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Notícias Gerais

Notícias Gerais (472)

Segunda, Out 05 2015

Na primeira manifestação convocada pela Frente Brasil Popular, formada por movimentos sociais, centrais sindicais e partidos progressistas, milhares de militantes tomaram as ruas do Brasil neste sábado (3) em defesa da democracia, contra o ajuste fiscal e para celebrar os 62 anos de um dos alvos preferidos dos privatistas: a Petrobras.

Da mesma maneira que a luta para manter o petróleo como patrimônio nacional forjou o nascimento da maior estatal do país, a celebração de um dos pilares do desenvolvimento teria de ser com o povo nas ruas.

Sob o céu cinza de São Paulo, cerca de 10 mil pessoas partiram da sede da empresa, na Avenida Paulista, em marcha até a Praça da Sé, marco da luta pela democratização do país.

Ainda na Paulista, o presidente nacional da CUT, Vagner Freitas, defendeu que os movimentos sindical e sociais têm a missão de impedir um golpe que, caso avance, terão como resposta um enfrentamento ainda maior contra a direita.“Somos os construtores no país, os que constroem os direitos da classe trabalhadora, que lutam por melhores salários, por moradia e por democracia. Não aceitaremos golpe. A Frente Brasil Popular vem para unificar os movimentos sociais no discurso, nas indignações e organizar as nossas lutas”, disse.

Ao reforçar também a unidade na luta, protagonizada pelo Fórum dos Movimentos Sociais, que atua em âmbito estadual, o presidente da CUT São Paulo, Douglas Izzo, enfatizou a disputa por soberania. “Estamos nas ruas para defender o patrimônio do povo brasileiro. O pré-sal é hoje uma das maiores riquezas de nosso país, disputado por parlamentares e empresas que têm interesses estrangeiros. Queremos uma Petrobras para o povo brasileiro, para melhorar nossos serviços na saúde e educação e não a serviço do capital”.

Vagner também destacou que, a partir do 12º Congresso Nacional da CUT (CONCUT), que começa no dia 13 de outubro, será construída a secretaria nacional de Mobilização, para ampliar a relação com os movimentos sociais. “Temos muito que fazer pelo Brasil, como mudar esta política econômica que é nociva ao povo brasileiro. Chega de ajuste fiscal, o que precisamos é de políticas econômicas diferenciadas, com taxas de juros mais baixas, ter uma política de financiamento do mercado interno e de recursos para a educação, saúde, transporte e políticas públicas”, enfatizou.

Neste CONCUT, Vagner disse que a Central apresentará uma proposta popular de política econômica. “Não é a do [Joaquim] Levy, não é a dos cortes, nem do ajuste, mas uma política voltada para o desenvolvimento do Brasil e do povo brasileiro.”

Por que a Petrobras?

Presidenta da UNE (União Nacional dos Estudantes), Carina Vitral também destacou que os ataques a Petrobras miram não só o que foi feito, mas também seu potencial com o pré-sal.

“A lei dos royalties do pré-sal, que destina 75% dos recursos para a educação, pode viabilizar creches para todas as crianças, escolas públicas de qualidade, que o filho do pedreiro entre na universidade. E é para isso que estamos aqui, para continuar mudando o país”, apontou. O coordenador da CMP (Central de Movimentos Populares), Raimundo Bonfim, criticou a abordagem de veículos da velha mídia que tentaram esvaziar nesta semana a manifestação, com o argumento de que movimentos em defesa da moradia não integrariam o ato.

“Em vários locais, os movimentos de moradia e sem-teto estão nas mobilizações. Até porque, não podemos deixar de lutar para que o ajuste fiscal não recaia sobre os trabalhadores e sobre as conquistas sociais, como o Minha Casa Minha Vida. Na segunda (5), inclusive, que é dia mundial dos sem-teto, realizaremos manifestações em diversos estados da federação”, falou.

Secretária de Juventude da CUT-SP, Cibele Vieira, também tratou da relação entre a mídia e a Petrobras.

“Por mais que estejam tentando há um ano e meio jogar maciçamente a população contra a Petrobras, o povo não confunde as coisas. As pessoas são contra a corrupção, querem que o dinheiro seja devolvido à empresa e ao povo brasileiro. Mas ninguém confunde isso com privatizar”, pontuou.

Cibele lembrou a vitória parcial contra os entreguistas ao barrar o regime de urgência sobre o PLS 131 (Projeto de Lei do Senado), do senador José Serra (PSDB-SP), que retira a Petrobras como operadora única do pré-sal. Mas lembrou que há ainda texto na Câmara (PLC 6726) que trata do mesmo tema e outro no próprio Senado (PLS 155), que afeta todas as estatais ao obrigar que se tornem empresas de capital aberto.

Trabalhadores contra a crise

Secretário-geral da CUT, Sérgio Nobre, destacou ainda o papel que as campanhas salariais terão neste segundo semestre como fomentadoras da retomada do desenvolvimento no país.

