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Os mais de 170 mil comerciários e comerciárias capixabas abrem este segundo semestre com mais uma Campanha Salarial. Sob o slogan, “Direito não se reduz, se amplia”, a campanha deste ano acontece em uma conjuntura econômica extremamente adversa aos trabalhadores. Desemprego, retração nas vendas do comércio, inflação e incerteza formam um caldo de cultura extremamente desfavorável à mobilização e organização dos trabalhadores.
Mas os empregados no comércio já demonstraram historicamente que são de luta e, mais uma vez, atenderam ao chamado do Sindicomerciários, para a construção de uma Campanha Salarial que leve a um acordo justo e digno.
Reposição das perdas inflacionárias e aumento real são os carros-chefe dessa Campanha, que conta, ainda, com a reivindicação pela manutenção e avanço das cláusulas sociais existentes, sobretudo as que dizem respeito ao plano de saúde e odontológico, seguro de vida, e descanso aos domingos.
Por outro lado, o cenário também não é assim tão catastrófico como pinta a mídia golpista. No primeiro semestre de 2015, 69% das negociações analisadas pelo Sistema de Acompanhamento de Salários do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (SAS-Dieese) conquistaram aumentos reais. Os reajustes acima da inflação se concentraram na faixa de até 1% de ganho real.
Cerca de 17% das negociações obtiveram reajustes iguais à inflação medida pelo INPC-IBGE. Os reajustes salariais que não repuseram a inflação alcançaram apenas 15% das negociações. As perdas ficaram nas faixas de 2% abaixo da inflação na maioria dos casos. O pagamento em parcela única ainda predominou, aparecendo 94% das negociações. O pagamento parcelado ocorreu em 6%. O fato é que o ano de 2015 tende a ser pior do que 2014. Provavelmente também vai ser pior do que 2008.
Se os resultados forem semelhantes ao primeiro semestre, será pior do que 2014. Mas a hora e o momento são de lutar para garantir nossas justas e legítimas reivindicações. Afinal, direito não se reduz, se amplia.
No dia 28 de agosto de 2015, a Central Única dos Trabalhadores (CUT) completou 32 anos. Fundada em meio à efervescência da luta por democracia, a entidade foi protagonista na queda da ditadura militar, com milhares de trabalhadores organizados indo às ruas contra o governo. Foi durante o 1º Congresso Nacional da Classe Trabalhadora (Conclat), em São Bernardo do Campo, em São Paulo, que a CUT foi criada. Intensas discussões marcaram a formação da primeira Executiva, que culminou com a nomeação do metalúrgico Jair Meneguelli como primeiro presidente da Central.
A CUT se consagrou como a grande representante da classe trabalhadora brasileira, tornando-se a maior central do Brasil e da América Latina e a quinta do mundo. Com quase quatro mil entidades filiadas, a CUT representa mais de 24 milhões de trabalhadores e trabalhadoras em todo o País.
Durante seus 32 anos, a CUT teve seis presidentes, à frente de inúmeras conquistas à classe trabalhadora brasileira: Jair Meneguelli (1983-1994), Vicentinho (1994-2000), João Felício (2000-2003) e (2005-2006), Luiz Marinho (2003 - 2005), Artur Henrique (2006 - 2012) e Vagner Freitas (2012).
Nos últimos anos, a CUT tem se destacado pela atual disputa política, nas ruas, em defesa da democracia e da manutenção e ampliação dos direitos sociais. A Central tem sido protagonista na convocação e realização de atos nacionais para se contrapor à maior onda reacionária vista no Brasil desde a redemocratização.
Faz parte dessa onda a pauta reacionária do atual Congresso Nacional. A Central combateu o projeto de terceirização sem limites de diversas formas, conseguindo que o Senado, onde a proposta será analisada, se colocasse majoritariamente contra a ideia. A resistência se intensifica à medida que a pauta do retrocesso sai da toca e apresenta projetos como redução da maioridade penal e a recém-apresentada Agenda Brasil, restritiva à classe trabalhadora.
Entre as conquistas para o trabalhador, a CUT registra neste período a isenção de imposto de renda para a participação nos lucros e resultados (PLR) recebida pelos trabalhadores, a manutenção da correção da tabela do imposto de renda e a continuidade da política nacional de valorização do salário mínimo.
