Você pode até argumentar que não gosta de política nem discute o tema. Mas o que você não pode deixar de reconhecer é que, ainda que você se mantenha distante da política, cedo ou tarde ela chegará até você. Mais que isso: influenciará diretamente seus interesses como cidadão e trabalhador.
Este é um ano eleitoral. Portanto, um ano importantíssimo para mais uma etapa da democracia brasileira. O pleito de outubro próximo é mais um ato da democracia brasileira e as forças políticas que saírem vitoriosas das urnas irão determinar o futuro do nosso estado e do nosso país.
Daí a importância do movimento sindical atuar nesse processo, pois sua intervenção organizada poderá produzir resultados que contribuam com a qualidade dos deputados estaduais, federais, senador, governador e presidente da República eleitos. Se o movimento sindical e os trabalhadores querem melhorar a qualidade da representação é preciso atuar nas eleições lançando e apoiando candidatos ligados e comprometidos com as agendas social e sindical.
O movimento sindical - os sindicatos, as federações, as confederações e as centrais - deve atuar a fim de refletir junto aos trabalhadores quanto a votarem em candidatos com perfil social, político e ideológico renovador e mudancista.
Mais do que isso, é importantíssimo que o movimento sindical não só lance candidatos, mas apóie outros tantos, que os chamem para debater, que os apresentem às categorias que representam, a fim de ampliar o protagonismo social e político dos trabalhadores.
Nas eleições de 2010, os empresários elegeram para o Congresso Nacional, 250 deputados e 23 senadores. Segundo o Diap (Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar), é a maior bancada patronal que já ocupou o Legislativo federal. Esta é uma correlação de forças que impede ou dificulta a agenda do movimento sindical avançar no Poder Legislativo. Para alterar este desequilíbrio de forças políticas é preciso atuar nas eleições estaduais e federais, com objetivo de eleger lideranças dos trabalhadores ou no mínimo projetá-las para as batalhas eleitorais do futuro.
Para exercer protagonismo no processo eleitoral, o movimento sindical deve considerar quatro elementos estruturantes:
1) a política é o único meio para resolver os graves e históricos problemas sociais e coletivos;
2) as eleições, no Brasil, são o único momento em que o poder fica em xeque. Assim, intervir nesse processo é fundamental para alterar os rumos da política no País;
3) só por meio dos partidos é possível disputar o poder. Os trabalhadores precisam compreender a necessidade dos partidos na democracia representativa, pois sem eles não é possível disputar o poder; e
4) a conquista do poder significa poder imprimir as políticas e projetos das forças vencedoras do processo eleitoral. Por isso, disputar é imperioso para forjar lideranças e construir as vanguardas dos trabalhadores.
Você pode até fechar os olhos para essa realidade política. Mas, fique certo: a política não tira os olhos de você.