“O Brasil cresceu nos últimos 20 anos porque houve um aumento na renda das famílias e esse aumento veio, de um lado, por conta das políticas públicas e, por outro, dos aumentos reais conquistados pela classe trabalhadora. Quando o trabalhador melhora sua renda, ele consegue consumir mais, faz com que a indústria produza mais, o comércio venda mais e o país cresça. Se a gente voltar ao que foi os anos de 1980, em que os patrões visavam arrochar salário, nós vamos afundar na crise. As campanhas salariais deste ano, especialmente do segundo semestre, vão além dos ganhos particulares, jogam decisivamente pelo futuro do Brasil”, definiu.

Secretário de uma das categorias em luta, os bancários de São Paulo e Osasco, Ernesto Izumi, reforçou a ideia de Nobre ao definir que um dos pontos da pauta é ampliar o investimento no país.

“Queremos que os banqueiros, um dos segmentos que mais ganhou dinheiro no país, adotem uma política de democratização do crédito destinado à população.”

Para o deputado federal Paulo Teixeira (PT-SP), representante de um dos partidos que integraram o ato – também estiveram presentes PCdoB, PDT e PCO –, há duas agendas no Brasil em disputa.

“Uma quer defender as conquistas sociais dos últimos 13 anos, a outra quer desconstruir. Uma quer defender a juventude e implementar o Plano Nacional de Educação, a outra que diminuir a idade penal. Uma quer mais moradias, outra quer tirar dinheiro dos programas sociais. Eles querem retirar direitos dos trabalhadores, defendem a terceirização, e nós somos contra. Eles querem retirar um golpe na presidenta legalmente eleita e nós estamos nas ruas em defesa da democracia”, afirmou.

Segunda, Out 05 2015

O WMS Supermercados do Brasil (Walmart) não conseguiu em recurso para o Tribunal Superior do Trabalho reverter decisão do TRT do Rio Grande do Sul que a condenou em R$20 mil por danos morais a uma empacotadora enquadrada erroneamente como portadora de necessidades especiais.

Na ação ajuizada na 2ª Vara do Trabalho de Gramado (RS), a trabalhadora alegou que foi admitida na função de "empacotadora especial" - cargo destinado aos portadores de necessidades especiais, mesmo sem possuir limitações físicas ou neurológicas. O objetivo, segundo ela, foi para que empresa atendesse à exigência prevista no artigo 93 da Lei 8.213/91.

Devido ao enquadramento, recebia salário inferior ao mínimo nacional, pois tinha que cumprir jornada reduzida. Além da reparação pelos danos à imagem, ela requereu a retificação da carteira de trabalho para a função de "empacotador" e o pagamento das diferenças salariais recorrentes a mudança de função.

Em sua defesa, o WalMart contestou as pretensões da trabalhadora e informou que o termo "especial" não se referia a condição do empregado, mas, sim, a carga horária da função que, ao invés de 8h diárias, devia ser cumprida em jornada de 6h.

O juízo de origem não acolheu os argumentos da rede de supermercados, entendendo que a empresa não comprovou que outros empregados trabalhavam nas mesmas condições, sem que fossem portadores de necessidades especiais. O entendimento foi mantido pelo Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (RS).

No TST, o WMS alegou que caberia a empregada apresentar provas do dano sofrido. Mas para o relator, ministro José Roberto Freire Pimenta, o caso é in re ipsa, ou seja, quando a ofensa decorre do próprio ato ilícito, sem a necessidade de comprovação. "Não se cogita da necessidade de a empregada comprovar que seu enquadramento equivocado como portadora de necessidades especiais teria acarretado prejuízo psicológico e íntimo ou afetado sua imagem e honra".

A decisão foi por unanimidade.

Terça, Set 29 2015

No momento político e econômico que o país tem vivido se torna urgente a necessidade do povo ocupar as ruas, avenidas e praças contra o retrocesso, por mais direitos e pelas reformas estruturais.

Pintaremos as ruas do país de verde, amarelo e vermelho, em comemoração aos 62 anos da Petrobrás. A soberania do nosso país tem sido ferida, a sanha entreguista ataca a Petrobrás com intenção de desvalorizar e sucatear umas das maiores empresas do mundo, sobretudo com a tentativa de aprovar Projeto de Lei 131/2015 que visa diminuir a participação da Petrobrás no regime de partilha do Petróleo. O petróleo e o pré-sal pertencem ao povo brasileiro, e são riquezas que devem se transformar em investimentos sociais, beneficiando o povo, tendo em vista aprovação da destinação dos royalties para educação e saúde. Conclamamos a apoiar a mobilização grevista da categoria petroleira, já deflagrada e todas as mobilizações de outras categorias em defesa de seus direitos.

Há uma onda de conservadorismo propagado pelos grandes meios de comunicação, em que alguns defendem o impeachment e até ditadura militar para nosso país. E ainda que a sociedade como um todo não aceite retrocessos na vida política e social, e nos direitos sociais e dos trabalhadores e trabalhadoras, conquistados arduamente ao longo de décadas de lutas. Será preciso muita mobilização e povo na rua para defender a democracia e o mandato constitucional da Presidenta Dilma Rousseff.