Espírito Santo – Aqui no estado, a categoria comerciária é parte ativa na história da Central. Nos últimos três quadriênios a entidade foi presidida pelo atual deputado estadual e diretor do Sindicomerciários, José Carlos Nunes. No mais recente congresso estadual da Central, realizado de 28 a 30 de agosto, os atuais diretores do Sindicato, Jaldo Gomes e Jemima Jayra foram eleitos para a diretoria. O primeiro, como efetivo do Conselho Fiscal. A segunda, na composição do pleno.
As mulheres negras nunca reconheceram o mito da fragilidade que sempre justificou os espaços subalternos que lhes foram dados. Aprenderam muito cedo o quanto duro é o trabalho nos espaços disponibilizados e acima de tudo que suas vidas valiam o que lutassem para ter. O processo que desumaniza a população negra, fez com que o machismo sobre essas mulheres, tivesse um impacto maior do que nas demais, principalmente na mercantilização de suas vidas e corpos, além de sua afetividade.
O 25 de Julho internacionaliza o feminismo negro via aglutinação da resistência das mulheres negras à cidadania nas regiões em que vivem, principalmente as opressões de gênero e étnico-raciais. Desta forma, essa data amplia e fortalece as organizações e identidade das mulheres negras, que vem construindo estratégias para o enfrentamento do racismo e do sexismo. Essa não é uma data qualquer para nós mulheres negras, ele significa o rompimento com um feminismo que nunca nos contemplou. Resgata a luta das mulheres negras da diáspora, iniciada ainda na década 70, através das feministas negras em pontos diferentes da diáspora.
As mulheres negras da diáspora africana celebram 25 de julho, Dia Internacional da Mulher Negra Latino-americana e Caribenha, como símbolo de união e de reconhecimento mundial de suas vidas guerreiras, combativas e imprescindíveis à construção de um mundo solidário, multiétnico e pluricultural. Estas mulheres negras têm, em comum, vidas marcadas pela opressão de gênero, agravadas pelo racismo e pela exploração de classe social. A escolha da data ocorreu no I Encontro das Mulheres Negras da América Latina e do Caribe, que aconteceu na República Dominicana, em 1992. Na ocasião, foi criada a Rede de Mulheres Negras da América Latina e do Caribe, para a troca de informações, o estreitamento das relações e promoção de ações em conjunto.
A data reforça a necessidade urgente da implementação de políticas afirmativas para as mulheres negras da diáspora, pelos países da América Latina e do Caribe. Aqui no Brasil, a maioria das mulheres negras é detentora de uma cidadania inconclusa. Fortalecer o 25 de julho é dá visibilidade e energia a emancipação das mulheres negras de um feminismo que colocava a opressão de gênero como fator opressor prioritário para as mulheres, sem levar em conta as demandas das mulheres negras. É fortalecer a emancipação de um feminismo que não conseguia abarcar as diferenças entre estas ou seja, o olhar para as múltiplas experiências e identidades femininas.
Empoderar essa data é contribuir na luta histórica de mulheres que foram e são protagonistas no pautar e exigir de seus países o atendimento de demandas que nos dias de hoje melhora a qualidade de vida da população negra é lutar pela garantia e ampliação do acesso a direitos já conquistados, principalmente na construção enquanto continente de afros descendentes como uma nação transnacional. É nessa construção coletiva que precisamos acreditar quando reverenciamos o 25 de julho, dia da Mulher Afro-latino-americana e Caribenha.
Nos últimos anos a Contracs/CUT firmou-se como referência importante para a vida e as lutas dos trabalhadores do ramo de comércio e serviços. Para chegar ao estágio atual, foram necessárias muitas articulações e parcerias, tanto com os sindicatos quanto com as federações, mas também com outros segmentos da sociedade. Ficou demonstrada o quanto foi acertada a decisão de fundar a confederação e aceitar o desafio de enfrentar a legislação que cerceia o direito de organização livre e independente dos trabalhadores e lutar pela legalização da Contracs/CUT.
