a democracia". Porque é disso que se trata, diz Nogueira, da destruição da democracia. Do retrocesso do Brasil rumo a 1964. "O rosto, a alma, o coração do golpe é Eduardo Cunha. Quem se associar à tentativa de golpe de Cunha será comparsa num crime de lesa pátria. E todos os congressistas sabem disso". Para o jornalista a motivação dele é a mais baixa, a mais sórdida possível. Ele está consumando uma chantagem suja, uma vingança abjeta.

"O Brasil está diante da seguinte encruzilhada: de um lado, Eduardo Cunha. De outro, a democracia", diz. O que tem de ser julgado é o seguinte: Dilma cometeu um crime? Vamos ter de encarar os fatos. Se houver provas, tudo bem, é democracia. Se não houver, é golpe. Simples assim. A democracia vai triunfar.

Quinta, 03 Dezembro 2015 17:22

Esqueçam as motivações de Eduardo Cunha. Suponham, por um instante, que ele tenha agido com a mais nobre das intenções, ao dar o sinal verde para um processo de impeachment contra presidente Dilma Rousseff.

Em vez de sentimentos primitivos, como vingança ou retaliação, Cunha seria movido pelo nobre propósito de defender a Lei de Responsabilidade Fiscal.

Assim, a presidente Dilma, eleita com 54 milhões de votos, seria derrubada do cargo porque cometeu um crime terrível: "pedaladas fiscais" em 2015.

Até porque as chamadas "pedaladas de 2014", condenadas pelo Tribunal de Contas da União, numa decisão, diga-se de passagem, que ainda não foi referendada pelo Congresso, não poderiam justificar um impeachment, uma vez que a Constituição brasileira estabelece que um presidente não pode ser afastado por fato anterior ao seu atual mandato – argumento, aliás, sempre usado pelo próprio Cunha.

Por isso mesmo, o pedido de impeachment aceito pelo presidente da Câmara foi aquele que recebeu um adendo: o parecer de um técnico do TCU, chamado Júlio Marcelo de Oliveira, que apontou a continuidade das pedaladas em 2015.

Sem essa muleta, o pedido de oposição, assinado por Hélio Bicudo, Miguel Reale Júnior e Janaína Pachoal, não ficaria de pé.

Vamos avaliar, agora, qual é a situação das contas públicas em 2015. Ontem, por ampla maioria, o Congresso Nacional aprovou a nova meta fiscal, o que elimina qualquer possibilidade de que "pedaladas" tenham sido cometidas neste ano.

Mas ainda que alguns defendam que a presidente Dilma assinou decretos de execução orçamentária antes da aprovação do parlamento – o que, aliás, foi feito por todos os presidentes na história da República – é preciso avaliar qual é a situação jurídica do parecer técnico do TCU.

Em primeiro lugar, ele não foi avaliado nem pelo próprio Tribunal, que ainda não se debruçou sobre as contas de 2015. Contas que, assim como as de 2014, também não foram chanceladas pelo Congresso.

Portanto, mesmo num país como o Brasil, que hoje encena seu teatro do absurdo, seria surreal imaginar que um parecer técnico do TCU, que não foi julgado internamente nem apreciado pelo Congresso, possa suplantar 54 milhões de votos.

Isso significa que, sem crime de responsabilidade, por mais forçada que fosse a tese das pedaladas, qualquer tentativa de impedir um governo legitimamente eleito não merece outra palavra, a não ser golpe.

A menos que a sociedade comece a aceitar a tese de que crimes existem antes de serem julgados.

Por: Leonardo Attuch

Quinta, 03 Dezembro 2015 17:19

Para tentar desvirtuar o foco das denúncias contra si mesmo, o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, aceitou o pedido de impeachment contra a presidenta Dilma Rousseff. Foi o melhor que poderia ter acontecido: Dilma está sofrendo esta retaliação porque o PT anunciou que vai votar a favor da continuidade do processo de cassação de Cunha, vai ajudar a varrê-lo do Parlamento. O partido atende, assim, às expectativas de seus eleitores e livra a presidenta de uma chantagem. Não se pode fazer acordos com um inimigo do país. Eduardo Cunha representa o que há de mais sórdido na política brasileira hoje.

Esta depuração será muito positiva. Vamos ver quem é que vai ficar ao lado de um político acusado de corrupção contra uma presidente honesta, vamos ver quem é de fato a favor da lisura na política e quem não é. Imaginem: Cunha, acusado de esconder contas na Suíça e de receber milhões de dólares em propina, pretende julgar a honestidade de Dilma, contra quem não pesa nenhuma acusação de corrupção. De que lado os defensores da ética na política irão ficar? Eu já escolhi o meu.

Espero que o Congresso não aceite o impeachment. Mas queria imaginar com vocês o que seria do Brasil se este crápula conseguisse derrubar a presidente, tornando-se o segundo na linha de sucessão depois de Michel Temer (é o terceiro hoje). Ou seja, se acontecesse algo com Temer, ele poderia se tornar presidente da república! Que país teríamos, então?

– Um país dominado pela corrupção, pela sujeira eleitoral, pela barganha, pelos conchavos, pelas chantagens, pelo domínio do poder econômico. Tudo isto é característico de Cunha e de seu grupo político.

– Um país que persegue homossexuais.

– Um país que restringe a liberdade das mulheres e as força a ter filhos inclusive de estupradores.

– Um país que persegue praticantes de outras religiões que não a “oficial”.

– Um país que permite à religião se imiscuir nos assuntos de Estado e na educação das crianças.

– Um país que permite às igrejas confrontar decisões do Supremo Tribunal Federal.

Não parece o Irã? Pois é este o país que Eduardo Cunha quer. Tem projetos dele e do grupo dele tramitando na Câmara com os objetivos citados acima. Que mais este homem, com o poder nas mãos, poderia fazer? Tenho medo de imaginar. Cunha não é só um político acusado de corrupção. Ele é um político extremamente perigoso, que mistura religião com política. Quando isto acontece, já sabemos no que se transforma um país. É preciso pará-lo já.

O impeachment de Dilma não é nada diante do que Eduardo Cunha representa para o futuro do Brasil. Não é este país retrógrado, medieval, atrasado, que eu quero para os meus filhos. E você?

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