Somos incansáveis na defesa dos direitos do povo brasileiro, por isso clamamos por mudanças profundas na política econômica no Brasil, para que a crise econômica seja enfrentada de forma diferente. Repudiamos o ajuste fiscal que onera a classe trabalhadora, a educação, saúde e retira recursos do PAC, do programa de habitação popular Minha Casa, Minha Vida. A conta da crise não pode ser jogada nos ombros dos trabalhadores e trabalhadoras.

Queremos outras saídas: que os ricos paguem pela crise! Taxar as grandes fortunas, os dividendos do lucro das grandes, a remessa de lucro pro exterior, combate à sonegação fiscal, fazer a auditoria da dívida pública e a reduzir a taxa de juros, são medidas necessárias para enfrentar a crise do capitalismo que assola o mundo e também a economia brasileira.

Tomaremos a ruas e seremos milhares no dia 3 de outubro de 2015. Conclamamos que cada movimento, entidade, força política dê sua contribuição para preparar as mobilizações no maior numero possível de cidades brasileiras.

Viva a Democracia, Viva a Petrobrás e Viva ao Povo Brasileiro!!

Pela Comissão Organizadora da Frente Brasil Popular:

CMP - Central de Movimentos Populares
Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil
CUT - Central Única dos Trabalhadores
CONEN - Coordenação Nacional de Entidades Negras
MMM - Marcha Mundial das Mulheres
MST- Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra
UNE - União Nacional dos Estudantes

VEJA OS ATOS PELOS ESTADOS

Bahia

Em Salvador, caminhada em defesa da democracia no centro, Campo Grande, a partir das 09h.

Ceará

Concentração na Praça José de Alencar, a partir das 08h - Fortaleza.

Minas Gerais

A partir das 10h, na Praça da Rodoviária, Belo Horizonte.

Paraná

Ato público em defesa da Petrobras, às 10h, na Boca Maldita, em Curitiba

Recife

Concentração na Praça Derby, às 8h, em Pernambuco.

Rio Grande do Sul

O ato às 10h, com uma concentração no Largo Glênio Peres, seguida de caminhada até a torre simbólica da Petrobrás, na Praça da Alfândega, no centro da Capital.

Rio de Janeiro

No Rio, o ato será no dia 02, no centro, com caminhada da Candelária até a Cinelândia, a partir das 16h.

14h - São Paulo Capital

Avenida Paulista, 901 – em frente ao prédio da Petrobrás

Caminhada: Paulista, Avenida Brigadeiro Luiz Antonio, Largo São Francisco e Praça da Sé.

10h – Araçatuba

Câmara Municipal - R. Quatorze de Julho nº 26 - Bairro São Joaquim

9H – Campinas

Estação Cultura - Praça Marechal Floriano Peixoto s/nº, com caminhada até o Largo da Catedral

9H – Itapeva

Praça de Eventos Zico Campolim, na Av. Castelo Branco, 923 – Centro

8H – Presidente Prudente

Lançamento regional do Fórum dos Movimentos Sociais no anfiteatro do Sindicato dos Bancários, à Rua Casemiro Dias, 379, bairro V. Nova. Depois, caminhada pelo calçadão no centro da cidade

8h30 – Ribeirão Preto

Esplanada do Teatro Pedro II – Calçadão do Centro

10H – São José do Rio Preto

Rua Bernardino de Campos, 2940 – Praça Shopping

Santa Catarina

O ato será às 09h, na Praça da Catedral, em Florianópolis.

9h – Blumenau - Escadaria da Catedral de São Paulo Apostolo, Rua XV de Novembro –

10h – Joinvile - Praça da Bandeira

9h – Chapecó - Praça Coronel Bertaso, centro.

Segunda, Set 28 2015

Num período de 32 anos, 880 mil pessoas foram mortas no Brasil, vítimas de armas de fogo – é mais que toda a população do Acre, onde vivem 803 mil habitantes. O país possui o maior número absoluto de homicídios, a polícia mais letal do mundo e caminha para ter também a maior população carcerária do planeta. Numa nação formada sob o signo do açoite, a violência ganha status de genocídio – jovens negros têm 2,5 vezes mais chances de serem assassinados que os brancos.

De acordo com dados do Mapa da Violência 2015, 116 pessoas são assassinadas por dia com arma de fogo no país. Em 2012, foram contabilizadas 4,8 mortes por hora. Os números, que se aproximam dos de países em conflito, apontam para uma espécie de epidemia, que tem raízes profundas na história do Brasil, que já começa com o extermínio da população indígena e repressão dos negros escravizados.

Durante muito tempo, a violência e a criminalidade foram associadas a questões como a desigualdade de renda da população e os níveis de pobreza. Nos últimos anos, contudo, os números têm mostrado que a questão é mais complexa. Estão relacionados aos problemas de segurança pública também a ineficiência do Estado, a impunidade, o fácil acesso às armas de fogo, o crescimento desordenado das cidades, o tráfico de drogas, aspectos culturais e simbólicos, a exemplo do machismo e do racismo.