A conquista da legalização da nossa confederação consolidou um novo marco histórico na luta dos trabalhadores do comércio e serviços na elevação da representação legítima da expressiva maioria da categoria que se referencia na Contracs/CUT para as diversas lutas e ações. Apesar de ter nascido e sido forjada no seio da CUT como entidade vinculada organicamente à Central, a direção da Contracs/CUT deve ter plena consciência que ela extrapola os seus próprios limites e é patrimônio e instrumento de luta e conquistas de todos os trabalhadores de comércio e serviços. Não podemos medir esforços nesses para perseguirmos incansavelmente a unidade de toda categoria onde todas as forças que atuam no movimento possam ter seus espaços de atuação.
A Contracs/CUT, federações e sindicatos deverão priorizar a eleição de associados comprometidos com os preceitos da nossa Confederação. Isso porque a direção da Contracs/CUT deve ter como característica marcante o esforço constante de costurar a unidade do movimento, dividindo responsabilidades e avançando nas lutas.
Ao longe desses 25 anos, a Contracs/CUT esteve engajada nas lutas dos trabalhadores por todo o país, e em consequência teve participação ativa nas conquistas da categoria que representa uma das maiores do Brasil, os comerciários.
O governo federal patrocinou ontem uma vitória deplorável: sob a justificativa de promover o ajuste fiscal, desferiu uma facada em um direito histórico dos trabalhadores. Com a aprovação da Medida Provisória 665 o trabalhador só terá direito ao seguro desemprego após um ano de trabalho. Até então, esse tempo era de seis meses. No caso da categoria comerciária, o corte promovido pelo governo e aprovado pelos deputados é mortal. Isso porque o comércio ostenta o vergonhoso título como o setor que apresenta a maior rotatividade da economia nacional.
Diariamente o Sindicato homologa pelo menos 140 rescisões de contratos de trabalhadores no comércio. Com a MP aprovada, o comerciário estará totalmente desguarnecido de uma ferramenta que o proteja do desemprego. O que é lamentável. O movimento sindical organizado cutista, sobretudo o Sindicomerciários, entende a necessidade de um ajuste fiscal, como forma de reaquecer nossa economia.
Ainda que reconheçamos a necessidade premente de um ajuste, não podemos admitir que o trabalhador pague o preço por um desequilíbrio fiscal que não foi criado por ele. Está na hora das classes mais ricas e abastadas deste país dar sua cota de contribuição para o saneamento das contas públicas. A taxação sobre grandes fortunas e herança é a primeira delas. A tributação dos extraordinários e escandalosos lucros dos bancos é uma outra medida. Tratam-se de fontes de recursos há anos intocáveis.
O fortalecimento da fiscalização da evasão fiscal e tributária é outra medida que basta vontade política para ser posta em prática. Continuo na defesa do governo Dilma, herdeira do legado da vitoriosa gestão do ex-presidente Lula, mas no dia que for obrigado a calar-me diante de iniciativas que penalizem o trabalhador , prefiro renunciar à vida de dirigente sindical e recolher no meu canto para cuidar do meu mundo. E isso jamais farei.
A partir do momento que a PL 4330 começar a valer, o número de trabalhadores terceirizados deve aumentar e com isso a rotatividade nas empresas também. A terceirização é uma saída encontrada pelos empresários para fragmentar as categorias profissionais e enfraquecer a organização sindical. É preciso entender os malefícios que esse projeto trará para vida dos trabalhadores.
Abaixo é possível conhecer pelo menos nove motivos para se preocupar caso a nova lei seja aprovada.
Salários e benefícios devem ser cortados - O salário de trabalhadores terceirizados é 24% menor do que o dos empregados formais, segundo o Dieese.
Conquistas ameaçadas - Os benefícios conquistados através de muita luta, como 13° salário, férias remuneradas, FGTS, seguro desemprego ficam comprometidos.
Número de empregos pode cair - Terceirizados trabalham, em média, 3 horas a mais por semana do que contratados diretamente. Com mais gente fazendo jornadas maiores, deve cair o número de vagas em todos os setores.
Risco de acidente vai aumentar - Os terceirizados são os empregados que mais sofrem acidentes.
Preconceito no trabalho pode crescer - A maior ocorrência de denúncias de discriminação está em setores onde há mais terceirizados.
Negociação com patrão ficará mais difícil - Terceirizados que trabalham em um mesmo local têm patrões diferentes e são representados por sindicatos de setores distintos.
Casos de trabalho escravo podem se multiplicar - A mão de obra terceirizada é usada para tentar fugir das responsabilidades trabalhistas.
Maus empregadores sairão impunes - Com a nova lei, ficará mais difícil responsabilizar empregadores que desrespeitam os direitos trabalhistas porque a relação entre a empresa principal e o funcionário terceirizado fica mais distante e difícil de ser comprovada.
Haverá mais facilidades para a corrupção - Existem diversos casos de contratos fraudulentos de terceirização que foram usados para desviar dinheiro do Estado.
É por essas e outras inúmeras razões que os companheiros sindicalistas de todo o país estão realizando manifestações e atos de protestos. O PL4330 significa precarizar o trabalho e principalmente o trabalhador. Agora o nosso trabalho precisa ser intensificado, visto que o projeto ainda passará pelo Senado.
Dia Mundial em Memória às Vítimas de Acidentes de Trabalho
Escrito por Genivaldo Moreira Lopes Publicado em ArtigosNo dia 28 de abril de 1969, uma mina de Farmington, Estado de Virgínia, Estados Unidos, explodiu, vitimando 78 mineiros. No ano de 2003, em memória às vítimas desse acidente, a Organização Internacional do Trabalho (OIT) adotou essa data como o Dia Mundial da Segurança e Saúde no Trabalho.
Em maio de 2005, por meio da Lei nº 11.121, foi instituído, no Brasil, o dia 28 de abril como o Dia Nacional em Memória das Vítimas de Acidentes e Doenças do Trabalho.
Com o objetivo de conscientizar os empresários e os trabalhadores a respeito da qualidade de vida e dos diferentes fatores que afetam a saúde no trabalho, nesta data é importante destacar que a participação na luta por melhorias em nosso país é essencial para cuidarmos de nossa saúde e de direitos básicos e fundamentais para o nosso completo bem-estar.
Em todo o mundo, anualmente, cerca de dois milhões de trabalhadores perdem suas vidas no trabalho. São 5 mil mortes por dia, três vidas perdidas a cada minuto, aproximadamente o dobro das baixas ocasionadas pelas guerras e mais do que as perdas provocadas pela Aids. Doze mil das vítimas são crianças.
No Brasil, somente em 2007, 653.090 brasileiros assalariados segurados do INSS, inseridos no mercado formal de trabalho foram vítimas de acidentes e doenças durante o exercício de suas atividades, com maior incidência de ferimentos, fraturas e traumatismos de punho e mão, incluindo amputações, queimaduras, corrosões e esmagamento. Estatísticas indicam que o Brasil perde de 2,5% a 4% do PIB a cada ano com o pagamento de benefícios previdenciários e o afastamento dos trabalhadores de suas atividades. A saúde do trabalhador é um direito de todo cidadão e tema importante para o movimento sindical. Um trabalhador com qualidade de vida melhor é um trabalhador saudável e está menos propenso a adquirir doenças e se acidentar durante o trabalho.
É preciso fortalecer esta luta nacionalmente para termos um SUS PÚBLICO, UNIVERSAL e INTEGRAL bem como organizar os locais de trabalho, garantir a instituição e funcionamentos das Comissões Internas de Prevenção de Acidentes - CIPAS e requerer informações sobre doenças de trabalho. Estas bandeiras compõem a luta pela garantia da saúde e da segurança dos trabalhadores/as e a garantia de que nossos companheiros e companheiras tenham um trabalho e uma vida decente.
A questão da água potável constitui um dos maiores problemas da humanidade, tão grave quanto o aquecimento global. O problema nem chega a ser de fato a escassez de água, mas sua má gestão para atender as demandas humanas e dos outros seres vivos da natureza. O Brasil é a potência natural das águas, com 13% de toda água doce do Planeta perfazendo 5,4 trilhões de metros cúbicos. Apesar da abundância, 46% dela é desperdiçada, o que daria para abastecer toda a França, a Bélgica, Suíça e o Norte da Itália.
Sem água de boa qualidade não existe futuro para os núcleos sociais, sejam eles rurais ou urbanos. Como a água é um elemento fundamental para a vida, não é possível argumentar sobre qualidade de vida quando os recursos hídricos estão comprometidos. Se quisermos projetar um futuro melhor para as próximas gerações, precisamos necessariamente priorizar o tema “água” — no contexto social, econômico ou político. Aqui no Estado a cada dia sem chuva a situação tem piorado. Estamos vivenciando a pior seca dos últimos 40 anos, já são mais de 50 dias sem chuva, e a previsão não é das melhores.