Segundo dados do Mapa da Violência, em 2012 as armas de fogo vitimaram 10.632 brancos e 28.946 negros. Isso representa 11,8 óbitos para cada 100 mil brancos, e 28,5 para cada 100 mil negros. Ou seja, morreram 142% mais negros que brancos. E mais preocupante é o fato de que esta trágica seletividade da violência segue uma tendência crescente ao longo dos últimos anos. A vitimização negra do país, que em 2003 era de 72,5%, em poucos anos simplesmente duplicou.

Além de serem os mais vitimados por criminosos, os negros são também o principal alvo de uma polícia formada para a repressão. De acordo com relatório da Anistia Internacional, a força policial brasileira é a que mais mata no mundo. Em 2014, 15,6% dos homicídios tinham um policial no gatilho.

Segundo o relatório, a polícia atira em pessoas que já se renderam, que já estão feridas e sem uma advertência para que o suspeito se entregue – o que pode ser resumido como extermínio.

Nesse cenário, dados da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) informam que o índice de negros mortos em decorrência de ações policiais a cada 100 mil habitantes em São Paulo é quase três vezes o registrado para a população branca. A taxa de prisões em flagrante de negros também é duas vezes e meia a verificada para os brancos.

Pesquisa Datafolha realizada no início deste ano revela ainda que, entre grupos sociais que declaram ter medo da polícia, a maioria é de jovens, pobres e autodeclarados pretos. Considera-se que os negros, além de sofrerem maior repressão policial, também possuem maiores dificuldades no acesso à justiça e no direito à defesa.

É o que revela o Mapa do Encarceramento, estudo divulgado pela Secretaria Nacional da Juventude (SNJ). Conforme os dados coletados, em 2012 foram presos 1,5 vez mais negros do que brancos. Para cada grupo de 100 mil habitantes brancos havia 191 brancos encarcerados. No caso dos negros, eram 292 detidos por 100 mil habitantes negros.

O Brasil tem hoje a quarta maior população carcerária do mundo, segundo dados do Ministério da Justiça referentes ao primeiro semestre de 2014. Em números absolutos, o país alcançou a marca de 607.700 presos, atrás apenas da Rússia (673.800), China (1,6 milhão) e Estados Unidos (2,2 milhões). Há superlotação em todas as unidades da federação. Em Pernambuco essa taxa chega a 184%.

Diante desse enorme contingente de presos e da ampliação da criminalidade no país, é fácil constatar que alguma coisa está fora da ordem. Num contexto como este, a sensação de insegurança e a descrença na capacidade do Estado de resolver as questões relativas à segurança pública terminam por alimentar mais violência. Dão origem a fenômenos como os linchamentos, fazem surgir justiceiros, ampliam a intolerância e aprofundam a exclusão.

Alteram até mesmo a paisagem da cidade, dividida por cercas elétricas e muros altos, que escancaram o fosso entre os que podem viver em redomas e todos os outros.

Segunda, Set 28 2015

O Ministério Público do Trabalho (MPT) resgatou segunda-feira (21) dez trabalhadores em situação análoga à escravidão em uma oficina de costura em Itaquaquecetuba, interior de São Paulo. Os funcionários eram peruanos e moravam no prédio da confecção, sem permissão de sair do local. O dono da oficina era peruano também, e está sendo procurado pela polícia.

Segundo relatos dos trabalhadores, eles foram atraídos por anúncios oferecendo transporte grátis até o Brasil e “salário” de cerca de R$ 700 reais, dos quais seria descontado o valor da viagem. No entanto, disseram que recebiam cerca de R$ 10 reais por semana e eram obrigados a trabalhar das 7 da manhã às 23h, diariamente e de forma ininterrupta. Segundo o procurador do Trabalho Ruy Fernando Gomes Leme Cavalheiro, as condições de trabalho eram bastante degradantes e havia risco de incêndio.

O MPT pediu um Termo de Ajuste de Conduta (TAC) emergencial para que a empresa pague uma indenização por danos morais aos funcionários, e aguarda a assinatura da oficina. Caso não assine o TAC até amanhã, o MPT poderá ajuizar uma ação na Justiça do Trabalho.

Segunda, Set 28 2015

A luta dos trabalhadores por aposentadorias dignas terá um novo embate no próximo mês, quando a Câmara dos Deputados deve apreciar a Medida Provisória 676, que estabelece a fórmula 85/95 (idade mais tempo de contribuição) para requisição de aposentadorias, com progressividade de pontos de 2017 a 2022 até a fórmula 90/100, em função do aumento da expectativa de vida de população no país.

No dia 22, o Congresso manteve os 26 de 32 vetos da presidenta Dilma Rousseff, entre os quais o que acabava com o fator previdenciário, que reduz em até 40% o valor do benefício de quem pede aposentadoria antes da idade mínima de 60 anos para a mulher e 65 anos para o homem, e também criava a fórmula 85/95 com progressividade.

O secretário-adjunto de organização e política sindical da CUT, Valeir Ertle, afirma que a central havia definido duas estratégias de luta para derrubar o fator previdenciário e a progressividade, mas uma delas foi descartada ontem, com a manutenção do veto. “Agora, a estratégia é alterar a medida provisória 676, que precisará ser votada para não trancar a pauta da casa”, afirma, referindo-se à regra que define prazo de 120 dias para os parlamentares apreciarem medidas provisórias. A MP 676 entrou em vigência em 18 de junho deste ano.

A proposta da CUT é pela fórmula 85/95 pura, sem progressividade, e pelo fim do fator previdenciário, que foi criado no governo FHC. Valeir lembra também que o tema será discutido em profundidade, na busca de uma solução definitiva, no Fórum de Debates sobre Políticas de Emprego, Trabalho e Renda e de Previdência Social, criado em maio deste ano. “Ali vamos ver os números e a necessidade real de progressividade ou não”, afirma o secretário-adjunto.

“O que nós estamos trabalhando é para derrubar a progressividade. E vários deputados fizeram emendas para aumentar a progressividade, no lugar de 2022, como estava sendo sugerido”, afirma Valeir, destacando que há uma infinidade de propostas de emendas à MP, inclusive para estender o prazo de progressividade. “Mas vamos nos articular para que a fórmula 85/95 seja aprovada sem a progressividade”, afirma.

Atualmente, as duas regras convivem à escolha do trabalhador na hora da aposentadoria: 85/95 ou o fator previdenciário. Mas a CUT mantém a posição histórica contra o fator previdenciário. “Na hora que o trabalhador mais precisa de dinheiro, que é quando ele se aposenta, ele tem um prejuízo de 30% a 40% (com o fator). E as mulheres são as maiores prejudicadas”, destaca Valeir, já que as mulheres têm expectativa de vida dez anos mais do que os homens.

Quarta, Set 16 2015

Políticas públicas brasileiras, como os direitos das mulheres trabalhadoras domésticas conquistados nos últimos anos, seguindo a convenção 189 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), e conquistas sindicais, como a paridade na Central Única dos Trabalhadores (CUT), no qual metade homens e metade de mulheres assumirão as direções da entidade por todo país, foram contadas para mais de 200 mulheres de 30 países na l Conferência de Mulheres da CSA.

A Confederação Sindical de Trabalhadores e Trabalhadoras das Américas é a expressão sindical regional mais importante do continente americano. Fundada em 27 de março de 2008 na Cidade do Panamá, ela filia 53 organizações nacionais de 23 países, que representam mais de 50 milhões de trabalhadores/as. A CSA é a organização regional da Confederação Sindical Internacional (CSI).

“A participação da CUT em entidades sindicais internacionais são importantes para unificar e potencializar reivindicações das mulheres. Tanto a CSI, quanto a CSA sempre tiveram papéis importantes nas conquistas de direitos”, explica a Secretaria Nacional de Mulheres Trabalhadoras da CUT, Rosane Silva.

Considerado pelas mulheres um marco para o movimento sindical, a CSA junto com o Comitê das Mulheres Trabalhadoras nas Américas (CMTA) organizaram a I Conferência de Mulheres "Democracia, Autonomia das Mulheres e da Igualdade dos Géneros" na cidade do Panamá entre os dias 9 e 11 de setembro.

No encontro foram discutidos temas como: direitos sexuais reprodutivos, igualdade salarial entre homens e mulheres, autonomia no direito de decidir, autonomia das mulheres, democracia, políticas públicas, entre outros, uma troca de informações e propostas.

“Mesmo vivendo em países tão diferentes, a gente percebe por meio da conferência que os problemas e conflitos que nós temos no Brasil não são diferentes das mulheres que vivem no México, Argentina, Guatemala, Costa Rica e em toda nossa região. Por isso é através da unidade, da solidariedade das mulheres que a gente vai transformando este mundo tão desigual e tão cruel para nós”, destacou Rosane.

A secretária nacional das mulheres trabalhadoras da CUT também explicou que essa conferência foi construída coletivamente na CSA. “Essa conferencia representa pra nós um aprofundamento da nossa auto organização, com o objetivo de que nós mulheres fossemos as produtoras da nossa própria pauta”, conta Rosane Silva.

Uma delegação de 10 mulheres da CUT estiveram presentes. Além de Rosane, foram para o encontro: a Secretária-Geral adjunta, Maria Godoi de Farias, Secretária Nacional de Comunicação, Rosane Bertotti, Secretária de Relações do Trabalho, Graça Costa, Secretária de Combate ao Racismo, Maria Julia Reis Nogueira, Secretária de Saúde do trabalhador, Junéia Martins Batista e a Secretária da Mulher da Contraf-CUT, Elaine Cutis, Fátima Veloso, secretária de Relações do Trabalho da CNTSS-CUT; além de dirigentes da Confederações Nacionais dos Trabalhadores em Educação (CNTE-CUT), Selene Michelin e dos Metalúrgicos (CNM), Catia Barboza.

Para a Secretária-Geral Adjunta da CUT, Maria Godoi de Farias, esse foi um momento histórico na CSA. A participação da CUT foi muito importante, porque além de todas as bandeiras que a entidade sempre levantou nos direitos das mulheres, também podem ser exemplo na construção da paridade. “Nós mostramos para as mulheres das Américas que mesmo depois de aprovada ainda tivemos dificuldade. As pessoas acham que a conquista foi o suficiente, mas não. Nós queríamos a paridade, mas também atender as regiões do país, os ramos. Tem que conciliar tudo, é um processo em construção. A gente deu exemplo de que é possível”, finaliza Maria.