Se não voltar a chover, e, logo, podemos enfrentar um drama muito maior. Velhos hábitos estão em processo de mudança há pelo menos duas semanas, quando a população capixaba descobriu estar imersa numa crise hídrica sem precedentes. Em tempos de estiagem e altas temperaturas, usar e abusar da água tornou-se inconcebível. Diante do drama do racionamento que já bate à porta, vale tudo, desde simples atitudes, como diminuir o tempo debaixo do chuveiro, até ações mais sofisticadas, como instalar equipamentos inteligentes e econômicos em vasos sanitários e torneiras.
A consciência fala mais alto, pois não é mais possível desperdiçar o líquido mais precioso do momento. Por ser um bem cada vez mais raro, ela é objeto da cobiça daqueles que querem fazer dinheiro com ela. Por isso nota-se uma corrida mundial para a privatização da água. E então surge o dilema: a água é fonte de vida ou fonte de lucro? É um bem natural, vital insubstituível ou um bem econômico e uma mercadoria? Os que apenas visam lucro, tratam a água como mercadoria e no máximo como recurso hídrico.
Os que dão centralidade à vida, como a maior criação do universo e o supremo dom de Deus, a vêem como bem essencial aos seres humanos e a todos os organismos vivos. A água tem imenso valor mas não tem preço. Por ser desigualmente distribuída na natureza, o direito de todos à água demanda um ética da solidariedade na sua distribuição.
E para que não haja desperdício precisamos de uma ética da responsabilidade; o que jogamos fora fará falta a outros. Se houver cuidado, solidariedade e responsabilidade a Terra será generosa e garantirá água abundante para todos e de qualidade
O que significa democracia? Segundo o dicionário Aurélio, democracia significa 1. Governo do povo; soberania popular; democratismo. 2. Doutrina ou regime político baseado nos princípios da soberania popular e da distribuição equitativa do poder, ou seja, regime de governo que se caracteriza, em essência, pela liberdade do ato eleitoral, pela divisão dos poderes de decisão e de execução; democratismo. 3. País cujo regime é democrático. 4. As classes populares; povo, proletariado. Embora vivêssemos em um País democrático, destaco fatos recentes que considero, em meu ponto de vista, verdadeiros ataques à democracia:
Soberania Popular
Vimos recentemente, o Congresso Nacional barrar na Câmara o decreto 8.243, que instituía a Política Nacional de Participação Social. Este ato fere violentamente mais uma forma de democracia: a Participação Social, decretada pela Presidenta da República, Dilma Roussef. As possíveis justificativas para tais atos caminham em duas vertentes: o medo de ampliar a democracia e, ao mesmo tempo, diminuir o poder de barganha dos parlamentares e o enfrentamento à presidenta reeleita.
Para a Contracs, a participação social é um dos caminhos mais sólidos para se garantir uma efetiva democracia, ampliando o número de vozes ouvidas através dos conselhos consultivos já existentes.
Desta forma, garantiríamos a democracia tal qual nos define o dicionário através de um governo do povo com soberania popular. Além disso, o Decreto 8.243 tornava a participação popular em algo além do que temos hoje, transformando-a em uma política de Estado e não mais uma política de Governo, que poderia deixar de existir a qualquer momento.
Com o ato de derrubar o decreto, os parlamentares derrubaram também um passo importante de nossa democracia e representação e, por isso, não podemos deixar que esta ação passe despercebida.
Precisamos nos mobilizar e nos manifestar como um junho de 2013, exigindo que a participação popular seja parte fundante e fundamental de nosso Estado Democrático.
Liberdade do ato eleitoral
Outra importante definição de democracia, a liberdade pelo ato eleitoral, foi constantemente atacada durante as eleições. O uso sistemático da imprensa contra a reeleição de Dilma assim como os atos que pedem o impeachment da então reeleita presidenta insistem em não respeitar a liberdade do ato eleitoral e o resultado das eleições. Logo após anunciado à reeleição de Dilma, os ataques sugeriam inclusive uma fraude eleitoral.