Mas as mulheres discutiram também pautas gerais. A Secretária de Saúde do Trabalhador da CUT, Junéia Batista, lembrou que em tempos de ajustes fiscais as mais prejudicadas são sempre as mulheres. “É importante a mulher, além de lutar por pautas específicas para as mulheres, também participarem das discussões de política, economia mais geral, porque quem sofre a violência econômica somos nós”, justificou Junéia.

Desta conferência saiu uma resolução. O texto foi elaborado em conjunto por todas as organizações filiadas e contém eixos que demandam: a promoção da igualdade de gênero nas áreas: trabalhista, sindical e sócio-político, bem como a construção da autonomia das Mulheres: Física, econômica, juntamente com as conclusões e linhas de ação.

Para Rosane Silva isso retrata, por exemplo, que os temas das mulheres vão estar no centro de debate da CSA. “Nós vamos levar o tema democracia, autonomia, igualdade entre homens e mulheres como temas centrais que a CSA tem que olhar com a mesma centralidade que olha para as pautas gerais”, destaca Rosane.

“Tem uma frase da Marcha Mundial das Mulheres que diz o seguinte: “Pra mudar o mundo nós precisamos mudar a vida das mulheres e para mudar a vida das mulheres é preciso mudar o mundo. Então esta luta é contra o capitalismo e contra o neoliberalismo, que é uma luta de todos nós”, finaliza a dirigente.

Quarta, Set 16 2015

O pacote fiscal anunciado ontem pelo governo federal, embora tenha sido determinante para o tom da manifestação realizada na manhã desta terça-feira, não foi o único tema a ser tratado.

A direção eleita para o mandato 2015-2019 da CUT-SP fez sua cerimônia de posse ali mesmo, durante a manifestação. E como previsto, as categorias que têm data-base no segundo semestre fizeram o lançamento unificado de suas campanhas salariais.

Os petroleiros continuam realizando assembleias por todo o país, mas sua campanha salarial continua num impasse. Cibele Vieira, dirigente do Sindpetro-SP, prevê uma greve geral da categoria por tempo indeterminado. “Caminhamos para uma mobilização semelhante à de 1995”, afirmou, em referência à paralisação dos petroleiros contra a privatização da empresa, durante o primeiro mandato de FHC.

Neste ano, os trabalhadores da Petrobrás decidiram não apresentar reivindicações salariais, e concentram sua campanha em propostas de fortalecimento da empresa e proteção dos empregos. A categoria cobra a conclusão de obras já iniciadas – como o Comperj, a refinaria Abreu e Lima e a fábrica de fertilizantes em Mato Grosso – e a retomada dos investimentos. Outro ponto importante da campanha é que a Petrobrás não venda parte de seus investimentos à iniciativa privada.

“A empresa anunciou que pretende vender R$ 57 bilhões em ativos. Isso representa 30% de seu valor total”, destaca Cibele. “Isso inclui até dutos de distribuição, que se forem vendidos, a Petrobrás deverá pagar depois pelo seu uso”, denunciou. “Já tentamos de tudo. Entregamos nossa pauta para a Secretaria Geral da Presidência, para a própria Dilma, para a direção da empresa, e nada”, explica a dirigente.

Agências fechadas

No setor financeiro, as negociações estão em curso. Ainda nesta terça, ocorre a quarta rodada. Nela, a Contraf-CUT e seus sindicatos, incluindo o dos Bancários de São Paulo, vão apresentar propostas para diminuir a pressão por metas de produção. “Queremos que o sistema de metas seja discutido com os trabalhadores, região por região, para que a realidade do cotidiano seja considerada, o que não ocorre hoje, com as metas sendo impostas de cima para baixo”, explica Ivone Maria da Silva, secretária-geral do Sindicato dos Bancários de São Paulo.

Os trabalhadores e trabalhadoras do sistema financeiro têm campanha de abrangência nacional. A campanha salarial reivindica 16% de aumento, vale-refeição com valor equivalente ao salário-mínimo e abertura de novos postos de trabalho, entre outros pontos. Durante a manifestação desta terça-feira, as agências localizadas na avenida Paulista ficaram fechadas até meio dia, assim como agências na região central da cidade. A greve, informa a Contraf-CUT, está em perspectiva.

A presidenta do Sindicato, Juvândia Moreira Leite, lembrou aos manifestantes que os bancos ganham muito dinheiro, de múltiplas formas. “Até quando nós passamos nosso cartão naquelas maquininhas que existem no comércio, eles cobram taxa. E não querem dar aumento salarial para seus trabalhadores e não contribuem com o desenvolvimento do País”, criticou.

Servidores sem resposta

O presidente da CUT-SP, Douglas Izzo, declarou que a manifestação demonstra que existe unidade das categorias representadas pela CUT para resistir ao discurso da crise como justificativa para não conceder reajustes. “Estamos aqui para dar um recado para os patrões e para os governos: os trabalhadores e trabalhadoras não vão pagar por nenhum tipo de crise”.

Douglas é professor da rede pública estadual paulista. Sua categoria fez greve de 92 dias no primeiro semestre, mas até o momento o governo não concluiu as negociações. Deveria ter havido um reajuste em julho, mas o governador Geraldo Alckmin não cumpriu sua parte. Douglas criticou o adiamento do reajuste aos federais anunciado ontem pelo governo Dilma, e ainda ponderou: “Não é com essa medida que vai se resolver o problema financeiro do Estado”.

Na Ford, contra as demissões

A greve na Ford do ABC, iniciada no último dia 10 por causa de 200 demissões, é a parte mais visível da campanha dos metalúrgicos do Estado de São Paulo. As negociações estão duras em todo o setor. As fabricantes de máquinas e equipamentos, por exemplo, até o momento oferecem índice de reajuste inferior a 8,99%, que é o índice de inflação dos últimos 12 meses.

“As negociações estão muito duras. Os patrões estão se aproveitando e querendo tirar cláusulas fundamentais da convenção coletiva, como a garantia de emprego ao acidentado em caso de doença profissional. A pauta econômica não anda em nenhum grupo patronal. Em outros anos, nessa mesma data, nós já teríamos acordos acertados e algumas greves em grupos mais resistentes às negociações. Em 2015, está tudo atrasado”, informa Rafael Marques, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. Mas ele avisa: “A partir de agora, se não houver proposta, vamos endurecer com os patrões. Eles fizeram ajustes, há fábricas que demitiram muito e, como estão enxutas, não aguentam três dias de greve”.

Na mesma linha segue o coordenador-geral do Sindicato dos Químicos de São Paulo, Osvaldo Bezerra, o Pipoca. “A perspectiva da nossa campanha salarial é contribuir para o destravamento da crise econômica, o que só é possível recuperando o poder de compra defasado nos últimos 12 meses e lutando por aumento real porque os salários são historicamente baixos no Brasil. Não dá para baixar a cabeça e aceitar essa leitura de que está tudo muito ruim. Não vamos reduzir a discussão sobre a campanha salarial em função da crise”.

Ana Lucia Firmino, secretária da Mulher Trabalhadora da CUT-SP e dirigente do Sindicato dos Enfermeiros de São Paulo, informa que, além de cláusulas econômicas, como piso de R$ 4.440, a categoria requisita licença-maternidade de 180 dias. “Para nossa categoria, formada quase 90% por mulheres, o item mais importante ainda é a discussão sobre a licença de maternidade de 180 dias, pois muitas empresas não cumprem a legislação. Não só os enfermeiros, mas todos os trabalhadores da seguridade social, como médicos, psicólogos e farmacêuticos”, diz.

Os enfermeiros querem também aumento do adicional noturno, como forma de poderem prover cuidado para os filhos pequenos quando as mães fazem plantões nos hospitais e postos de saúde.

Segunda, Set 14 2015

O Brasil criou 623,1 mil vagas formais de trabalho nos setores público e privado em 2014. O número é menor que o total de empregos gerados em 2013 (1,49 milhão). Em números absolutos, é o resultado mais baixo desde 1999. Os dados são da Relação Anual de Informações Sociais (Rais) e foram divulgados nesta quarta-feira (9) pelo Ministério do Trabalho. De acordo com os números, o ano terminou com um total de 49,5 milhões de empregos formais, 1,27% a mais que em 2013.

O setor que mais empregou no ano passado foi o de serviços, com 587,5 mil novos postos. O comércio gerou 217 mil novas vagas, sendo o segundo setor que mais criou postos de trabalho. Os setores que apresentaram as maiores quedas, em termos absolutos, foram a indústria de transformação, com redução de 121,7 mil postos de trabalho, e a construção civil, com declínio de 76,8 mil postos.

Todas as regiões apresentaram expansão do mercado de trabalho. No Nordeste, houve registro da criação de 206,2 mil postos. No Sudeste, 169,5 mil postos foram criados. No Sul, 134,9 mil novos empregos foram criados. No Norte e Centro Oeste, foram gerados, respectivamente, 58,2 mil e 54,3 mil postos. Entre os estados, só o Amazonas registrou perda de postos de trabalho (1,5 mil).

A Rais 2014 identificou ainda que o rendimento médio do trabalhador brasileiro teve alta real de 1,76% e que o salário médio mensal alcançou R$ 2.449,11 no ano passado. Os homens ganharam, em média, R$ 2.651,52, enquanto as mulheres receberam R$ 2.184,65. Segundo o ministério, só no Distrito Federal não se registrou alta de salários acima da inflação.

O nível de emprego da mão de obra feminina cresceu 2,35%, ante um aumento de 0,46% para os homens. De acordo com o ministério, a diferença deu continuidade ao processo de elevação da participação das mulheres no mercado trabalho formal, que passou de 42,79% em 2013 para 43,25% em 2014.

“Os dados por atividade econômica mostram que as mulheres apresentaram desempenho relativo mais favoráveis que o dos homens em todos os setores”, destacou o ministro do Trabalho, Manoel Dias.