Tais atos mostram claramente de que forma os interesses estão atuando e colocam em cheque todo o sistema eleitoral construído ao longo dos 30 anos de democracia pós-regime ditatorial. Para a Contracs, o respeito às liberdades eleitorais são fundamentais para a garantia da democracia. Caso deixemos de acreditar no sistema eleitoral utilizado no Brasil e reconhecido internacionalmente, estamos sujeitos a regredir e nos entregar novamente a um regime que não respeita as liberdades individuais, a livre manifestação e está desligado da democracia que temos defendido e pela qual lutamos e perdemos companheiros de luta friamente torturados, assassinados e desaparecidos durante a ditadura militar.
Povo e proletariado
A última definição que quero destacar define democracia como o povo e o proletariado. Estas definições cabem muito bem à massa de trabalhadores e trabalhadoras que defendemos e constroem a sociedade na qual vivemos. Ao defender o povo, quero aqui ressaltar a defesa feita das classes populares através dos sindicatos, federações e confederações sindicais que representam os trabalhadores/as. O movimento sindical, junto, exerce a democracia em nome deste povo através das negociações coletivas para que o proletariado seja respeitado, tenha direitos garantidos e possa desfrutar de uma democracia construída através do diálogo social.
Neste sentido, a Contracs defende a construção de entidades sindicais fortes e representativas para que a democracia prevaleça sempre na defesa do proletariado.
Não podemos nos manter calados diante de fatos que atacam veementemente a democracia. Precisamos defendê-la com unhas e dentes; atos e manifestações; bandeiras e palavras de ordem. Não podemos esmorecer. Juntos e ouvidos faremos do Brasil um País cada vez mais justo e coerente e transformaremos a democracia em algo cada vez mais real e pleno.
Foi um ano definitivamente tenso, este que está nos deixando. No futebol, em que pese o sucesso absoluto da Copa do Mundo, tida pela FIFA como uma das mais alegres, bem organizadas e com o maior saldo de gols de todos os torneios mundiais já realizados (a despeito do antipatriotismo, sobretudo de parcela importante de uma mídia arrogante e conservadora), a Seleção Brasileira não conseguiu vencer seu principal adversário: ela própria.
Apesar da decepção com nossa eliminação precoce, a lição que fica poderá ser de grande utilidade para os jogadores e dirigentes do nosso futebol reverem seus conceitos para fazer as pazes com o time que é a grande paixão nacional. Passada a ebulição da Copa tivemos uma das eleições mais acirradas da história nacional recente, desde a redemocratização do país.
De um lado, um projeto democrático e popular representado pela presidente Dilma. Dom outro, um discurso de ódio e preconceito, do adversário tucano Aécio, que tentou dividir o país entre ricos e pobres e segregou nosso bravo povo nordestino, tachando-lhe de indigno de exercer seu sagrado direito ao voto.
Tanto desespero e rancor não foram suficientes para tirar a reeleição da presidente Dilma, numa prova inequívoca que a sociedade brasileira aprovou as mudanças e os avanços sociais desde o governo Lula e quer avançar mais.
Aqui em nosso estado, a eleição do Companheiro diretor do Sindicomerciários e ex-presidente da CUT-ES, José Carlos Nunes, foi uma demonstração de unidade dos movimentos sociais e dos trabalhadores rurais e urbanos, em especial a categoria comerciária da Grande Vitória e do interior, de que é preciso uma voz que os represente na Assembleia Legislativa. Após as eleições do primeiro e segundo turnos,a direção do Sindicomerciários negociou com a Federação do Comércio mais uma Convenção Coletiva de Trabalho que resultou em uma importante vitória: a conquista de assistência odontológica completa ao custo quase simbólico de R$ 5.
Se os comerciários capixabas já eram uma das poucas, se não a única, categoria profissional do setor do comércio em todo o país a contar com o plano de saúde garantido em Convenção Coletiva, agora, com o plano odontológico, os comerciários capixabas mais umas vez assumem a vanguarda na luta nacional por mais e melhores salários e condições de trabalho.
Prova do trabalho árduo de mobilização e organização realizado pela direção do Sindicomerciários, que reforça a necessidade de fortalecermos ainda mais nossa entidade, sindicalizando e convencendo os colegas de trabalho a se sindicalizarem também.
Porque, afinal, a conquista é de todos! Que tenhamos serenidade, sabedoria, unidade e mobilização para vencer os desafios de 2015 e que esse ano que entra acenda em cada um de nós o espírito cristão da alegria e paz.