O dados revelamm que, no ano passado, houve redução no nível de emprego para trabalhadores mais jovens, com destaque para a população de 18 a 24 anos e a de 25 a 29 anos, que perderam 190,9 mil e 54,5 mil postos.

Conforme o ministro, o governo prepara políticas públicas para reverter os números. “O governo anunciará até o fim do mês uma serie de políticas públicas para criar maiores condições de acesso aos jovens ao mercado de trabalho”, adiantou o ministro.

Manoel Dias informou que os números da Rais em 2014 são “positivos”. “[Os números apontam] que o Brasil não manteve o mesmo ritmo [de crescimento] de anos anteriores, mas contribuíram para manter a geração de empregos e o aumento real do salário.”

Sobre 2015, Dias afirmou que o país passa por “dificuldades” e que isso preocupa o governo. “De janeiro a julho deste ano, o Brasil fechou 493,1 mil postos de trabalho, menos de 1% do mercado de trabalho. Nos preocupa, tanto que o governo está tomando medidas para superar esse momento de dificuldades e recuperar a capacidade de investimentos”, disse.

O ministro citou o Programa de Proteção ao Emprego e os investimentos por meio do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), mas evitou fazer projeções para a Rais de 2015.

Diferentemente do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), que abrange a criação de postos de trabalho no setor privado, os números da Rais incluem também os servidores públicos federais, estaduais e municipais, além de trabalhadores temporários. O Caged de 2014 registrou geração de 416,5 mil postos.

Segunda, Set 14 2015

Uma cartilha com perguntas e respostas sobre a Lei Maria da Penha e uma pesquisa desenvolvidas no Senado pela Comissão Mista de Combate à Violência contra a Mulher – ambas divulgadas nesta terça-feira (8) durante audiência pública – pretendem ajudar a entender e combater esse tipo de prática, além de servir de base para que leis mais eficazes sejam produzidas no país. Um dado da pesquisa Violência Familiar e Doméstica contra a Mulher chamou a atenção das senadoras: 100% das mulheres já conhecem a Lei Maria da Penha.

“Essa pesquisa [encomendada ao instituto de pesquisa DataSenado] é uma base para direcionarmos nossos trabalhos”, disse a presidenta da comissão, senadora Simone Tebet (PMDB-MS). “Vimos que há um aumento no setor mais jovem das mulheres de nossa sociedade. Isso é bom, por um lado: dos 20 aos 29 anos, as mulheres têm uma independência econômica. Portanto, [esse dado] significa que elas estão denunciando mais e saindo de uma forma mais rápida desse ciclo de violência”, afirmou Simone.

De acordo com a pesquisa, 18% das mulheres já foram vítimas de algum tipo de violência doméstica. Se, em 2009, ano em que foi feita a primeira pesquisa, 46% das mulheres agredidas disseram ter sofrido a primeira agressão com idade entre 20 e 29 anos, em 2013, o índice caiu para 34%, mantendo-se estável na pesquisa seguinte, feita em 2015. Por outro lado, na faixa até 19 anos, o percentual subiu de 24%, em 2009, para 32%, permanecendo estável desde 2013.

Para a senadora, os dados precisam ser mais destrinchados para ser mais bem entendidos. “Por que as mais novas estão sofrendo mais violência? Porque têm mais dificuldades e não conseguem romper o ciclo? Por não terem independência econômica? Ou porque a rua está mais violenta e, com isso, a violência contra os jovens em geral aumentou? Esses são dados que precisamos analisar com a maior rapidez possível”, afirmou Simone.

Segundo a pesquisa do DataSenado, as agressões têm sido cada vez menos praticadas por companheiros, maridos ou namorados. Em 2009, 81% das agressões a mulheres eram cometidas por seus parceiros. O número caiu para 78% em 2013 e agora está em 73%. “A violência que mais cresce é a das ruas – nos metrôs, ônibus, universidades, ruas, bares, boates”, disse a senadora, ao destacar a necessidade de a comissão ter "olhar muito atento à violência física, moral, social, e psicológica" praticada fora de casa.

“A pesquisa confirmou também algo que já sabíamos: só se rompe o ciclo de violência com educação. A maioria das mulheres violentadas – e vítimas de violência doméstica, principalmente – tem baixa escolaridade. As que têm apenas ensino fundamental são mais de um terço das vítimas, as que não conseguem romper esse ciclo”, acrescentou a senadora. De acordo com a pesquisa, 12% das mulheres com ensino superior já sofreram alguma agressão. O índice sobe para 18%, entre as mulheres com ensino médio, e para 27% entre as que estudaram até o ensino fundamental. A pesquisa foi feita entre os dias 24 de junho e 7 de julho e ouviu 1.102 mulheres

Procuradora Especial da Mulher do Senado, a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) destacou a relevância dos veículos de comunicação para que todas as mulheres que participaram da pesquisa dizerem já conhecer a Lei Maria da Penha.

Segundo ela, o assunto sempre motivou as senadoras a usar sua cota na gráfica do Senado para abordar o assunto. “Essa cartilha que lançamos hoje não é a primeira, nem será a última”, disse a senadora.

A pesquisa Violência Familiar e Doméstica contra a Mulher serão disponibilizadas em breve no site do Senado.

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