A você, comerciária, comerciários e familiares, em nome da diretoria do Sindicomerciários, desejo um Natal de paz em Cristo e um ano de muitas realizações.
A Categoria comerciária capixaba é uma das maiores do estado, e os trabalhadores e trabalhadoras são merecedores dos direitos e benefícios conquistados pelo Sindicato. Ao conseguir negociar e fechar uma Convenção Coletiva de Trabalho, o Sindicato ganha autonomia para defender todos os mais de 140 mil comerciários.
A CCT é de suma importância, porque é um instrumento legítimo de reivindicações. Ao invés de ficar mendigando das empresas, o Sindicato elabora uma pauta, tirada em assembleias realizadas com os trabalhadores para ser devidamente negociada com a classe patronal, onde só firma a CCT, depois de muito debate e de garantir os direitos básicos para a classe trabalhadora.
É na Convenção Coletiva de Trabalho que fica documentado todos os direitos e benefícios garantidos pela incessante luta dos diretores do Sindicomerciários. Daí a importância de todo comerciário conhecer cláusula por cláusula de sua convenção, se possível ter sempre por perto uma cópia da mesma.
Com ela o trabalhador conseguirá fazer valer o reajuste salarial conquistado, a obrigatoriedade do plano de saúde e seguro de vida, plano odontológico, auxílio-creche, descanso aos domingos para empregados de supermercados, estabilidades para as comerciárias gestantes, o saldo de quebra de caixa e outros tantos direitos.
O Sindicato é combatente e acionará o Setor jurídico toda vez que as empresas sonegarem os direitos e benefícios conquistados e registrados na CCT. Só vale lembrar que o trabalhador pode e deve ajudar o sindicato nesse combate. Sempre que o trabalhador achar que tem sido lesado é só entrar em contato com o Sindicato e fazer uma denúncia.
Em 25 de novembro de 1960, houve o assassinato das três irmãs Patria, Minerva e Maria Teresa Mirabel pela ditadura de Rafael Leonidas Trujillo, tirano da República Dominicana durante mais de 30 anos. As "Mirabal", como eram conhecidas, pertenciam à oposição à ditadura e seus companheiros se encontravam presos pelos mesmos motivos. A repressão simulou um acidente de carro com as três quando elas iam ao cárcere visitar seus companheiros. Elas eram avançadas para sua época. Uma delas foi a primeira mulher a dirigir um carro em seu país (um jeep, nos anos 40), usavam calças compridas, modernas e ousavam ser opositoras da ditadura.
O movimento de mulheres da América Latina e do Caribe decidiu dar um caráter simbólico ao dia 25 de novembro declarando-o Dia Internacional da Não-Violência contra a Mulher, em 1981, durante o 1º Encontro Feminista Lationoamericano e do Caribe, realizado em Bogotá.
Desde 1990 o 25 de novembro integra a campanha dos 16 dias de ativismo contra a violência contra as mulheres. Ao Dia Internacional da Não-Violência contra a Mulher se une o Dia do Massacre de Montreal, inspirado no massacre de mulheres naquela cidade canadense. No dia 6 de dezembro de 1989, um homem de 25 anos entrou numa sala de aula, armado de um rifle automático, gritando "eu quero somente as mulheres". A partir daí, dizendo que as mulheres eram "feministas" ele atirou contra elas, matando 14.
Ele as matou porque as responsabilizou por seu fracasso escolar. Elas tinham conseguido entrar na escola de engenharia enquanto ele não passou nos exames. Em seguida ele se suicidou e num de seus bolsos foi encontrada uma carta com os seguintes ítens: 1. As mulheres são responsáveis pelos fracassos dos homens; 2. Toda mulher que cruza o caminho de um homem bem sucedido deve ser castigada; 3. As mulheres bem sucedidas não aceitam ser protegidas por um homem.
A campanha dos 16 dias integra, ainda, o 10 de dezembro, Dia da Declaração Universal dos Direitos Humanos, como uma forma de reforçar a luta pelo reconhecimento dos direitos humanos das mulheres. Em 1998, quando se comemorou os 50 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos, mulheres no mundo inteiro realizaram atividades para promover os direitos humanos das mulheres reforçando a campanha mundial: "Sem direitos humanos das mulheres, não há direitos humanos".